Capítulo 11

926 151 99
                                    

Elisa estava sentada no sofá, esperando por Gustavo que estava dez minutos atrasado, quando escutou a campainha tocando. Não demorou para a jovem abrir a porta, vendo Gustavo com uma expressão que parecia perdida e uma mochila nas costas.

— Entra aí! — Ela falou, dando espaço para o garoto passar.

— Suas mães estão em casa? — O rapaz questionou, entrando e começando a olhar em volta.

Elisa se perguntou o motivo dele querer saber aquilo. Talvez sentisse falta das mães dela, mas não deixava de ser um pouco estranho.

— Não, mas elas devem chegar logo.

— Certo. — O garoto falou, dando a impressão de que não sabia como agir.

Os barulhinhos de patinhas no piso atraíram a atenção dos dois.

— Koda! — A voz animada de Gustavo fez o animalzinho correr na direção dele.

O rapaz rapidamente se abaixou, sendo quase derrubado por Koda que o lambia com animação. Elisa praguejou baixinho por aquilo, não gostava de ver como Koda continuava praticamente gostando mais de Gustavo do que dela.

— Eu fui mexer nas minhas coisas e descobri que acabou meus papéis coloridos, vamos ter que ir comprar para montar o scrapbook. — Elisa disse, enquanto observava o garoto brincando com seu cãozinho.

— Claro, podemos passar no shopping que fica do lado do Parque Quaresmeira e tiramos as fotos lá. — Gustavo respondeu, ainda sem olhar para ela por prestar muita atenção em Koda.

Elisa se castigou internamente por estar gostando daquela cena, era estranhamente bom ver aquele rapaz dentro de sua casa, mesmo que ela cogitasse jamais admitir aquilo.

— O Quaresmeira não é tão perto, nós vamos como? — Ela questionou, sem tirar os olhos de Gustavo.

O jovem pareceu pensativo por um instante, antes de olhar para ela, se deparando com a garota o encarando. Ele pareceu engolir em seco, respondendo em seguida:

— Bicicleta.

— Eu não ando de bicicleta. — A garota fez uma careta, já que fazia anos que nem tentava andar em uma. — Nem tenho uma bicicleta.

— Eu te ensinei a andar e não tem como esquecer. — Gustavo falou, se levantando e olhando para a jovem.

— Ok, mesmo que eu saiba andar, não rola.

— Claro que rola, você usa a minha e eu pego a do meu pai.

— Gustavo...

— Elisa! — Ele sorriu.

Elisa fitou a boca dele, involuntariamente. Era meio absurdo alguém ter um sorriso tão bonito.

— Ok, mas se eu morrer a culpa é sua. — A garota revirou os olhos.

— Posso viver com isso, acho que minha vida seria mais tranquila. — Ele passou a mão em Koda mais uma vez.

A jovem ficou incrédula com o que tinha acabado de escutar.

— Mais sem graça também.

— Por quê?

— Como você viveria sem eu te enchendo o saco?

— Aposto que me acostumaria fácil, você está me tratando bem e nem é tão esquisito. — Gustavo deu de ombros.

— Mesmo?

— Não, estou a toda hora me perguntando o que você planeja. — O garoto admitiu.

Elisa riu, era a cara dele ficar desconfiado por ela agir de maneira normal.

Você Nem Imagina • 2022Onde histórias criam vida. Descubra agora