Dia 28, terça feira, mês 7 do ano 516 após a camada de ozônio.
Passando a manhã chega o horário de almoço, 11 horas, todos devem se reunir nos refeitórios, normalmente temos uma hora antes de irmos para os horários de trabalho, mas hoje eu terei de sair às onze e meia daqui.
Chego ao refeitório sozinha, me separei de Duda depois da primeira aula, me dirigindo a uma das filas de bandejas a avisto do outro lado do refeitório, ela está conversando com alguns dos seus amigos habituais, Mallyc Fellow, Hipaxia Tonfrei e Lonan Petrifus, eles não vão me avistar tão logo então vou conseguir comer um pouco em paz. Chegando a minha vez a supervisora novamente ergue o scaner e passa-o em minha tempora, ele apita e ela me entrega uma bandeja, agora e só seguir para a fila de alimentos.
-Beccaaaa! - ou talvez não- Ei, me espera.
Ela vem juntamente com seu grupinho, todos estão segurando bandejas, é, terei de aguenta-los por este almoço também.
-Ola, - comprimento-os com um aceno de cabeça e me dirijo a Duda- Quando você vai finalmente parar de gritar meu nome por aí? Todos já sabem ele por sua causa.
Ela está sorrindo, Duda sorri quase o tempo todo, as vezes é desconcertante.
-Oh Becca do meu coração, está envergonhada com o meu jeito de agir? Vejo que já está bem melhor do que hoje de manhã.
-O que houve hoje de manhã? - pergunta Lonan, um garoto mediano, tem pele parda, é só um pouco mais alto que eu, tem cabelos castanho claros e olhos desiguais, um verde e o outro marrom, ele até que seria bonito se eu estivesse a procura desse requisito. - Você não mencionou nada Duda.
-Aaaah, é que... -Duda começa mas eu à interrompo.
- Não foi nada, eu só estava com dor de cabeça esta manhã. - Uma sombra passa pelos os olhos dele.
-Entendo. - Agora ele está me olhando com um pouco de curiosidade- Sabe eu e alguns outros do meu dormitório andamos sentindo dores também.
- Certo, deve ser algo relacionado com o calor, ultimamente está ficando tão quente por aqui.- Hipaxia, alta estrutural e ruiva, pele tão clara quanto um algodão, tem sardas por todo o rosto seus olhos são dourados, o que é um tanto incomum, ela da sua opinião, o que eu acho ótimo, não queira continuar falando.- No nosso dormitório também ouvimos algumas pessoas falando sobre isso, não é Duda?
- Sim, sim, hoje ouvi a Amantha e Bommie falando disso no banheiro, parece que Fenrys Burlock passou muito mal de dores na cabeça e foi a infermaria, ele ainda não saiu de lá. O que por um acaso - ela se vira me olhando de forma inquisitorial- é o mesmo que eu disse para a senhorita fazer, pode ser algo sério!
- Eu já te disse que estou bem! Se houver outra recaída irei ver a senhora Teresa. Aliás, eu já a incomodei umas cinco vezes só no mês passado!
-Certo, que tal mudarmos de assunto? - Mallyc Fellow, alto e Moreno, pele tão escura e imaculada quanto um torrão de café, olhos preto-esverdeados, a maioria das garotas olha para ele no refeitório, não é novidade, e eu não consigo sentir o mesmo, ele nem liga para a minha existência no grupo, então tento ignora-lo também– Hoje os Urlan estavam...
Parei de ouvir a conversa e me virei na fila, já está quase na minha vez, ervilhas, creme de milho, arroz, cenouras assadas, batatas rústicas, carne de soja, e aspargos cozidos. Essas são as "opções", mas comemos a mesma coisa todas as terças desde que eu me lembro, amanhã teremos feijão, milho cozido, alface, beterraba gratinada, pure de batatas e almôndegas de soja. A rotina é sempre a mesma, não comemos coisas de origem animal, nada. Eu aprovo, as fazendas estão bem maiores mas ainda não é o bastante, perdemos muitos animais com o superaquecimento do planeta, e mais da metade da população foi dizimada. Chegou minha vez na fila, coloco uma colher de cada coisa em minha bandeja e vou procurar uma mesa, após alguns momentos sentada sozinha, Duda e seus amigos se juntam a mim, mais algumas pessoas se juntam também, eles falam demais, e quase nunca percebem que não respondi as suas perguntas, acabo minha refeição, e começo a me levantar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Cúpula de Vidro
RandomUma sociedade aprisionada dentro de uma gigantesca barreira de vidro, a camada de ozônio se foi a muito tempo, será que nada fora da cúpula mudou desde então? Becca não se sente nada bem vivendo aprisionada, ela não se sente normal, todos conseguem...