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Era a terceira vez que Steve sonha com Tony. A terceira noite seguida que dorme mal e acorda com um peso no peito.

E também faz três dias que não está indo para a escola. Depois do ocorrido com Tony, achou mais fácil não ir para a escola do que continuar evitando os amigos. Se é que eles ainda querem Steve como amigo depois de tudo o que ele fez.

Afundou a cabeça no travesseiro e fechou os olhos, com alguns flashes do sonho voltando com força.

No sonho, Steve está de frente para Tony, o moreno com um sorriso encantador e as mãos estendidas prontas para receber ele. E Steve caminha até ele, mas não consegue chegar perto de Tony, e mesmo correndo, parece que ele fica mais longe, sempre mais longe e mais triste.

Em algum ponto, braços aparecem e seguram o corpo de Steve impedindo que ele corra até Tony, e quando olha para ver quem está fazendo isso, percebe que é ele mesmo. Ele o está prendendo, impedindo de chegar perto de Tony.

A pior parte era ver a expressão de Tony, ficando cada vez mais triste. Sabia que o olhar do Tony iria atormentar Steve para o resto da vida.

Respirou fundo e coçou os olhos quando escutou o celular vibrar no chão. Estendeu a mão e pegou o aparelho, vendo que era Bucky quem estava ligando para ele.

Atendeu no quarto toque, pensando mentalmente se valia a pena gastar neurônios tão cedo para falar com Bucky.

Bom dia Bela Adormecida. — o amigo falou do outro lado da linha com um pouco de ironia.

— E ai Bucky. — se levantou indo para o banheiro. A bexiga está quase estourando.

Se arrume, passo ai em 10 minutos.

— Calma, que? Como assim? — mas Bucky já havia encerrado a ligação.

Steve suspirou e tratou logo de fazer xixi, escovar os dentes e tomar um rápido banho. Vestiu qualquer roupa que encontrou limpa no armário, e quando estava amarrando os cadarços dos sapatos já na sala de estar, escutou a buzina já conhecida de Bucky.

Suspirou novamente e andou rápido, trancando a casa e indo em direção do carro de Bucky, com o moreno sorrindo animado. Deu a volta e entrou no carro, desejando ter pegado um óculos de sol. Parecia que tudo estava mais claro naquele momento.

— Para onde vamos? — perguntou quando Bucky começou a dirigir o carro pela rua tranquila.

— To vendo que tá de mal humor. — Bucky murmura um tanto feliz, ainda de olho na rua prestando atenção nas coisas. — Respondendo a sua pergunta, vamos comer alguma coisa. Tá a fim de shawarma?

— Tanto faz. — Steve responde, olhando para fora sentindo o vento fresco bater no rosto dele.

   Fizeram o trajeto até o shawarma em silêncio, tendo apenas a música de fundo e o som do trânsito.

   Sentaram em uma mesa mais reservada, longe de muitos olhares, mesmo que o local esteja meio vazio. Fizeram o pedido e Bucky observou a garçonete sair, até que ela já estava longe de vista.

— Então, eu te trouxe aqui para nós conversamos. Eu soube de umas coisas, e acho que poderia te ajudar e aconselhar. — Steve sabia que Bucky não tinha aparecido apenas para jogar conversa fora.

   E escolheu bem o lugar, já que Steve não poderia fazer muita coisa além de escutar e falar. Bucky esperto, o obrigou a sair para ser obrigado a ter uma conversa racional.

— Um passarinho me contou que você está evitando aquele bando de desajustados, que brigou com Tony e que terminou com Sharon.

— Passarinho fofoqueiro.

Let me love you | Stony Onde histórias criam vida. Descubra agora