Eu te odeio, idiota! || Noany

• O que realmente está acontecendo?

Noah Urrea

— O que quer dizer Warren?— Curvei as sobrancelhas e o diretor me encarava.

Fiquei feliz por eu não estar com o rosto coberto e nem usar aquele óculos que parece dos ano 90.
Esse lance de disfarce era tão desconfortável.

— Que não foi necessário seu disfarce... eu já ia fazer um acordo com a sua mãe.— Ele falou calmamente.

— Eu não estou entendendo a que ponto o senhor quer chegar.— Falei seco.

— Quero que você volte para está instituição.— Ele sorriu sem mostrar os dentes.

— Que coisa, você fumou?— Falei por impulso e o diretor curvou as sobrancelhas.

— Bons modos garoto.— Ele advertiu.— Bom... eu quero que volte pois as competições estão próximas e eu não quero que nossa escola perca, você é a alma desta escola!— Ele levantou da cadeira.

Permaneci imóvel, sem entender o que se passava.
O que era pra ser uma bronca virou uma proposta?

— Está dizendo que me quer de volta pois está com medo de perder e eu sou ótimo no canto e na dança?— Ri ironicamente.

— Se você competisse com a Sparkles School nós perderíamos... e eu não quero perder o título da nossa escola.— Ele falou parecendo fechar um negócio comigo.

— Por que eu aceitaria voltar para cá?— Debochei.

— Pelo fato de se disfarçar e inventar uma identidade falsa, isso já não é o suficiente? Vamos Noah!— Ele faz uma cara de pidão.— Volte... podemos deixar debaixo das cobertas e esquecer suas punições.— Ele sorriu amarelado.

— Acho negociável.— Sorri.

...

— Parecia que eu não ficava aqui a séculos!— Falei quando entrei no meu antigo quarto.

Ele estava uma zona, e Josh no meio dela.
Ele estava desesperado tentando arrumar suas roupas.

— Amigão!— Bailey falou, assim que saiu do banheiro.

— Vou voltar para este inferno!— Debochei feliz.

— Espera... o que? Pensei que iria ser expulso depois que ele descobriu do falso Jack, que não durou nem um dia!— Josh brincou, com seu jeito irônico de sempre.

— De volta as ativas!— Krystian sorriu.

— Ele meio que disse que precisava de mim.— Falei convencido.— E cá estou!— Carreguei as minhas malas.

Eu organizava tudo, como se eu soubesse o lugar de cor.
E isso era verdade, eu sabia cada ângulo e cada centímetro onde meu violão e alguns pôsteres ficavam.

Minha cama parecia estar imóvel, desde quando eu parti.
A sensação de voltar aqui era de tanto alívio que eu nunca pensei que sentia.
Pode parecer irônico, mas eu adoro está escola.
Josh e Bailey me encaravam sem pronunciar nada.

— E a Any?— Lamar falou, quando colocou sua revista de lado.

Ele estava tão concentrado que eu nem havia percebido sua presença ali.

— Está a mesma...— Sorri fraco enquanto organizava meus all-stars no canto.

Eles eram inúmeros, e eu adorava apreciar eles.
Acho que brincos, anéis e tênis são quase meu hino.
Quando não estou com eles, pode ter certeza que a coisa tá feia.

— Isso não é novidade.— Bailey falou.— E ela e o Daniel chegaram a um nível de dar nojo!— Os meninos fizeram careta.

— Não vi os dois juntos ainda.— Comentei.

— Sorte a sua!— Lamar debochou e se ajeitou na sua cama.

Ele usava uma meia que por sinal tinha um enorme cheiro de chulé.

— Vamos trocar a roupa, daqui a quinze minutos é a educação física, e hoje é junto com as meninas!— Krystian levantou da cadeira e vasculhou o uniforme de educação física.

— Preparado para apreciar a Heyoon, Josh?— Brinquei dando um soco no ombro dele.

— Sempre!— Ele sorriu de lado.

...

Caminhava pelo corredor com alguns olhares fixados em mim.

— É impressão minha ou eles acham que estamos com AIDS? Estão olhando tão estranho.— Krys sussurrou, enquanto nosso quinteto andava livremente.

Algumas meninas passavam na nossa frente com o intuito de seduzir.
Mas a única coisa que recebiam eram os olhares de reprovação de Josh.

Passava meu olhar pela escola, procurando um  par de olhos de chocolate, que por incrível que pareça estava ajeitando seu armário.

Any estava lá.

Ela viária a roupa de educação física, com um minúsculo short de academia.
Ela estava toda desajeito, e tentava amarrar o cabelo em um rabo de cavalo.
Mas falhava miseravelmente.
Ela estava tão natural e tão ingênua que não deixei de olhar pra ela.

— A baba está descendo.— Lamar brincou ao meu  lado e dei um sorriso nervoso.

Fomos para a quadra e eu não tirava o olho um segundo sequer dela.
Suas curvas totalmente expostas e seus fios simetricamente perfeitos.
Os seus lábios brilhavam por conta de um gloss e seu sorriso espontâneo dela, era o mais legal.

Eu fiquei triste por ela não estar rindo das minhas piadas bobas.
Mas ela estava rindo, e o mais sincero possível.
Era isso que me importava.