Capítulo 2: Tchaikovsky

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Música. Uma coisa criada por humanos, há muito tempo atrás. Um conjunto de sons, vozes, melodias, ritmos, que fazem muitas pessoas transmitirem seus sentimentos e pensamentos mais pesarosos ou jubilantes em algo  que dura em torno de 3 minutos. Graças a ela, todos falamos música. Uma língua universal que qualquer um consegue falar, e que não precisa ter aula para conseguir se expressar. 

A música transcende barreiras linguísticas. Ela em si já é a língua mais falada do mundo.

  Hoje, mais uma vez, Jungkook e eu, sentados nos assentos da biblioteca discutindo sobre milhares de coisas e mais centenas de minutos passando na companhia do outro.

— Hyung, tenta me entender! Você não acha que músicas com letras poéticas são as mais belas? Porque, qual é a graça de escutar uma música com palavras chulas , com rimas pobres que não tem um conceito especial em seu tema? Não estou  criticando esses tipos de artistas, afinal eles encontraram um meio de sustento através da arte, e seria hipocrisia de minha parte, afinal eu escuto esses tipos de música, mas você não se sente mais ultrajado com uma música ao saber que ela possui toda uma história por trás? Eu acho isso lindo, hyung. Foi por essas músicas que eu resolvi fazer esse curso. —Disse Jungkook, todo entusiasmado, com um semblante contente e ansioso esperando ouvir minha opinião.

— Bom, para ser sincero, Gguk, eu nunca penso muito nesses detalhes. Há músicas em que o ritmo e a letra se conectam e contam algo para mim que realmente me emociona. Mas quando eu escuto uma música e ela cola na minha cabeça, eu nem penso no resto, apenas a escuto. — O respondo.

— Sabe, muitas pessoas fazem música com esse objetivo: colar na cabeça das pessoas e hitar. Sem ao menos ter uma letra que faz sentido. Por exemplo, muitos acreditam que quem faz curso de  música ama música clássica, e bandas como Beatles e Queen. Bom, isso é verdade, mas eu tenho um imenso respeito por rappers e gosto muito de músicas desse estilo. Eles são verdadeiros poetas! Sabem rimar de uma maneira que me deixa pasmo, e tem toda uma vibe por trás.— diz ele, se ajustando em sua cadeira, colando seu peito na borda da mesa, gesticulando com ambas as suas mãos.

 — Isso é uma arte que foi criada por pessoas pretas. Na verdade, a música que hoje domina as paradas, como o POP, foram criadas por pessoas pretas, lá na década de 50, em lugares como Nova York e Nova Orleans. Elas sabem criar arte através de música, mas poucas pessoas os creditam por isso. E é por isso que eu gosto desse curso, eu comecei a enxergar de um modo raro a música. — Continua ele, me deixando surpreso por sua sabedoria nessa área. Não que eu não esperasse algo assim vindo dele.

Durante nossos encontros na biblioteca, pude perceber o amor que Jungkook carrega pela música. Pelo que ele me fala e por suas expressões faciais, consigo claramente ver sua devoção. Um dia, em uma de nossas conversas ele me disse algo que mexeu internamente com a minha pessoa:

  — Hyung, eu passei por muitas coisa até agora, principalmente em relação ao meu bem estar e de minha família. A música entrou para dar sentido a esses momentos. Como uma playlist. Tenho uma música em cada uma de minhas memórias, especialmente as mais sufocantes.

    E esse comentário me fez perceber que todos temos momentos bons e ruins, isso é óbvio, mas as ações de Jeongguk me fazem questionar se ele ainda tem momentos que o sufocam. Consigo enxergar angústia, e sinais de ansiedade em algumas ocasiões.

Mas se ele não me contou até agora, claramente não é um assunto agradável para ele.

— Bom, eu entrei para o mundo de cinema por pura ganância. Eu sou realmente apaixonado por cinema e todo o processo por trás das telonas, mas eu achava que só por isso eu seria um cineasta. Assistia todas as premiações, e todos os filmes indicados ao Oscar junto de minha avó. Esse por si só já era o maior motivo de eu estar aqui. Mas agora, olhando de dentro e não como um mero telespectador, vejo muita magia envolvida.— digo, totalmente inebriado por essa sensação que esmaga meu peito. Amo minha profissão. — É como contar uma história, e ter de criar todo um mundo visual dentro dela. Somos, o que chamamos de consumidores. As pessoas consomem por diversão e é um passatempo de todas as famílias. Eu quero me tornar um cineasta que faça um filme que fique guardado na memória de alguém, e poder fazer as pessoas se questionarem através deles.

A CLAVE DE DÓOnde histórias criam vida. Descubra agora