Bônus: Eu o amo...

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CAPÍTULO BÔNUS:
EU O AMO...

Ray suspirou vendo uma fumaça branca sair de seus lábios vermelhos, a madrugada era fria mesmo a estação sendo o outono, não inverno. As árvores estavam na coloração laranja e amarela, uma mistura incrível de cores quentes que dava vida ao ambiente quieto e vazio na praça.

Colocou as mãos nos bolsos do sobretudo marrom em que vestia para se aquecer ele não iria aguentar esperar por muito tempo, sua paciência tinha limites, ou era apenas a ansiedade pela espera?

— Ray? — voz do albino foi escutada ao longe pelo moreno. — Por que me chamou aqui?

— Norman...

Chamou o garoto que se aproximava dele. Ele tinha o chamado ali por mensagem para se declarar, oh céus! Que ideia estúpida que lhe parecia agora, desistir? Era um boa ideia mas... Ele queria mesmo fazer isso?

Ray suspirou com a dúvida que lhe rodava a mente lhe causando um pequeno incômodo na cabeça.

Norman sorriu tranquilo para o menor, ele sabia que Ray estava de alguma forma tentando falar com ele sem ser rude ou idiota. Eles eram melhores amigos, Norman tentava sempre entender a mente do seu amigo até porque Ray não gostava de se expressar muito, suas expressões eram escondidas por uma máscara.

— Ei, Ray! — Norman o chamou quando percebeu o silêncio prolongado — Foi aqui que a gente se conheceu, não foi?

Norman olhou ao redor do parque sorrindo minimamente. Eles tinham se conhecido quando eram bem pequenos, seus pais eram amigos e para Norman, tinha sido difícil conseguir uma amizade com Ray, ele era bem solitário e orgulhoso quando criança.

Norman era bem tímido naquela época, mas teve que deixar aquilo de lado para agradar o pai, fazendo amizade com Ray. Norman agradecia a Peter e Isabella por terem se conhecido na época de escola e apresentando Ray à ele, é a melhor amizade que ele poderia pedir, nada poderia estraga-lá.

— Sim, você era um chato que não largava do meu pé!

— Eh?! — Norman exclamou, ficando com uma expressão magoada — Eu só queria ser seu amigo! — fez um bico irritado, Ray riu com a infantilidade de Norman, mas teve que mudar sua expressão ficando mais sério para o assunto que tomaria.

— Norman, eu preciso te dizer algo. — ele disse sem desviar o olhar, mesmo querendo muito — Preciso te contar algo sobre... Os meus sentimentos.

— Hã? — Norman aderiu uma expressão confusa.

O amigo queria pedir conselhos sobre isso? Tinha se apaixonado por alguém? Ou apenas desabafos sobre algo?

— Eu queria...

— Você se apaixonou por alguém?

— Sim... E...

— Uou, Ray — Norman riu em surpresa — Eu já esperava que isso fosse acontecer, mas não achei que seria tão rápido. Seria a Anna? Ou alguma outra...

— Não! — esbravejou, colocando a mão na cabeça impaciente — Só me deixe falar e fique quieto.

— Oh... O.k.

— Eu gosto de um garoto — Norman arregalou os olhos tendo a boca aberta para falar, mas continuou quieto escutando o amigo — Eu gosto dele há muito tempo, eu o amo. Ele é incrivelmente bonito, inteligente, gentil, altruísta e carinhoso. E dói. Porque ele não me ama, ele gosta de outra pessoa...

Ray suspirou, sentiu as pernas tremeram de nervoso e o peito se contraiu como se estivesse sufocando com as próximas palavras que diria em seguida.

— Norman... Eu... — as palavras se cessaram, foram engolidas pelo nervosismo do momento.

— Ray...? — Norman arqueou as sobrancelhas, esperando a continuação.

— Eu... — Ray pode sentir a garganta fechar como se seu corpo negasse a declaração que faria, supirou outra vez apertando os punhos em recusa — EU GOSTO DE VOCÊ!

Colocou as mãos na boca com o grito que dera mesmo estando sozinhos no parque, Norman arregalou os olhos assustado com a declaração repentina que viera do moreno.

— R-Ray e-eu...

— Tudo bem. — apertou os punhos — Você gosta da Emma...

Norman assentiu. Sim, ele gostava da Emma.

— Obrigada. — Ray deu um sorriso triste.

Deu as costas para Norman andando devagar, aquele era o seu “adeus” para Norman. Enquanto Ray caminhava tendo as lágrimas salgadas e incolores derramadas pelo chão até chegar em casa, Norman se perguntou porque doeu tanto ver aquilo, enquanto seu rosto era molhado por suas próprias lágrimas, sem saber porque chorava.

EXPRESSÕES CAPTURADAS | norrayOnde histórias criam vida. Descubra agora