Capítulo único: A dor causada por um sorriso

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O que é isso? a pergunta lhe soou completamente estúpida.

Uma câmera, querido — a mulher respondeu sorrindo

— Eu estou vendo isso mãe, mas pra quê?

— Estou dando para você tirar fotos

— E do que isso me seria útil? 

— Hum… — Isabella ponderou um pouco — Por que não tira foto das coisas que ama? 

— Vou ver. — deu de ombros ainda encarando o objeto fotográfico.

[...]

Feliz. Zangado. Sério. Distraído. Não importava os sentimentos que Norman tinha Ray adorava tirar fotos das suas expressões.

Todas elas o cativaram de uma maneira sem explicação. Ray queria capturar pela câmera cada expressão do rosto gracioso e atrativo do albino, expressões que conseguia despertar o seu interesse de maneira inexplicável.

Click. Mais uma foto tirada. Mais uma expressão capturada. Esperou ansioso a câmera polaroid lhe revelar a foto, viu a fotografia descer da câmera devagar, contendo um sorriso animado.

A manhã ensolarada dava um ar refrescante Norman estava rindo na foto, os olhos fechados em um eye smile que causaria inveja ao próprio emoji podia-se ver um raio de sol passar na frente da câmera e de Norman, mas aquilo não prejudicou a foto e não poderia estar mais satisfeito. Ele estava perfeito.

— Você tirou outra foto?! — o albino falou, irritado — ou fingindo.

Não era pra tanto, afinal desde que Ray ganhará a câmera de aniversário dada pela sua mãe, Isabella, não havia deixado Norman um segundo sequer sem tirar uma foto do seu rosto.

Sua mãe havia dado a câmera para tirar fotos sobre momentos marcantes e coisas que lhe acontecia, talvez objetos. Mas, ele havia encontrado coisa melhor que aquilo chegando a colecionar fotos do albino. O que poderia ser melhor que apreciar a beleza marcante de Norman?

— Você é tão fotogênico, Norman. — aquela era sua desculpa. Era verdade, não importava a foto Norman era belo de todas as formas.

— Você é incrivelmente estranho por isso.

Ah sim. Ele é estranho. É estranho querer a cada momento tirar fotos das expressões de Norman. É estranho não conseguir parar de admirar seu amigo por isso. É estranho querer cada vez mais ter expressões do Norman guardadas.

— Norman! Ray! — aquela voz. A ruiva correu atrás deles abraçando ambos pelo pescoço.

— Está atrasada Emma — Norman ditou em uma falsa irritação

— Mas eu estou aqui não é? — ela sorriu e Norman não se conteve e sorriu junto.

Ah! Aquele sorriso. Aquela expressão que fazia o coração de Ray bater incontrolavelmente. Fazia pouco tempo que perceberá que aquele sorriso, aquele tipo de expressão nunca seria direcionado para ele, uma expressão que só Emma conseguia fazer surgir no albino.

Inveja. Era expressão que Ray tinha no momento, como ele queria que Norman desse aquela expressão direcionada para si também, mas aquele mísero desejo era apenas algo que ficava  seus pensamentos, pensamentos ao quais ele queria esquecer por lhe causa tanto aperto em seu peito.

Aquele aperto que ficava cada dia mais forte, ele remoía o sentimento dentro do peito e se afundava cada vez mais naquela imensidão melancólica e devastada.

— Vamos Ray? — Norman sorriu para Ray.

Mas aquilo estava longe de ser o mesmo sorriso brilhante e caloroso que era direcionado para Emma, Ray engoliu a inveja e se perguntou como o amor podia doer tanto.

Sem que ninguém percebesse, ele tirou mais uma foto escondida, mais uma expressão capturada e mais uma vez quis capturar o coração de Norman, ao qual Ray sabia que batia por Emma.

Mas só podia capturar suas expressões.

EXPRESSÕES CAPTURADAS | norrayOnde histórias criam vida. Descubra agora