PRÓLOGO

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PRÓLOGO

Naquele dia Sasuke estava sentado no sofá, com as pernas cruzadas e os olhos negros atentos na televisão, enquanto seus dedinhos moviam-se freneticamente no controle do videogame. Itachi o seu irmão mais velho, esperava pacientemente o personagem do irmão morrer para que finalmente chegasse a sua vez de tentar.

Ambos naquele dia estavam sobre os cuidados do tio Madara, que também havia levado para lá Obito, seu filho que possuía a idade de Itachi. Os três meninos jogavam distraidamente enquanto o adulto pedia uma pizza ao telefone.

Há mais ou menos duas horas o seu irmão, Fugaku, havia saído para buscar a esposa no hospital, que havia dado a luz a sua primeira filha fazia dois dias. E com isso Madara havia ficado com a tarefa de cuidar dos meninos.

― Eles não estão demorando muito? ― Sasuke perguntou irritado após perder a sua vez para Itachi. O menino com seus apenas cinco anos, não era muito bom com jogos. ― Quando que aquela coisa vai chegar?

― Não seja chato Sasuke, ela é a nossa irmã. ― Itachi suspirou frustrado. Apesar de ter apenas sete anos, era bem maduro para a sua idade. ― Mamãe e papai já disseram que não querem que você a chame de coisa.

― Tsc. ― O garoto revirou os olhos, formando um bico em seus lábios.

Não se passaram nem dois minutos, até que ouviram o barulho do carro do lado de fora. Itachi pausou o jogo enquanto os olhos das três crianças pousaram sobre a porta. Madara caminhou até a mesma e a abriu, formando um enorme sorriso nos lábios ao ver o irmão e a cunhada, que trazia em seus braços um pequeno pacotinho embrulhado.

― Olha quem chegou. ― Madara disse animado, caminhando até Fugaku e o ajudando a carregar as coisas do bebê. Itachi pulou do sofá junto com Obito, e ambos rodearam Mikoto curiosos para ver a nova integrante da família. Sasuke apenas pegou o controle do videogame largado e despausou o jogo. Não queria ver sua irmã, não queria nem mesmo que ela existisse. Depois que sua mãe havia descoberto que estava grávida, todos só ligavam para o bebê que havia dentro da barriga dela, e agora que ela finalmente havia nascido tudo pioraria.

Sasuke a odiava, antes mesmo de conhecê-la.

― Sasuke? ― Ouviu a voz de sua mãe o chamar. Ele franziu seu cenho, e formou um bico em seus lábios. ― Venha ver sua irmã.

― Não quero. ― Ele murmurou baixo, fazendo birra com uma careta no rosto. Mikoto sentou-se em uma das poltronas da sala, e observou o filho jogando emburrado.

― Venha amor, veja como ela é linda. ― Sua mãe o chamou novamente, com a voz melodiosa que só ela tinha. Sasuke soltou um suspiro, largou o controle e foi em descontento até ela. Seus olhos focaram primeiramente em sua mãe, que estava com um enorme sorriso nos lábios, e em seguida desceram para os seus braços, onde embrulhada em um pano, viu uma pequena garotinha.

Ela era muito pequena, como uma boneca. Sua pele era tão branca que chegava a ser vermelha, seus olhinhos estavam fechados, e seus cabelos eram negros, assim como os dele.

― O nome dela é Sakura. ― Sua mãe disse, acariciando o rosto da recém-nascida.

― Como as flores? ― Sasuke perguntou.

― Sim, como as flores. ― Ela respondeu orgulhosa.

Sasuke aproximou-se ainda mais de sua mãe e se apoiou nos braços da poltrona, curvando seu corpo em direção à irmã, para observá-la mais de perto. Ela era linda. Mais bonita que sua professora do jardim de infância, mais bonita até do que a Lara Croft, sua personagem de videogame preferida.

Sasuke se apaixonou por ela, mais do que havia se apaixonado por seu brinquedo favorito.

Quando tocou seu dedo no rostinho gordinho dela, a mesma franziu o cenho resmungando.

― Você quer pegá-la? ― Mikoto perguntou ao filho, que estava tão encantado com a irmãzinha nova que nem ao menos ouviu a pergunta da mulher. ― Ajeite-se, vou colocar ela no seu colo.

Sasuke então se sentou corretamente no sofá ao lado da mãe, que colocou Sakura nos braços pequenos do filho.

Quando Sasuke a segurou, sentiu como se ela coubesse perfeitamente em seu colo. Sentiu como se Sakura fosse seu novo brinquedo, e não queria emprestá-la para ninguém. Quando Itachi se aproximou, pedindo para segurá-la também, Sasuke pôs um bico nos lábios e fechou as expressões. Não queria que seu irmão a tocasse, não queria que ninguém a tocasse, porque ela era dele. Um presente de Deus para ele.

― Ela é minha! ― O garoto gritou, abraçando-a de maneira desajeitada. Seu pai temendo que ele a derrubasse, aproximou-se, mas Sasuke com medo do maior tirá-la de si, apenas entrelaçou seus braços ainda mais sobre a irmã. ― Ela é só minha. ― Encarou o rostinho corado de Sakura. ― Para sempre. ― Depositou um beijo sobre a testa dela. E quase que de imediato, os lábios da garota se curvaram em um sorriso inocente, que foi retribuído pelo irmão mais velho.

E desde aquele dia Sasuke soube: Jamais amaria nada no mundo como amava Sakura.

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