Ah… Os 17 anos, uma idade que está em uma fase muito importante para um adolescente, além do ensino médio se tem as descobertas vindo com a puberdade de brinde. Eu até que levo uma vida normal,nada para ser invejável, eu estudo numa escola boa e enorme, minha família é a melhor que eu poderia ter e tenho amigos maravilhosos. Mas assim como tem as partes boas, também tem as ruins. Toda pessoa tem um segredo que gostaria de trancar as 7 chaves num baú no fundo do mar, e eu não sou diferente, eu tenho meu segredo… Eu sou gay.
Não quer dizer que tenho vergonha de quem eu sou… Eu apenas não sinto que tenho coragem o suficiente para me assumir pro mundo, pras pessoas, pois querendo ou não, a realidade de pessoas que se assumem ser quem são, nunca vão ser as mil maravilhas, não importa quem você seja.
Pelo menos tenho uma coisa a meu favor, uma cortina fina que dá para ver oque há do lado de fora sem que me percebam e toda quinta-feira, meu vizinho bombado decide lavar sua moto sem camisa, realmente eu agradeço por aquela moto ficar suja, eu sujaria ela mais vezes só para ter essa cena ao meu dispor todos os dias.
— Maninho você sabia que… MAMÃE O JISUNG TA BATENDO PU-
Ao ouvir o barulho da porta abrindo, rapidamente giro minha cadeira de volta para minha mesa, só não esperava que a porta fosse aberta por esse projétil de gente.
— Meudeus eu só girei minha cadeira! Calado! Pra sua idade você está mais pervertido que eu! O que faz aqui?
— Ah, o papai testou uma nova receita pro café da manhã e quer nós dois de cobaia, vamo logo que eu não quero morrer sozinho, vem maninho.
— As vezes sua bipolaridade me impressiona, vamos então.
Levanto da cadeira suspirando baixo, graças a Deus minha mãe não ouviu o grito dele, pego minha mochila colocando uma das alças em meu ombro e desço as escadas enquanto vou colocando meus brincos.
— Bom dia minha avelãzinha. — Disse minha mãe dando um beijo em minha bochecha e logo saindo para por suco de uva nos copos na mesa.
— Hoje temos panquecas que aprendi no YouTube! Lugar bem prático. — Disse meu pai colocando as panquecas na mesa.
— Mãe, não me chama de avelãzinha mais! E que legal pai, são de chocolate? — Perguntei quase pegando a panqueca quando percebo meu irmão e minha mãe dando risada quase engasgando. É, definitivamente não eram panquecas de chocolate.
— Bom… Eu tô indo pra escola, tchau família. — Digo enquanto saio depressa antes que eu adquira uma intoxicação alimentar.
— Mas nem vai comer…BOA AULA FILHO! — Meu pai grita da cozinha e apenas respondo com um aceno de mão.
Como todo dia da minha rotina normal, eu pego as chaves do meu carro e vou em direção a ele, mas em um minuto de coragem eu paro e me viro para o vizinho bombado.
— Legal a camisa… Digo, bermuda? Ah, tchau vizinho. — Fico sem graça e entro no carro depressa batendo minha cabeça no volante. — Legal a camisa Jisung? Ele tá sem camisa, seu burro.
Levanto a cabeça ao perceber que a buzina fez barulho e dirijo até chegar enfrente da casa de Hyunjin, por sorte não gastaria tanta gasolina pois Felix também já estava lá me esperando. Paro enfrente a calçada e espero eles entrarem. Hyunjin como sempre, se senta no banco da frente e Felix lá atrás, espero eles se ajeitarem e logo vamos rumo a escola.
— Cara, esse perfil da escola no Twitter é insano. — Disse Hyunjin rindo olhando para o seu celular.
— Ah não, você e suas fofocas logo de manhã não, me deixa tomar um suco antes. — Digo enquanto vou parando perto de uma lanchonete que tem drive-thru, sempre vamos nela antes de irmos para a escola. — Um suco de Maracujá e dois de laranja fazendo o favor.
— Vai beber suco de maracujá de manhã? Se você dormir no meio da aula eu não te acordo. — Disse Felix deitando no banco de traz no carro.
— Ah mas suco de maracujá é muito bom, e se levanta para pegar seu suco seu preguiçoso, não vem de derramar no meu carro. — Digo enquanto entrego o suco dos dois e ponho o meu no suporte para copos, agradeço a atendente e continuo rumo a escola.
— Tá, continuando, a página de fofocas no twitter tá o maior auê porque pegaram dois alunos transando atrás da quadra ontem, mas não fala os nomes, aí a fofoca nem vale a pena. — Hyunjin diz enquanto da risada.
— Que nojo! não vou mais naquele lugar não, me lembre disso — Digo e nós três damos risada.
Em questão de pouco tempo, chegamos na escola. Entrando lá, já damos de cara com o diretor que insiste de se meter no meio dos alunos e tentar ter o estilo deles, não julgo, até que fica um velho gagá estiloso, as vezes.
— Bom dia três mosqueteiros, toca aqui. — O diretor disse levantando a mão.
— Bom dia diretor Jin, tênis estiloso. — Digo retornando o toque de mão e saio segurando a risada, aqueles tênis realmente não eram nada estilosos ou legais, parecia uma aberração.
— É por isso que eu gosto dele, sejam mais como Han Jisung! — Disse o diretor enquanto ia atentar outros alunos.
Nós três seguimos o caminho direto as lixeiras e jogamos nossos copos já vazios onde estavam o suco. Logo em seguida, Hyunjin teve que sair pelos corredores para se encontrar com os caras do time de futebol pois logo teriam um jogo importante, então eu e Felix vamos aos armários que era um do lado do outro.
— Então é por isso que o diretor puxa seu saco né. — Disse Felix logo dando risada e eu não me aguento rindo junto.
— Cada aluno tem seus truques e vantagens meu caro. — Dou de ombros enquanto pego meus livros.
— Eae meus colegas de canto. — Quando nos viramos damos de cara com um cara baixinho, ele sempre vem tentando falar com Felix, mas o Felix é uma pessoa que digamos que não seja fácil.
— Poxa Jisung, eu esqueci meus livros na mesa ontem, acho melhor irmos rápido antes que alguém pegue. — Felix diz contornando toda a situação, lançando um sorrisinho sínico pro baixinho e vai saindo depressa depois de fechar seu armário.
— Valeu a tentativa dessa vez Changbin, mas colegas de canto não é… — Digo dando risada enquanto saio atrás de Felix.
— Eu vou melhorar meu cumprimento da próxima, você vai ver! — Changbin diz alto enquanto se vira pondo as mãos nos bolsos balançando a cabeça em forma negativa. Não sei como ele tem paciência de correr atrás de Felix, esse canguru de quinta é todo desviado das cantadas que lançam pra ele, mas Changbin que lute.
Bom, como eu disse, uma vida normal, um dia normal, um ambiente considerável normal e assim são os meus dias normais no Colégio FAM onde dificilmente acontece algo que saia dos eixos da questão, onde as únicas novidades é um aluno sendo expulso por ser pego atrás da quadra.
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Love, Jisung
RomanceHan Jisung é um adolescente que aos 17 anos aparenta levar uma vida comum, mas como qualquer pessoa, ele tem um segredo que não revelou a sua família e nem aos seus amigos: Ele é gay. Tudo começa a ficar complicado quando ele se apaixona por um alun...