Simple | MYG

II

Estou parado nessa estrada pela última vez hoje
Todo dia é assim
Nesse vasto mundo
Sou tão valioso quanto uma poeira
E eu sei muito bem disso

Como eu era o único desocupado naquela tarde e também a dispensa estava vazia devido a farra da madrugada de Taehyung e Jin, tive que ir comprar algo para almoçarmos ou até lancharmos, pedi autorização a alguns staffs que logo se prontificaram em me acompanhar e eu detestava isso mais que tudo, acho que daquela forma – mesmo eles me acompanhando a certa distancia – chamaria mais atenção e despertaria a curiosidade.

Eu amo o que faço, mas os sacrifícios que essa vida trás me deixa extremamente irritado e de mal humor, mesmo sendo um cara que prefere ficar no quarto produzindo, de vez em quando é bom sair e ver o azul do céu e o colorido das flores.

- Aproveitando que vai sair pode passar nos correios e pegar a carta da minha irmã? – Taehyung veio com o abaixo assinado já em mão

- Sabe como eles são aqui não é hyeong? – deu seu melhor sorriso – não deixam pessoas entrarem sem permissão e o carteiro acabou voltando

Com toda certeza ele já havia premeditado aquilo e pediria ao primeiro que saísse e eu simplesmente levei o brinde, concordei sem muitas palavras e peguei as coisas necessárias sabendo que naquele horário de pico muitos olhariam para minha cara e se perguntariam o que um artista faz aqui? Mesmo assim segui caminho até lá conversando com o staff até os correios local, ate que me surpreendi pela fila não estar tão grande, porém o tempo de espera estava maior que o de costume me fazendo suspirar só de imaginar tempo que perdiria ali.

Sabe aquele lugar pode render altas historias quando você começa a observar as pessoas, quer seja alguém conversando no celular, ou outro alguém desatento as explicações do funcionário e estar ali estava até aquele momento me arrancando altas risadas, obvio que discretas. Sem levantar muito o rosto senti alguém se sentar ao meu lado, porem não demonstrei interesse me entretendo em ver alguns vídeos mudos no celular.

Novamente um senhor começou a discutir com o funcionário sobre não ter trago uma autorização, foi ai que a ouvi rir e se virar para mim, meu corpo congelou por completo quando ela me olhou, esperando alguma invasão de privacidade ou algo relacionada, porém foi totalmente contrário.

- Será que essas pessoas não leem os e-mails? – pisquei algumas vezes antes de falar qualquer coisa – quer dizer sempre especificam o que você tem que trazer e apresentar aqui...

- Ah verdade! – sorri – eles sempre dizem que se você vai vir buscar algo de alguém tem que trazer autorização.

- As pessoas são muito apressadas e desatentas!

E foi ela exclamar isso que o senhor seguinte também disse que não havia trago nada nos fazendo balançar a cabeça em negação.

- E ainda nos atrasa, quer dizer ele é um senhor temos que relevar.

- Ah, mas mesmo assim, deve ter vindo algo explicando na compra dele.

Antes de ela falar qualquer coisa meu nome foi chamado e a carta de meu amigo foi entregue, logo em seguida seu nome também foi chamado ouvi ao fundo algo como Lua, combinava com sua pele bronzeada e seu sotaque diferente deixando claro que ela era uma estrangeira ali, quando nossas encomendas foram entregues me despedi da forma mais singela possível da mesma a vendo também caminhar em outra direção e ouvindo meu staff reclamar por eu não ter pegado o numero dela.

Depois de fazer as atividades e ter comprado os ingredientes voltei para casa e além de entregar a carta da dongseang do Tae, fiz algo bem gostoso para tanto eu como para os meninos comerem.

Por fim caminhei para me direcionar para meu quarto, no entanto antes de eu trancar a porta um dos staffs que foi comigo realizar as tarefas me parou:

- Toma, me agradeça depois! – ele esticou a mão com o nome e o numero da menina

- E por que eu iria querer isso? – olhei com desdém para o papel

- Hm vejamos, atenciosa, carismática, bonita e não fez histeria.

- Pode ter só fingido!

- Cara tenta, nem que seja só para ficar, mas eu acho que ela é alguém bom!

Aceitei por educação, mas joguei o papel longe assim que entrei no quarto. Nada nesse mundo artísticos gira em torno de confiança, e sim de interesse; parando para refletir eu estava perdendo a esperança nas pessoas e em como elas poderiam ser realmente boas.