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Já era noite e Chat Noir terminava sua ronda quando observou uma garota sozinha em uma varanda. Ele não a reconheceu de imediato, mas logo percebeu que aquela era sua colega de classe Marinete e... espere! Ela estava chorando? Chat estava preocupado já que Mari era sua amiga, e como não podia se destransformar e ir vê-la, foi como Chat Noir mesmo.

Ao poucos ele se aproximava de sua colega percebendo que enquanto as lágrimas rolavam em seu rosto ela apenas observava a paisagem com os cabelos soltos e voando, e já que estava ventando a garota estava enrolada em algum tipo de cobertor.

Quando finalmente chegou ao seu destino, a varanda de Marinete (demorou um pouquinho pois ele não queria chegar muito rápido e acabar assustando-a), ele se sentou na mesma grade na qual a garota estava encostada.

— Chat... Noir? O que faz aqui? Tá tudo bem? — perguntou ao perceber o gato preto ao seu lado que olhava a bela Paris diante deles.

— Oi pra você também. E respondendo sua pergunta: eu estava fazendo uma ronda por Paris quando vi uma linda garota chorando em sua varanda, percebia ela era linda demais para chorar desse jeito e queria saber o que poderia ter feito a pobre e linda garota de olhos azuis como o céu chorar.

— A... — ela não sabia o que fazer. Sim, ela estava desolada e por mais que confiasse a Chat a sua vida, eles não eram próximos assim, não como Marinete e Chat Noir pelo menos. — Eu estou bem. Não é nada de mais. Não se preocupe — disse enquanto enjugava suas lágrimas.

— Tem certeza? Eu sei que não somos próximos nem nada. Mas olha, minha função é ajudar e proteger o povo parisiense e olha que coincidência, você é uma! Então se quiser pode pedir minha ajuda pra o que for, além do mais não gostaria que um akuma aparece e você acabasse sendo akumatizada — disso olhando em seus olhos.

Marinete pensou e percebeu que Chat Noir tinha razão a final de contas, ela era Ladybug. Não poderia deixar-se ser akumatizada, então aceitou a ajuda do gato.

— Provavelmente você não vai entender o que eu quero dizer, mas vou dizer do mesmo jeito já que insiste — Chat Noir observou com cuidado a garota e prestava atenção em cada palavra que saia de sua boca. — Bom... existe um garoto...

— SEMPRE TEM UM GAROTO NO MEIO! SEMPRE! —
Chat disse interrompendo-a e Marinete o olhava com raiva. — Desculpa. Desculpa. Pode continuar.

— CONTINUANDO... tem um garoto, e ele é simplesmente incrível. Ele é gentil, se importa com os outros, é carinhoso, enfim, totalmente amável basicamente, e bom, eu estou apaixonada por ele faz mais de 1 ano e ele nem me nota, ou melhor, para ele eu sou só "uma amiga" — fez aspas com os dedos. — Já tentei esquecer ele mas não dá, eu... já não sei mais o que fazer... — então as lágrimas voltaram a rolar, e quando ela percebeu virou o rosto de forma que Chat não pudesse vê-la. Tudo bem que ele já tinha visto, mas, pra ela, isso acontecer novamente seria a mais pura humilhação e demonstração de fraqueza. — Mas de qual quer jeito você não deve entender. Você é o super herói mais incrível e mais bonito de Paris. Com certeza todas as garotas devem ser a afim de você, obviamente com exceção de mim já que estou presa a outra pessoa a muito tempo e não vai ser fácil esquecê-la.

Na verdade... ele entendia, e entendia muito bem o que ela estava sentindo:

— Ei, na verdade, vou te contar um segredo — ela se virou para ele o encarando confusa. — Eu também estou apaixonado, pela garota mais incrível de Paris, — seus olhos brilharam. — mas infelizmente, a única garota que eu realmente quero, sabe da minha existência, mas não me vê como nada além de um "amigo" também.

Marinete ficou chocada. Não sabia que isso realmente acontecia com o herói de Paris. Então ele continuou:

— Bem, pelo visto nos dois temos problemas amorosos muito parecidos, então... que tal se nós nos ajudássemos?

— Hã? As vezes sou um pouco lerda para entender algumas coisas. Explica por favor.

— Taaaaaaa. Seria o seguinte: já que nós dois temos o mesmo tipo de problema por que nós não nos ajudamos? Por exemplo, todos os dias da semana eu viria aqui a esse horário, depois da minha ronda, e nos podíamos conversar e tentar ajudar um ao outro a superar nossos amores não correspondidos. O que acha?

Ela estava com um pouco de receio. Tinha medo que algo desse errado, como ele descobrir sua identidade como Ladybug, mas ela já não sabia o que fazer e precisava de ajuda, então...

— Tudo bem! Mas acho melhor reduzir a quantidade de dias ou ficará muito cansativo. Fora que eu também sou uma simples garota comum que precisa de espaço ok?

— Hm... entendo, mas já está ficando tarde e você tem aula amanhã, então acho melhor discutimos isso amanhã à noite.

— Pode ser. Então... até amanhã, Chat.

— Até, princesa.

— Eu não concordei com esse apelido — disse frustrada de braços cruzados olhando diretamente pra ele.

— Apelidos não precisam de aprovação!

— Tudo bem então... PRINCESO

— QUE?!

— Exatamente o que você ouviu. Então nem venha reclamar porquê você mesmo disse "apelidos não precisam de aprovação" — disse tentando (e falhando) imitar a voz do gato.

Chat noir não se aguentou: começou a dar gargalhadas como se não houvesse amanhã. Não acreditava que algum dia alguém fosse retrucar uma de suas brincadeiras com outra e ainda por cima usando sua fala contra ele mesmo

— Tá bem princesa. Boa noite. — disse antes de voltar a pular pelos telhados de Paris e ser indecifrável distingui-lo da escuridão da noite

•••

Oi gente, espero que se alguém por acaso estiver lendo essa fic esteja gostando, e queria dar uma explicação:
Nessa fic, a Mari não sabia que os sentimentos do Chat Noir são extremamente verdadeiros em relação a Ladybug, ela achava que era apenas ele flertando com ela para brincar mesmo. Por isso ela acredita que na verdade a sua paixão não correspondida seja alguém na forma civil de Chat Noir

Bom, é isso, obrigada a quem ler.

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