EPÍLOGO

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Não havia nada mais a ser dito. Sim, eles ainda se amavam. Sim, toda a trajetória feita pelos dois foi relevante para suas vidas e deixariam marcas positivas. Infelizmente a vida tem que ser vivida no presente e não no passado, onde as coisas são lindas e quentes.

O carinho sem duvida estaria presente sempre que se olhassem. O amor também, talvez não mais aquele amor passional que soltava faísca sempre ao mínimo toque, quem sabe um amor platônico ou fraternal. Isso o tempo iria dizer. Não é como se fossem se isolar em ilhas ou continentes diferentes.
Ela o abraçou, beijou seu rosto, pegou seus sapatos e foi em direção à porta. Um ritual simples, mas naquele momento uma despedida. Ele apenas arrumou a armação grossa em seu rosto e a esperou sair. O barulho da porta se fechando o fez constatar: ele tinha suas respostas afinal. Não as que ele gostaria ou esperasse, mas as reais.

Ele poderia dormir tranquilo nessa e nas noites seguintes. Tinha fechado um livro, e embora soubesse que precisasse de um tempo para “curar a ressaca”, voltaria a “ler” e “viver” livros novos.
Ela, escutando uma musica qualquer no rádio do carro enquanto dirigia pela cidade como uma adolescente entediada, se sentia leve novamente. Como se os pesos da vida adulta pudessem ser deixados apenas para as segundas-feiras ela iria aproveitar a madrugada do domingo.

O tabuleiro continuaria ali, as peças resistiriam ao tempo, mas há jogos em que não se há necessidade alguma de haver um vencedor. Um empate pode ser uma solução plausível.

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