Para sempre Marias, uma manifestação feminista escrita por mulheres, e também por você, leitora.
Tratando sempre com devido respeito temas do interesse da mulher, e da nossa luta por respeito e direitos iguais.
Contamos com artigos, relatos, dicas...
Oie xuxus!! Olha o queapareceu por aqui, em? Nosso primeiro relato. Vou preservar o anonimato, mas vocêsjá devem saber de quem é esse, hum?
Mais um coisa... O quadro de relato deste livro se chamará "Nós vamos te ouvir!", então, fiquem atentas. Não teremos apenas esse quadro.
Lembrando que, isso é uma leitura sensível. Pode causar gatilhos!! Leia com responsabilidade. Se sentir que será gatilhada(o), não continue a leitura. Pode não ser o seu momento.
Agora bora pro relato (usem o fundo branco para ler).
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Hum... Eu não sei com começar. É complicado dizer, relatar tudo o que aconteceu. Primeiramente, não irei dizer meu nome, mas você já deve desconfiar. Tenho 15 anos e em 3 dias irá fazer 1 ano que fui drogada e abusada.
Dia 16 de novembro de 2019: o dia que me marcou eternamente, e não de uma forma boa.
Eu sempre fui uma menina com muitas "amizades". Sempre extrovertida e adorava uma festa.
Naquele dia, fiz todas as minhas tarefas diárias e depois me sentei no sofá para descansar e mexer no celular.
Visualizando o "status" de um amigo, vi que ele estava em uma festa.
Depois de algum tempo conversando com o mesmo, ele me chamou para encontra-lo lá.
Eu não queria ir sozinha, nunca gostei de sair sozinha, portanto, chamei o meu "melhor amigo" da época. Ele passou em casa e fomos caminhando para a "chacrinha". Assim que eu cheguei vi que não era uma festa "legal", no sentido literal. Estava cheia de adolescentes, bebidas alcoólicas e drogas. Preferi por fim não entrar no salão e fiquei conversando do lado de fora.
Eu estava um pouco triste, então me convenci que meia hora ali não faria mal algum. Depois dos tais 30 minutos me deu sede. Assim, pedi ao meu amigo para o mesmo entrar e pegar um pouco de energético para mim, apenas isso.
Quando estava começando a tomar minha bebida, um homem se aproximou de mim e perguntou se eu queria ficar com ele. Logicamente não querendo, disse não. Como um macho escroto de masculinidade frágil, o mesmo proferiu a seguinte frase: "Isso, nega fogo mesmo".
Depois desse acontecimento, se quer lembro-me de algo claro.
Ao terminar o copo de energético, foi como se algo apagasse dentro de mim e eu não fosse eu mesma.
