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S/N.

Acordo depressa com o barulho do despertador ecoando pelos meus ouvidos. Ainda estava de noite. Os relógios não marcavam as horas corretas.

- Provavelmente a luz teria acabado e voltado. - Pensei.

Então, escutei barulhos no quintal.

Do lado de fora, descobri que o barulho que eu escutava era o balanço. Ele ia e voltada, rápido e enferrujado. Fui até o mesmo, na intenção de para-lo. Mas, uma figura surge entre a neblina.

- Pai? - Pergunto. Ele estava ali. na minha frente. Olhando para mim. - Pai!

Ele não me respondeu. Seus olhos estavam cheios de lágrimas e assim que ele piscou, elas desceram. Seu rosto ficou molhado. Ele sorria genuinamente.

E logo depois, sinto uma pressão gigantesca em minhas costas. Era uma faca, enorme. E aos poucos ela entrava cada vez mais sobre as minhas costas, eu sentia ela perfurar todos os meus órgãos, enquanto lágrimas e meu sangue vermelho-vivo escorria por todo o gramado.

- Eu vou te levar comigo, filha. - Meu pai disse. Rindo. Feliz. Enquanto eu caía sobre as flores mais bonitas de todo o Jardim.

Completamente caída, virei minha cabeça para a porta de casa e lá estava minha mãe, com um vestido bordô que quase escondia os pingos de sangue. Em sua mão, ela carregava a faca. E sua expressão era de satisfação por ter feito aquilo.

- Eu te amo. Estou aqui ainda. - Meu pai diz, pegando em minha mão.

Eu tentei responde-lo. Mas, falhei. Minha voz não saía. Eu estava morrendo. Minha visão escurecendo pouco a pouco. E a última coisa que pude ver foram seus olhos castanhos e seu sorriso reconfortante.

- Meu pai... - Consegui suspirar. Meu último suspiro.


Adeus.

✦𝙃𝙚𝙮𝙤𝙤𝙣 𝙅𝙚𝙤𝙣𝙜 𝙞𝙢𝙖𝙜𝙞𝙣𝙚 Onde histórias criam vida. Descubra agora