Não sou real para você, amor?

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Eu não estava louca, mas minha irmã acreditava que sim. Desde aquela noite, eu não o esqueço. Ele está nos meus sonhos, na minha mente, em tudo que faço e toco. Ele não saía de mim. Diante da louça, a água escorria, e perdida no nada, olhava atenta para a floresta a qual nossa vó dizia nunca ir, nunca desejar ir. 

— O que ela tem? — sua avó questiona. 

— Ela tá assim desde aquele baile. Disse que dançou com um rapaz bonito, duvido! 

— Quer calar a boca? Não tô pedindo para você acreditar. Só fica de boca calada! — diz você, finalmente calando sua irmã. 

—  Eita! Foi brincadeira. Mas você tá estranha, parece que está em um outro mundo. Talvez aquele rapaz quisesse se aproveitar da situação. Sabe que tem pessoas assim. 

— Bom, eu realmente só convidei casais, não alguém que fosse mais jovem e vestisse trajes pretos. Só tinha você naquela noite. — Sua avó pensa — talvez você tenha atraído algum espírito vagante, que estivesse atrás de uma noite. 

— Olha, eu sei o que vi, vovó. E também, ele parecia tão real… — disse eu, inconformada com o que ela acaba de dizer.

— De qualquer forma, não saia de perto de casa. Sabe muito bem o que tem por essas bandas! 

— Já terminei a louça, vou subir. 

Áquele assunto martelava minha cabeça. Talvez fosse mesmo um espírito? Mas também procurava respostas concretas, seria impossível, já que senti seus braços em volta da minha cintura, sua respiração bem perto. Me recusava a pensar coisas erradas, mas vovó sempre falava de coisas assustadoras — se era para assustar, estava dando certo. 

[...]

Conferiu se seus sobrinhos dormiam bem, você estava exausta, então foi um alívio ver que eles dormiam profundamente, era provável que fossem lembrar da história pendente. Antes que seu corpo caísse  na cama, viu pela janela a escuridão tenebrosa que banhava a floresta. Se o O rapaz fosse mesmo um fantasma, teria vindo daquele lugar bizarro? Era obsoleto. Não poderia ser mesmo, um espírito vagante? Mas do que estava atrás, afinal? De uma noite ousada? Eram suas teorias. Seus sentimentos eram claros — queria ver novamente o rapaz mascarado. 

Suspirou fundo, cobrindo seu corpo com a coberta quentinha, tricotada pela sua avó. Fechando seus olhos levemente, sentiu uma sensação ali, talvez, sendo vigiada. Não temia destas coisas, mas nunca ousou duvidar. Tal sabia que existia coisas de outro mundo. Seu corpo levantou bem olhando o escuro eminente em seu quarto, e nada tinha ali. Alguns dias haviam se passado, junto àquela sensação de ser observada havia piorado. Houve noites que você não pregava os olhos, mesmo sendo valente. Sua avó e irmã continuaram  duvidando da noite do baile, não tinha o que ser feito — era perca de tempo, até resolveu fazer outro baile, só para ver se o mascarado daria as caras.

Em uma tarde qualquer se divertia com seus sobrinhos de bola. A pequena, teria jogado a bola para longe fazendo a mesma ir para dentro da floresta. Dizendo aos pequenos que logo voltaria com a bola e que eles não te seguissem, entrou dentro da floresta. As folhas das árvores caíam por segundos, era uma cor acinzentada e escura ali, nublado, contudo, era bonito também. Até onde daria aquele fim? Começou a procurar a bola, naquela imensidão. Estava frio também. 

Seu coração disparou tão rápido, se inebriando com o perfume conhecido do rapaz. Logo virou - se e viu aquela figura não tão longe, de preto. Suas lembranças despertaram como um feixo de luz. Era o rapaz da noite do baile. Você sabia por conta da máscara e a capa que cobria também, sua cabeça. Claro que era ele. Você deu passos mais calmos, indo até ele que permaneceu ali, perto da grande árvore. Chegando lá, se estremeceu quando o mascarado se ajoelhou diante de você, com a cabeça erguida. Apenas via os olhos escuros, era ele mesmo. Você levou suas mãos retirando a capa que cobria seus cabelos, e de atrevida, acariciou seus fios escuros e longos. Seus dedos deslizaram por trás do laço da cabeça, lentamente segurando a máscara com cuidado, a tirando bem devagar. 

Se perdia na singularidade de seu rosto, e de como o rapaz era perfeito. Possuía uma beleza única. Seus olhos permaneceram fechados. Você deixou a máscara de lado, e tocou o rosto macio do jovem. E o quanto almejou a beijar aqueles lábios. Sentiu cada detalhe na ponta dos seus dedos, também queria saber o que escondia debaixo daquela roupa. Com certeza, não era algo decepcionante! Se sentiu mais ainda envolvida assim que o moreno abriu seus olhos , ainda ajoelhado, ele levou seu olhar para seu decote que não era vulgar, percorrendo seu olhar profundo por todo o seu corpo, você ficou extremamente excitada. 

— Minha avó duvidou,  disse que você era fantasia da minha cabeça… — murmura. 

— Você desejou tanto, me chamou por seus pensamentos, aqui estou eu. Não pareço real para você, amor? — ele te prendeu tão rápido contra a árvore. Sussurrando contra seus lábios. Agora, era ele quem acariciava seus lábios e braços — Estive aqui, em todo lugar que você ia, eu estava lá te protegendo. Ainda estou. 

— Esteve no meu quarto? — pergunta mais aliviada — Mas me diga, qual o motivo? 

— Você avassalou meu coração. — sua voz escapa mais manhosa te causando um desejo imenso — Não paro de pensar em você. 

— Se diz mesmo essas coisas, porque andou se escondendo ? Poderia ter me dito muito antes de me deixar assustada!

— Mil perdões por isso, meu amor. — Suspira fazendo carinho em seu queixo — Medo de ser rejeitado, pois já aconteceu de me seguirem e tentarem me matar.  — seu olhar se tornou preocupado — Mas vi que era uma mulher, mas não qualquer mulher… A qual devo confiar! Você possui  sentimentos verdadeiros, doces e gentis. É tão fascinante! Está me deixando bêbado de amor. — ele roça seus lábios nos seus te fazendo fraquejar — O tempo em que fiquei aqui, te observando, te protegendo,  me fez se envolver profundamente… Me fez se apaixonar! 

E o leão se apaixonou pela sua presa.

Suas palavras doces me fizeram sentir a paz interiormente, se sentir amada e protegida. Nem nós conhecíamos direito, e o rapaz dizia estar apaixonado, assim como eu poderia estar. 

— Não sei o que dizer. — rapidamente o rapaz me coloca contra uma árvore ali, ele estava perto demais, não havia um espaço entre nossos corpos, o moreno não desviava seu olhar por nada. 

Sentir seus lábios eram como o vento frio, contudo, tão acolhedor. As diferentes sensações que invadiam meu corpo, faziam meus desejos serem profundos. 

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⏰ Última atualização: Dec 02, 2020 ⏰

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