Feiticeiro { Jikook }

🔮|• Feiticeiro 01

Pela noite antes de cada dia, eu sempre faço planos para a próxima manhã, estes são... me banhar no lago atrás da minha casa, regar as minhas ervas medicinais, e logo em seguida ir para o Rio Arcdunus curar alguns animais feridos por humanos.

Não, eu não sou uma fadinha que cura animais e que cura plantas mortas, porém eu também não sou um bruxo que sai matando todos que eu vejo pela frente. Eu tenho coração e também gosto do que faço.

Estava tudo bem até aquele momento, é eu disse estava né. Eu percebi que não estava tudo tão bem assim quando todos os animais correram para diferentes direções, seria um predador ou humanos.

Me levantei da pedra onde estava sentando e caminhei até a beirada do lago, lá era o ponto mais alto, eu podia ver tudo dali, e foi ali que eu o vi, um humano, como eu havia pensado.

Todos sabiam que aquela parte da floresta era proibida para humanos, e toda minha raiva estava começando a ser posta para fora no momento em que vi aquele garoto ultrapassando a barreira de pedras. Nenhum humano, nenhum mesmo, podia ou tinha coragem de entrar naquela parte da floresta, porque? Porque eu vivia ali.

— Tem alguém aí? — O garoto grita na ponta do lago. Ele é burro?

Foi a primeira coisa que pensei, para ter atravessado da barreira e ter chegado próximo ao lago, com certeza ele deve ser burro.

— OOOi eu vi que tem uma casa ali — Ele grita mais alto e eu volto para trás das árvores.

Meus olhos instintivamente tomam uma coloração roxa e aos poucos eu pude sentir meu rosto queimar, assim aparecendo as pequenas cicatrizes parecidas com raios embaixo dos meus olhos. Eu não faço a mínima ideia do porque aquele garoto ter atravessado a barreira por vontade própria, porém, nem mesmo ele vai ter a chance de se explicar.

Porque eu odeio tanto os humanos? É uma longa história, mas resumindo...

A minha mãe também era uma feiticeira e meu pai, um mago das montanhas, eles foram mortos na guerra, por humanos, eles eram totalmente inocentes, foram expulsos da cidade justamente por serem o que eram, sendo mortos na floresta apenas por estarem ali.

Eu vivo sozinho desde então, desde muito novo eu tive que aprender a caçar sozinho, a domar meus poderes sozinho, a me cuidar. Eu tinha apenas 7 anos quando eles foram tirados de mim.

A minha mãe uma vez fez uma casa na árvore pra mim, e foi ali que eu fiquei uma semana inteira enquanto a guerra acontecia naquela área. A casa estava escondida, e graças ao feitiço da minha mãe, hoje eu estou vivo.

Aos 15 eu saí daquelas terras e vim para as baixas, foi aqui que eu construí minha casa, minha horta, e dei um nome ao Rio cristalino. Arcdnus. Significa puro, puro cristalino, puro de negatividade, puro de tudo.
Todos os animais, fadas e bruxos respeitam aquele Rio, até mesmo antes de eu nomeá-lo. Nenhum animal se banha nele, nenhum bruxo bebe da sua água. Nenhum humano se aproxima da sua água.

E foi com todo o meu sangue fervilhando que eu saí do meu esconderijo. Meus olhos mostravam ódio, minhas mãos queimavam em fogo enquanto meus pés pareciam flutuar sob a água.

— F-feiticeiro — Se não fosse por toda aquela área em silêncio eu com certeza não teria escutado seu sussurro.

O garoto que estava abaixando na beira do lago até pouco tempo agora se encontrava longe do mesmo. Havia caído para trás e se arrastado até estar longe da margem.

— Se sabe quem eu sou e onde está, como ainda se atreve a vir até aqui ? — Falo e minha voz ecoa por todo lugar.

— Perdão... e-eu não s-sabia..