Caixa de Nekos

Sobre banhos e bêbados que não param em pé

[..Akaashi..]

Sábado 4:05 a.m

Eu já havia terminado a imobilização da pata traseira do felino, o ferimento não era algo grave, mas poderia piorar caso ele continuasse movendo a pata. Percebi enquanto cuidava dele que mesmo estando machucado ele era extremamente animado, claro que isso havia dificultado um pouco na hora de cuidar do ferimento dele, mas de certa forma me animava com a sua fofura.

No momento estava deitado no sofá com o gatinho em cima da minha barriga, fazia um carinho na sua nuca e atrás das orelhas, seus pelos eram tão macios e me dava vontade de apertá-lo igual a um bichinho de pelúcia, queria poder ficar a noite inteira o acariciando porém já estava tarde e logo eu acabaria dormindo no sofá, então peguei ele, apaguei as luzes da sala e fui em direção ao meu quarto.

Não tenho uma caminha de gato por isso deixei com que dormisse na minha cama, quando estava quase pegando no sono sinto dois braços em minha volta, pera, o que?! Como assim dois braços em volta de mim?! Abri os olhos e tomei um susto e ainda que estivesse escuro pude ver um cara do meu lado, que era no caso o qual me abraçava.

Afastei-me rapidamente, talvez teria sido melhor se eu tivesse calculado quanto faltava para a beirada da cama porque cai de bunda no chão, levando uma parte do cobertor junto e acordando o tal homem.

— Akaashi? — Ele estava confuso ao me ver no chão, sua cara fofa de sono quase desviou minha atenção, mas logo voltei a focar no fato que havia um estranho na minha casa.

Peguei a coisa mais próxima de mim para ameaçá‐lo, para meu azar a coisa mais próxima era um cabide, ok eu sei que meu quarto não é lá um dos mais arrumados, mas o que um cabide estava fazendo no chão?

— Q-q-q-quem é v-você?

— Hum? Aé, você ainda não me viu na minha forma humana né? Prazer eu sou o Bokuto! — Ele estendeu a mão em um cumprimento, mas eu só conseguia o encarar extremamente confuso. Com algum esforço Bokuto sentou-se na cama, e eu pude ver uma de suas pernas engessada, será que eu estava apenas tendo um sonho estranho? Poderia facilmente ver suas características semelhante as do gato que eu havia cuidado, mas isso era impossível...certo?

— C-como? — Eu o olhava assustado e questionador ao mesmo tempo. Me levantei, precisava ver isso mais de perto, ter certeza do que estava na minha frente, cheguei perto o suficiente, os olhos, a cor do cabelo, a perna que estava engessada, tudo lembrava o gatinho, mas como isso era possível? De algum jeito ainda não conseguia acreditar nisso.

— Quer que eu mostre para você? — Ele perguntou e antes que eu pudesse responder orelhas de gato e um rabo apareceram. Agora sim não restavam dúvidas, aquele era realmente o meu gato.

Toquei as orelhas dele, que se arrepiou.

— Então você é humano mas também é um gato? Isso sim é interessante — Comecei a analisar tudo que podia, isso com certeza era algo muito raro e interessante, eu tinha sorte de ter conseguido uma chance para estudar esta criatura.

— Akaashi... Eu estou com sono — ele tocou uma de minhas mãos que mexiam no seu rosto, lembrei-me do horário e da situação que a alguns momentos eu havia me esquecido.

— Claro vamos dormir, só me diga, como sabe meu nome? — Um detalhe que só havia prestado atenção agora, não me lembrava de ter lhe dito meu nome.

— Quando estávamos na rua um dos seus amigos havia o citado, minha memória é muito boa! — Ele fechou os olhos e mostrou um sorriso orgulhoso em meio a expressão sonolenta.

— Certo, então posso te fazer uma proposta? — Vi ele concordar com a cabeça, ele tinha uma expressão de curiosidade estampada no rosto — em troca de você morar comigo eu poderia fazer alguns estudos sobre você? — Ele agora parecia receoso — Não seria nada demais, só para eu saber como seu sistema funciona — Tentei explicar melhor e ele ainda parecia em dúvida sobre aceitar ou não — Eu prometo que não vou te machucar — estendi meu mindinho para selar a promessa.