quatro

2.3K 280 623
                                    

A única pessoa que já tinha falado eu te amo para Holden tinha sido o irmão dele.

Bronte, apesar de ser um lufano, não era a pessoa mais amigável ou amorosa do mundo. Na verdade, na maioria das vezes ele era muito frio e passivo agressivo, com uma tendência a ser extremamente grosso com as pessoas de quem não gostava – e ele não gostava de muita gente. A maioria das pessoas que ele conhecia, na verdade. Ele podia ser bem irritante e falar exatamente o que ele sabia que iria magoar, atacando o ponto fraco dos outros.

Ele ainda era ridiculamente leal. Uma vez que ele era próximo de alguém, ele morreria e mataria por eles.

E ele era a única pessoa em toda a vida de Holden a já ter o dito eu te amo. A única pessoa a ter feito Holden se sentir amado e o ensinar o que aquelas palavras realmente significavam.

Quando eles eram pequenos, tinha sido Bronte que Holden procurava de noite quando tinha pesadelos, abraçando o seu cobertorzinho de cobrinhas e fungando baixinho, pedindo timidamente por uma historinha para dormir. Quando ele era ainda mais novo, era atrás de Bronte que ele ia quando mijava na cama, porque ele sabia que Bronte não iria o bater, só o abraçar enquanto Holden chorava de tanta vergonha.

Foi Bronte que o contou sobre Hogwarts, estava lá com ele quando Holden recebeu a sua carta e levou Holden para o Beco Diagonal para comprar o material escolar, apesar de Bronte só ter dezessete na época e não deveria ter aquela responsabilidade toda. Foi para Bronte que Holden admitiu ser gay também, muito antes até do que de Cynthia ou qualquer outra pessoa. Os pais deles ainda nem sabiam e provavelmente nunca iriam saber. Não importava. Não quando Holden já tinha aceitação de Bronte.

Bronte era a única pessoa que se importava com Holden, que cuidava dele e que provavelmente o impediu de morrer de fome quando Holden era pequeno demais para cozinhar para si e seus pais esqueciam que ele tinha que ser alimentado. Merlin, Bronte era a única pessoa a ter criado Holden, quando os pais dele não poderiam se importar menos com os seus filhos a não ser quando estavam gritando com eles.

Sendo completamente honesto, Holden não se importava com o jeito como os seus pais tinham o tratado.

Tinha doído na época, quando ele ainda não entendia porque eles não amavam Holden, mas agora ele não pensava nisso quase nunca e se eles só tivessem o machucado, Holden provavelmente iria ter os perdoado e os desejado uma ótima vida bem longe de Holden. O que eles tinham feito com Bronte, porém, o enchia de raiva. O fazia aliviado e até um pouco feliz pensando em seu pai apodrecendo em Azkaban.

Holden não era uma pessoa muito acostumada com sentimentos negativos e intensos como aquele, sempre o tipo que perdoava e esquecia e deixava outros o machucar sem falar nada. E, ainda assim, ele amava tanto o seu irmão que, mesmo sendo muito mais velho e mais capaz, Bronte ainda o fazia sentir uma vontade de proteger quase sufocante, um ódio avassalador quando Holden se lembrava dos adultos que deveriam ter protegido ele, mas tinham na verdade feito o oposto.

Eles eram próximos. Mais próximos do que Holden já tinha sido de qualquer outra pessoa e, tanto quanto Holden gostasse de Draco, não havia nem comparação quando se tratava do seu irmão e da ligação que os dois tinham.

Grudento como Holden era, não surpreendia ninguém que ele e Bronte mandassem tantas cartas um para o outro, morrendo de saudades e mal aguentando toda aquela distância.

Costumava ser literalmente todo dia, mas aí Parkinson ficou zombando de Holden e pegando as cartas dele para poder as ler em voz alta e rir do quão corado ele ficava, então Holden mudou para uma vez a cada três dias, o que os outros alunos consideravam um pouco mais normal, só achando que Holden tinha pais bem super protetores e que queriam se manter informados o tempo todo.

dare me,  RONY WEASLEY  ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora