cinco

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Harry Potter era o Menino Que Sobreviveu.

Era uma piada entre os sonserinos mais novos que ele na verdade era um grande imã para problemas que tinha sido transfigurado em um humano em algum momento e nunca conseguiu voltar ao normal. O próprio Holden duvidava que Potter fosse realmente um herói e não só um menino qualquer muito confuso com a sua fama, mas isso não mudava o ponto principal.

Ele tinha matado Você-Sabe-Quem. Ele era a única pessoa a já ter sobrevivido um Avada Kedrava.

Para os adultos, Potter tinha os mostrado paz e esperança depois de anos de dor e perda e sangue derramado. Para as crianças, ele era a razão para que todos eles aprendessem sobre a guerra ao invés de ter que a viver.

Não apenas haviam dezenas de livros escritos só sobre a história de Potter, mas pelo resto da eternidade, ele teria um capítulo em todos os livros de história a serem escritos. Pelo resto da eternidade, toda criança bruxa iria saber o nome dele, visto como uma lenda mais do que como uma pessoa de verdade, o protagonista de todo aquele século, tão conhecido quanto os próprios fundadores de Hogwarts.

Hermione Granger era o maior gênio a já ter pisado em Hogwarts.

Ela era uma nascida-trouxa. Só tinha aprendido sobre magia com onze anos e ela só pôde começar a treinar seu poder depois disso, muito depois do que qualquer sangue-puro e da maioria dos mestiços.

Ela estava atrasada, terrivelmente atrasada, e Holden sabia, por causa do que ele viu no seu primeiro ano, que muitos nascidos-trouxas demoravam meses para se acostumar. Alguns demoravam anos e alguns nunca nem conseguiam, sempre sentiriam falta da outra vida deles ou tentariam desesperadamente se acostumar com essa nova sociedade só para descobrir que não conseguiam se encaixar completamente.

Granger tinha conseguido. Granger tinha feito muito mais do que só se encaixar. Ela tinha ultrapassado todos os puro-sangues com anos a mais de experiência, ultrapassado até os puro-sangues que eram muito mais velhos do que ela.

Porque Granger, ela era inteligente. Inteligente de um jeito que era muito afiado e muito ameaçador, que assustava todos ao seu redor e fazia Holden abaixar os olhos e ficar inseguro só de pensar nela.

Todo mundo em Hogwarts sabia o nome dela. Todo mundo sabia que um dia ela seria tão conhecida no Mundo Bruxo quanto Potter.

Talvez fosse por isso – por causa dos amigos tão incríveis que ele tinha e como Rony acabava sendo conhecido só como o amigo idiota, mas de bom coração do Potter – que fosse tão fácil para as pessoas se esquecerem que Ronald Weasley era um gênio do xadrez bruxo.

Ainda mais fácil era se esquecer que, apesar de não ser da mesma maneira que Granger, havia muita estratégia e inteligência que alguém precisava ter para ganhar tantos jogos quanto Rony ganhava.

Holden nunca, nem por um segundo, tinha se esquecido isso.

Só porque Rony claramente achava que ser engraçado era muito mais importante do que ser super esperto, isso não queria dizer que ele não sabia usar seu cérebro quando precisava, ou que ele não tivesse uma série de cartas na sua manga. Holden sabia disso. Holden não duvidava dele.

Então, sério, Holden não deveria ter ficado tão surpreso por não ter conseguido enganar Rony – mas, estupidamente, ele ficou sim. Ficou completamente chocado, na verdade.

Sem palavras.

Holden não respondeu. Rony o encarou, os olhos queimando com raiva e expectativa, mas Holden não ousou tentar se explicar ou se justificar, porque ele sabia que estava do lado errado. Rony pressionou seus lábios numa linha fina, mas o silêncio continuou, pesado, se arrastando através do segundos. Ele era, de certa maneira, muito mais gritante do que qualquer resposta que Holden poderia dar. Uma grande prova de que Holden era o culpado e ele sabia muito bem que era.

dare me,  RONY WEASLEY  ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora