Imprevista noite.

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Ainda insisto em usar aquele mesmo perfume que você me deu no nosso primeiro encontro. Você vestia um jeans surrado com uma blusa longa da minha cor favorita. Já eu usava um vestido azul petróleo para combinar com a imensidão escura presente no seu olhar. Comemos Spaghetti em uma noite de sábado enquanto todos ao redor nos olhavam em razão da sua risada totalmente indiscreta ao limpar um resto de molho que eu havia derrubado na roupa. A caminho de casa lembro-me de cada toque mas também das vezes em que sua mão saia do volante e encostava na minha. De súbito eu sentia um arrepio mesmo sabendo que ela era tão gelada. A total certeza naquele momento era de que a minha mente nunca ia esquecer que o jeito da sua despedida só fazia aumentar a vontade de não te soltar nunca mais. Quando você passava levemente as mãos pelas pontas do meu cabelo castanho claro e colocava seus lábios nos meus, eu sussurrava que você seria pra sempre meu. Eu queria ter te dito que até o pra sempre uma hora acaba. Eu queria ter dito à mim onde estaria agora. A real é que estou bem aqui, e ainda insisto em usar aquele mesmo perfume que você me deu quando pertencíamos um ao outro.

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