Eu podia apenas não começar isso. Prolongar isso. Só que eu sou fraca. Deus, como eu sou fraca.
O que fazer quando foi o melhor fraquejo que já sucumbi?
A vida é intensa. Os sentimentos são intensos. Eu mesma sou intensa.
Mas nada me preparou para isso. Para o que eu sentiria.
Não, não acredito em amor/paixão à primeira vista. Não deixei de não acreditar. Até porque não se encaixaria exatamente bem neste caso.
Tem gente que fala de almas gêmeas e eu não deixo de pensar como é engraçado isso. Eu também não acredito nisso. Acredito, sim, que duas pessoas podem ser destinadas, por que não? Mas elas serem gêmeas estragaria tudo.
E você não foi um perfeito gêmeo. Longe disso.
E foi o que eu mais gostei em você, como há semelhanças diferentes em nós dois.
Só que eu prometi, meu bem, há muito tempo, antes de sequer cogitar conhecer alguém como você, que jamais me rebaixaria a um nível que me deixasse desconfortável. Você vale a pena? Sim, mais do que eu gostaria. Mas cometo meu primeiro ato de amor próprio em me deixar ir.
Porque eu não mereço ser "o número dois". Tem várias palavras para isso, na verdade, muito se fala sobre isso. Jamais me submeteria a ser sua segunda escolha. A escolha que sobrou.
Não, não. Nada de bom poderia vir disso, nós bem sabemos.
E eu sei, tenho certeza, na verdade, do que fará. Você não vai acabar tudo. Não sei o quão sincero será, mas sei que está disposto a superar isso e ficar. Ficar onde está.
E não pense nem por um segundo que me zango ou te culpo por isso. É amor. E eu não me intrometo no meio do amor. Eu o floresço. Dessa vez, rego seu amor com minha partida chuvosa.
É que estava bom demais para ser verdade também. A vida é bem previsível, nós que nos deixamos cegar e negar.
Estava a escutar músicas para viajar minha mente para longe de você e a que tocou foi uma sobre um amor de verão que acabou junto a estação.
Bem, não fomos um amor de verão realmente; mas a verdade é que foi um sentimento quente como um verão com os sóis mais lindos. Então, de certa forma, podemos dizer que vivemos um sentimento intenso de uma só estação.
No caso, um só segundo.
Antes eu costumava pensar que o tempo que passamos juntos foi mais extenso do que realmente marcava no relógio. Hoje, eu percebo como foi um suspiro. Um piscar de olhos.
Engraçado como foi o segundo mais intenso que já vivi.
E a potencialidade de até onde isso poderia me levar me frustra loucamente.
No entanto, meu bem, nós bem sabemos que nenhum verão dura para sempre.
O nosso também. Afinal, por que seria diferente?
Há um trecho específico de outra música que me fez sentir e conectar a você: "This love calling my name, get out of my veins."
Agora me explique como você se acomodou tão rápido aqui dentro. Tão fácil. Como se sempre tivesse pertencido àquele lugar. Como se fosse para ser exatamente bem.
O possível sentimento avassalador e que poderia mudar nossas vidas está a me chamar. Chamando repetidamente.
Sunny. Sunny. Sunny.
Eu nem ao menos pude ouvir a você me chamar em voz alta, mas escuto essa maldita emoção em minha cabeça, me implorando para ceder.
Eu não vou.
Mas isso não significa que não possa sentir. Não possa escrever. Porque escrever é a única coisa que alivia.
A única.
Além de você.
E eu não tenho mais você. Não que seu seja presunçosa ao ponto de ter delirado sobre você ter sido meu.
Não. Na verdade, eu jamais criei ilusões ou expectativas para isso, meu bem.
O universo é hilário, não acha?
Me pergunto qual a necessidade de brincar com nossos sentimentos dessa forma. De cruzar nossos caminhos. De sermos espertos o suficiente para entender a linguagem que surgiu no coração.
Ela nos incendiou por dentro. Somente para apagar o fogo em um estalar de dedos.
O tapete foi puxado bruscamente.
Só que nunca foi para ser.
Então por quê?
Por que fazer isso comigo?
Você vai ficar bem. Eu sei. Eu sinto.
Mas e eu?
Não acredito em amor. Não voltado a mim. E você não chegou a me amar, mas com certeza o que quer que tivesse para me dar seria o suficiente.
Não acho que terei tamanha oportunidade preciosa novamente.
Se foi.
E me diriam: "você é jovem, há muito ainda para sentir".
Oh, sim. É claro. Há tudo para sentir ainda. Obrigada por desanimar!
Mas eu não esperaria diferente. A dor precisa ser sentida. Faz parte do equilíbrio universal.
"Eu não vou ceder. Eu não vou ceder." — repito sem parar.
Porque se eu te ler mais um pouquinho que seja — a cada palavra o coração bate mais forte, eu não vou conseguir.
Não vou conseguir seguir. E vou continuar a alimentar esses sentimentos errados.
É tão errado assim desejar ter alguém que me queira por quem eu sou?
É tão errado assim desejar você?
Não precisa responder, eu sei que é. E talvez isso devesse me aliviar, já que se é errado, não vai se alimentar sozinho.
Será?
Estou cansada de viver entre os "e se?".
Cansada. Cansada de romance.
Se não foi para ser com alguém como você, o que eu posso merecer?
Arrependimento não há. Cada palavra valeu a pena. Sim, pelo menos eu pude ver que há esperança para esse mundo, porque existem pessoas como você. Eu sei que o mundo é um lugar melhor de se viver por você existir exatamente assim.
Do jeitinho que você é.
(Eu provavelmente ainda vou adicionar mais aqui, mas por enquanto está o suficiente. E vou fingir que te enviei, porque não quero deixar de me compartilhar com você. Só que, infelizmente, não vou poder esperar pela sua resposta. Aqui e agora, digo adeus as borboletas ansiosas boas que você me presenteou. Que elas voem livres, assim como você.)
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um panapaná de ansiedade por você.
Non-FictionPrimeiro, foi tudo que eu não tive coragem de voltar e te dizer. Agora, é tudo que eu não posso mais te dizer. [Nosso nós que nunca existiu desde que se formou sempre foi transparente. Agora, o nó foi desfeito e passa a tomar outra forma: a das omis...