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POV Sabina Hidalgo Pano

Levantei e fui pro meu quarto, bateu uma tristeza da porra, saudades de quando meus pais eram presentes, ou nao, porque são chatos, fui ao banheiro, peguei uma lâmina e me cortei, meus pulsos pingavam sangue, mas aquilo aliviava minha dor emocional de uma forma física

Depois lavei meus pulsos e coloquei um moletom largo, e então desci pra comer o resto de brigadeiro de ontem

Comi e fui lá fora, sentei perto da piscina e fumei, no início fumava por modinha, influência dos outros, mas com o tempo virou um vício, até hoje fico Puta com o fato de eu ter ido nas ideias dos outros

Fumei e nem na metade do cigarro Noah aparece ao meu lado

- que foi?- pergunto e ele se senta ao meu lado em uma das cadeiras

- faz mal fumar- fala e eu olho pra ele

- já fumou?- pergunto e ele assente- e você não gostou?

- até que sim, mas não continuei, pra não virar um vício

- foi uma ótima escolha- falo e rio baixinho

Terminei o cigarro e joguei a bituca no LIXO, e voltei ao lado do Noah, que me olhou confuso e fiquei sem entender, olhei meus braços, o sangue passou pra blusa, que era cinza, e ele me olhou de volta

- estende seus braços- pede e nego- vai logo

Estendo e ele levanta a blusa, e me olha sem expressão, e segura minha mão me puxando pra subir, sem falarmos nada ele lavou meus braços e fez uns curativos amadores

- por que fez isso?- pergunta quando nos sentamos na sala

- eu... bom... é que eu tenho saudades de quando meus pais estavam aqui, a alguns anos eles eram presentes, estavam sempre aqui, mas de um dia pro outro não são mais- falo e ele segura minha mão

- mas eu estou aqui, pro que você precisar, se quiser conversar eu sempre estou aqui Sabina- fala e beija minha mão

- obrigado Noah, mas não é simples assim, eu falar com você não vai anular minha saudade ou minha tristeza- falo me virando pra ele

- mas conversar ajuda muito, colocar as coisas pra fora faz bem- diz e concordo

- tá bom, qualquer coisa eu converso com você Noah- falo e sorrio, de maneira falsa mas convenceu, fazendo ele sorrir de volta

Sai dali e fui pro quarto, queria tocar piano, isso me distrai e acalma, toquei um pouco, umas 3 músicas fáceis, e me deitei na cama, olhando pro teto na esperança disso acabar, dessa tristeza ir embora, mas não foi, e sei que não vai

- Sabina? Você tá bem?- pergunta entrando

- obrigado por bater na porta- falo irônica- tá tudo ótimo, não se preocupe Urrea

Ele se deitou ao meu lado olhando pro teto também, em silêncio, e ele quebrou o silêncio

- tá bem mesmo?

- não, mas vou ficar- falo sincera

- porque não está bem?- pergunta e olho pra ele

- muitas coisas, meus amigos me acham maluca, me dão raiva só, meus pais são... ausentes, eu gosto de mais um primo, mas é meu PRIMO, e eu não aguento mais- falo sincera e ele me olha

- seus amigos são falsos, meus tios são filhos da Puta e se eu fosse você investia no primo, ele é gato- fala e eu rio- quer dizer que gosta de mim? Ou tem mais um primo?

- é você mesmo Noah- falo e ele sorri

- sem querer ser convencido mas... eu sabiaa- fala me fazendo rir

- é difícil ficar triste com você sabia?- falo e ele me sorri convencido

- me dá uma chance Sabina, você nem tenta fazer isso dar certo- pede e encaro ele

- eu já tentei, com outra pessoa, e ele morreu Noah, não foi minha culpa, mas um tempo depois da morte eu falei pra minha família, e até hoje tenho pesadelos com meus pais me batendo Noah, não sei se posso tentar de novo- falo e ele suspira

- ele não tem que saber Sabina, mas se não está pronta eu entendo- fala e sorrio

Caraí, que garoto incrível, ele me faz mais feliz, mas de qualquer maneira isso não passa...

𝘧𝘰𝘳𝘨𝘪𝘷𝘦 𝘮𝘦 𝘕𝘰𝘢𝘩... | 𝘶𝘳𝘳𝘪𝘥𝘢𝘭𝘨𝘰Onde histórias criam vida. Descubra agora