"A noite trás sentimentos angustiantes"- Parte 02

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– A gente pode deitar agora se você quiser.

– Está com sono não é?

– Estou, até demais se quer saber.

– Então vamos. - Falei pegando em sua mão e subimos pro andar de cima.

– Eu não durmo faz quatro noites. - Falou ela já se enrolando nos cobertores felpudos, enquanto eu fechava a cortina.

– Por causa daquilo. - Falei completando, mas fez parecer mais uma pergunta pelo modo que me expressei.

– Sim, eu estava com medo.

– E agora?- Falei me cobrindo com o lençol.

– Não, você me protege.

– Sim eu te protejo, mas sabe que é uma das pessoas mais poderosas que conheço. Não é você, que não precisa de ninguém pra te proteger?

– Não preciso, eu não tenho medo de quase nada, mas todo mundo tem medo de alguma coisa. Eu só consigo lembrar das coisas ruins que ele fez, eu não tenho reação, eu sinto só medo, como eu agia quando criança.

– Se você quiser, eu te ensino a meter a porrada nele. - Falei me abraçando a ela.

– A lutar?

– Sim, não sabe?

– Apenas com armas e feitiços, mas corpo a corpo eu não sei.

– Certo. - Falei me sentando na cama e retirando a camisa. - Você se importa?- Falei lembrando que eu não estou sozinho.

– Não, claro que não, o que e bonito tem que ser apreciado.

– Sempre você tem que falar algo assim, não é. - Falei me deitando ao seu lado, enquanto ela virava de frente a mim.

– Está calor pra você? Ou eu que estou morrendo de frio?

–É apenas costume.

– De dormir sem camisa?

– Eu durmo de cueca, mas eu não vou ficar quase pelado com você.

– Eu já vi você de cueca.

– Vai dormir Lily.

– Lily?

– Você me chama de Az.

– Faz sentido. Então boa noite, não vai embora está bem. - Falou virando de costas pra mim.

– Boa noite amor. - Foi o último diálogo que aconteceu entre nós, pelo menos nessa parte da noite.

Ela dormiu rapidamente, mas só depois de segurar minha mão pra ter a certeza que eu não a deixaria sozinha. Eu a observei dormir, ela se mexeu algumas vezes mas depois ela parou, mas só quando colocou suas pernas sobre mim e a cabeça em meu ombro, sem contar em sua mão me agarrando fortemente, eu não iria fugir mas isso é apenas segurança. Ela estava com medo, principalmente depois que ela acordou assustada e gritando depois de um pesadelo.

– Me solta!- Berrou ele tirando minha mão de seu corpo e indo pra longe de mim no colchão.

– Alyce, tudo bem? - Falei me sentando assustado na cama.

– Azriel!? É você?

– Sim amor, sou eu.

– Ainda bem. - Falou pulando em cima de mim e me abraçando fortemente,  enquanto eu sentia seu corpo tremer.

– O que aconteceu?

– Ele... Eu tive um pesadelo e ele estava aqui no quarto.

– Ele não está aqui, só eu e você.

Dancing - AzrielOnde histórias criam vida. Descubra agora