Capítulo 3

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(Nota: Acho que no capítulo anterior ficou uma coisa incompreendida em relação a uma mulher estar num presídio masculino. Eu andei a pesquisar na net sobre isso antes de começar a escrever a fic, e em algumas penitenciárias há de facto mulheres e homens juntos, e por vezes até crianças! Ava é considerada a mulher mais perigosa dos EUA e foi enviada para a pior e mais perigosa prisão. Se não me engano, a penitenciária de Louisiana está no top 10 das mais perigosas e violentas (na vida real!). Como repararam nestes capítulos ela estava sozinha numa cela, mas a superlotação obrigou aos guardas a meter o novo criminoso na cela mais vazia. Por isso, quem tinha duvidas em relação à mistura de sexos, espero que esteja esclarecido.)

   O tabuleiro com comida estava nas minhas mãos enquanto eu caminhava em direção a Richard, que estava às risadas com os seus colegas de cela. Cutuquei no seu ombro, chamando a sua atenção. A sua gargalhada cessa e este faz sinal aos companheiros que tinha que sair daquela mesa.

   Sentamo-nos o mais isolados possível dos prisioneiros e dos guarda, para que pudéssemos conversar mais à vontade.

   "Antes que comeces a falar," Levanto a minha mão em aviso. "Preciso de te contar uma novidade."

   Ele assente e juntas as suas mãos em cima da mesa, entrelaçando os seus dedos.

   "Tenho um novo companheiro de cela," Afirmo. "Adivinha quem é."

   "Não me digas que é o psicopata do garfo." A sua boca cai e ele esforça-se para não se rir.

   Assinto com a cabeça de forma exagerada e este risse. Levo duas garfadas à boca.

   "Ele não me deixou dormir a noite inteira." Comento.

   "Não se fala de boca cheia, dispenso ver o teu bolo alimentar." Richard faz uma careta, fazendo-me revirar os olhos. "O que ele te fez?"

   "A mim não me fez nada," Engulo o arroz. "Mas teve um ataque qualquer e começou a acender e a apagar a luz repetidamente."

   Ele olha para mim com as sobrancelhas unidas num pequeno franzimento.

   "Foda-se, o gajo é doente da cabeça." Ele crítica rapidamente.

   "Nós somos todos doentes, ou não estaríamos aqui," Reviro os olhos. "Ele disse-me que se chamava Harry Styles."

   "Tenta descobrir mais coisas sobre ele, para que possamo-nos vingar à brava dele." Richard pede-me e eu assinto, enchendo novamente a boca.

   Ouço a sua cadeira arrastar no chão e olho imediatamente para ele com as sobrancelhas franzidas.

   "Mas e então o plano?" Questiono.

   "Vê só a lógica," Ele curva-se na mesa para chegar ao meu ouvido. "Se souberes as coisas mais íntimas dele, melhor o podemos foder." Um riso maléfico é solto dos seus lábios assim que ele deixa a mesa.

   Vejo o seu estruturado corpo caminhar de volta para a sua mesa, enquanto que eu termino de comer. Os grãos de arroz branco desaparecem por completo do meu prato e, uma súbita vontade de o lamber apareceu.

   Sou uma pessoa que adora comer e privaram-me de fazer a única coisa que realmente me dá prazer na vida. Olhei com desgosto para a porcelana vazia e soltei um longo suspiro, pousando a minha mão na minha bochecha.

   "A confraternizar com o prato para ver se ele reproduz mais umas gramas de arroz?" Uma voz, que não era totalmente desconhecida e que me provocava arrepios no pior dos sentidos, é produzida atrás de mim.

   O meu coração dá um pequeno pulo, mas o meu corpo não reage da mesma forma. É desta forma que eu consigo controlar bem as minhas emoções, que muito bem poderiam atraiçoar-me em momentos destes, deixando-me nua e desprotegida de olhares carnívoros.

Death Row || h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora