De Mãos Dadas Com O Tormento

Mar da imaginação

Desconheço-me por inteiro.

Não sei o que sinto-
Não sei o que quero-
Muito menos sei quem sou.

Tenho procurado entender,
Meu sentir;
Meu querer;
Meu pobre ser;
E tudo isso me causa espanto,
Pavor!

Pois ao tempo que sinto-me imensamente sã-
Sinto também grande dor!
E ao mesmo que quero frio-
Quero desesperadamente calor!

Ah, minha alma flutuou!

Sinto-me intrusa em minha própria vida.
Sinto tristeza até na própria alegria.
Sinto infinito vazio no coração de todos.
Muitos podem me amar,
Mas eu amo bem poucos.

Quero ser livre;
Quero ser presa;
Quero a poluição da cidade;
Quero o ar puro da natureza;

Quero a paz das manhãs;
Quero a perturbação das madrugadas;
Quero dormir;
Mas também quero sonhar acordada.

Estou imersa no mar da imaginação
Sou mentirosa-
Sou orgulhosa-
Eu sou a verdade-
Eu sou o perdão!

Estou confusa-
Estou certa de mim mesma-
Eu sou a dúvida-
Eu sou a mais absoluta certeza!