Kiss the fish

Enfim juntos.

Narrador

Faz um bom tempo que você vêm acompanhando essa história. Você viu o desenvolvimento de ambos personagens. Você observou que cada escolha poderia mudar drasticamente o rumo desse evento. Estou aqui novamente para lhe esclarecer e infelizmente avisar de que estamos chegando ao fim. Como a vida e a morte, tudo se acaba. Pedro desenvolveu um amor firme por você.

O garoto sentia dificuldades para se encontrar. O que eu quis dizer com isso? Simples, você foi o primeiro amor dele. Você despertou o lado afetuoso que nem mesmo ele sabia que tinha. Todos temos, não concorda? Mas às vezes nos confundimos com nossos sentimentos e acabamos nos encontrando tarde demais. Nos arrependemos e caímos na tentação de nos machucar naquele momento tão sensível. Mas como você mesma disse, deve ter um motivo para suportar tudo isso. Notou algo a mais? Isso! Por mais que esteja sofrendo com suas próprias infelicidades, não se deve deixar que a outra pessoa se machuque pelos seus motivos.

Enfim, sua personagem foi a luz para que a vida de Pedro não entrasse em um desespero agonizante. De fato, a sua ligação com borboletas azuis é interessante, não acha? Naquele momento que o garoto pensou em suicídio, sua alma estava devidamente conectada a sua. Foi como se em momentos, quando agarraste aquele pingente, o fizesse lembrar do Efeito Borboleta. Tudo está conectado. Quanto ao seu pai, por quê ele é assim? São perguntas que não podem ser respondidas. Ele teve seu próprio sofrimento e isso implica no que eu lhe disse ali acima. Vale mesmo a pena jogar seu sofrimento cegamente e friamente encima de uma pessoa inocente? Claro que ele a ama, mas quando perceber será tarde demais. Ela não o verá mais como um pai. E o mistério da morte de sua irmã? Ela realmente morreu num acidente ou ela se matou? Bem, aí eu deixo um mistério. Nenhum de nós estavamos lá, não é? Só depois de um bom tempo encontraram o corpo, pois os seus pais nem notaram a sua ausência.

Você deve estar se perguntando o que vai acontecer daqui pra frente e eu lhe asseguro de que tudo acontecerá tranquilamente bem. Tudo que tinha para acontecer... aconteceu. Marcos? Você acha mesmo que você vai deixar Pedro para ficar com Marcos? Ora... Não minta para si mesma. Você ama Pedro e não adianta negar. E seus amigos? Eles amam você, amam muito. Bia, André e Bruna sentiram medo de que o rapaz fosse te magoar e tentaram te animar com Marcos. Isso não foi uma boa idéia, até porque não é assim que se supera alguém. Marcos ficaria magoado? Com certeza. Ela não o ama. De qualquer jeito, você é alguém forte e bondosa o suficiente para suportar toda dor até agora. Tenha empatia e tudo sairá bem. Quer saber de mais uma coisa? A história não acaba aqui, ainda vem um capítulo especial.

~

Antes de voltarem para Maringá, s/n decidiu ver sua família e se despedir com seu parceiro, vulgo Pedro. Sua mãe estava feliz por ter ocorrido tudo bem, mas estava bem abalada e parecia doente psicologicamente. Ela sofria intensamente pela perda de sua filha. Ela não pôde fazer nada e nem ao menos se despedir. Ela se culpava brutalmente. S/n estava preocupada em ir embora, mas infelizmente precisava de um emprego e não podia depender de seus pais. Por isso, tirou seu colar e colocou no pescoço de sua mãe. Aquilo a fez feliz e intensamente triste ao mesmo tempo. Mas mesmo assim, queria que ambos se divertisem antes de ir embora. Por isso, fez um jantar em família. Seu pai, por outro lado estava sentado de frente a TV bebendo insanamente várias garrafas e reclamando. Aquilo fazia com que s/n sentisse vergonha de que Pedro visse aquilo. Enfim ele entendeu que seu era um bastardo bêbado e que provavelmente a garota sofreu bastante nas mãos dele. Era uma família complicada e dividia, raramente via os irmãos dela.

Depois de um tempo “reunidos” na mesa, começaram a conversar sobre a infância da garota e a discutir opiniões sobre coisas aleatórias. Era uma noite feliz até seu pai começar a falar mau de s/n novamente. A garota estava sem paciência, mas Pedro ainda mais.