Karen voltou às nossas vidas como uma sombra, um fantasma. Eu não lembro se já falei antes, mas ela era uma de nós, sabe? E apesar de todo o empenho da polícia e dos capangas do dono da boate - vulgo nosso cafetão - ninguém conseguia entender quem tinha feito aquilo com ela. Nesse meio tempo, nossa vida prosseguiu e Paulo frequentemente vinha a boate e ficava apenas comigo, normalmente uma vez na semana, eu estava perdidamente apaixonada a essa altura, mas ele não demonstrava o mínimo interesse por me tirar dali e nem me deixava entrar um pouquinho na vida externa dele. Eu só sabia o básico: nome (apenas o primeiro), idade e que ele era um cara incrível, que me regata muito bem e tinha uma joaninha tatuada na última costela esquerda, o que sempre me pareceu irônico, mas quem sou eu pra julgar? Eu tenho um coraçãozinho na bunda, à la Rachel Green.
Então, mais uma garota apareceu. Da mesma forma que Karen, cortada aos pedaços e, posteriormente descoberto, que isso aconteceu com ela viva. Ao invés da beira da floresta, essa estava num saco de ginástica em uma caçamba de lixo, em um beco sem saída próximo a rua principal da cidade. Diga-se de passagem aqui que era uma rua bem movimentada, principal local dos comércios. Essa garota também era uma das nossas, eu lembro como foi apavorante quando essa notícia vazou. Ela também era uma stripper e fazia tão pouco tempo que estava ausente que nem tivemos tempo de sentir falta dela! Não tinha nem 24h. As outras meninas mais próximas a ela, acharam que ela tinha ido pra casa de algum homem.
A partir da morte da segunda garota, nossa vida virou um caos, a Polícia quis nos interrogar uma a uma, ver câmeras de segurança, entrevistar os frequentadores da boate e isso era obviamente péssimo para os negócios.
Quem vai frequentar uma boate que a polícia também está frequentando?
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Vingança Da Caçada
Short StoryO que vou contar é, resumidamente, como me vinguei daquele que acabou com minha vida.