The invisible, visible- Capítulo 1

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POV LOGAN>>

Estava frio em White Hill, mas isso já era esperado, a neve branca que caía dos céus só me lembrava mais daquele dia, o dia que o impossível foi possível, o dia que condenou as nossas vidas.
Eu estava dentro de uma cafeteria, sentado em um dos bancos do balcão, como se fossem me atender. Eu mal sabia o porquê de eu estar lá, mas me recordava do local, então, talvez eu estivesse próximo do suposto presente.
Via as pessoas passarem com xícaras em mãos, gostaria de poder sentir ao menos o cheiro do café. Faziam poucos meses dês do tal ocorrido, mas ainda assim não me lembrava do sabor da maioria das coisas, e eu provavelmente nunca mais voltaria a os sentir.
Era engraçado estar em um lugar onde ninguém o vê, mesmo que você os visse. Eu gostava de imaginar que eles podem me enxergar também. Esse pensamento acabou quando alguém sentou no meu colo e eu ri comigo mesmo:

- "É claro que ele não te vê sentado na cadeira haha".

Fui para o banco ao lado, sentei no mesmo e observei a alegria que se percorria no local. Era triste não estar junto com as pessoas no momento e só poder ouvir os sons abafados da conversa alta.
Abaixei a cabeça e suspirei.

– Faz três meses que você percebeu que você não é o centro do universo.- Alguém falou ao meu lado e quase cai da cadeira, logo reconheci a voz

– Michael! Quer me matar? – eu disse.

– Você já está basicamente morto, então... – retrucou.

– Não estou morto, apenas condenado.

O de cabelos coloridos riu da minha cara. Eu parecia com algum palhaço?

– Ah claro, Logan! Ninguém sabe de você a meses, todos pensam que estamos mortos- Ele diz como se não estivéssemos na mesma condição

– Tanto faz, como chegou exatamente aqui?

– Da mesma forma que você, ora! – riu. O olhei com desprezo. – Ta! Eu fui teletransportado lá pra fora, te vi aqui e entrei. Só!

Olhei para a janela por alguns segundos e vi uma garota passar, ela tinha os cabelos longos presos em um rabo de cavalo. Eu a reconheci, mas não me lembrava de onde, poderia ser de qualquer lugar em White Hill, e por algum motivo ela me chamou a atenção, ela era bonita e estava com a cara enfiada em um livro. Quem lê andando? Ou melhor, quem lê?

– Ahn... Espera aí, Mike, já volto. – disse.

– Ah mas... – Mal o deixei completar sua frase e já me enfiei para fora da cafeteria.

Olhei para todos os caminhos possíveis que ela poderia seguir, não a encontrei, ela já havia ido embora. E foi mais rápido do que eu esperava.

– Ei, cara, o que foi? Por que sumiu assim? Pensei que já havia ido embora. – Michael apareceu ao meu lado novamente.

– Não... Eu só... É que eu vi uma garota... Eu não sei, ela era...

– Uma garota viva. Você sabe que ela não pode te ver, não sabe? Por que você fica se iludindo?

– Nós não estamos mortos, Michael! Eu não sei porquê eu me iludo assim! E você não pode simplesmente jogar um balde de água fria nas pessoas!

Ele estava prestes a se pronunciar, quando ele se teletransporta automaticamente em minha frente, logo sinto um frio na barriga, é a minha vez...
Em uma fração de segundos, eu me vejo em um dia ensolarado, em frente a um lago, se parecia com o parque municipal de White Hill. Era presente, passado ou futuro? Não me dei o trabalho de pensar muito, pois só havia uma coisa em minha mente no momento, quem era a garota do livro?

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