S/N
A vila escura finalmente se iluminava com os postes de luz, a noite chegou e eu observava o nascer do luar pela mini janela do meu grande e encantador quarto.
Eu fiquei presa praticamente a minha vida toda, só sai até a pequena árvore ao lado da porta que nunca vi se abrir.
Meus pais miraram em segurança, acertaram em prisão, eu vivo nesta casa a 16 anos e nunca sai por aquela ou qualquer porta. Parece ser horrível, mas na verdade é bem pior que isso.
- Filha! - o grito da mulher ecoou no corredor de cômodos para dormir e fui abrir a porta para ela. Que por sinal tinha meu almoço em suas mãos.
- Trouxe sua comida, minha linda. Queria conversar com você agora, mas tenho coisas a resolver, se alimente e amanhã teremos uma boa conversa. - Falou com um sorriso curto para mim, eu assenti para não deixá-la brava e sentei na cama com a bandeja de comida.
Logo a Dona Paola saiu pela a porta do meu quarto, sem ao menos me dar um pequeno tchau. Meus pais não sabiam, mas, eu aproveito a ausência deles para usar o computador do meu pai.
Ele o esconde bem. Porém não tão bem a ponto de eu não descobrir o esconderijo da coisa.
Gosto de falar sobre livros com as pessoas. Eu não as conheço nem vejo os seus rostos. Mas é bom saber que compartilho a mesma felicidade que alguém.
Sabe, nesses 18 anos de agonia, tristeza, curiosidade.. eu aprendi a me cuidar sozinha, a me fazer feliz, a me distrair dos pensamentos sobre o mundo lá fora. Embora eu não consiga fazer isso toda vez, é legal saber que tenho um lar, eu deveria agredecer por ele, mas..
Me sinto sufocada.
LOUIS PARTRIDGE
- E então, ele espetou a espada no Dragão, buscou a princesa e eles se salvaram do fogo do castelo, fim.
Era a quinta vez que eu contava essa história para minha prima. Ela amava, e eu odiava o fato dela encher o saco o tempo todo para ler de novo e de novo.
Meu novo talento é ler a história da Fiona de olhos fechados.
- Pronto. Agora tá na hora da senhorita ir dormir. E por favor, não me peça pra ler isso de novo, eu não aguento mais. - Peço, fechando o livro e colocando-o ao seu lado na cama. Saio do quarto da garota e vou até a cozinha em busca de algo para comer.
Me aproximo do balcão com uma maçã, começo a pensar demais em pouco tempo. As vezes sinto pena de mim mesmo, por ser tão vazio e solitário.
Eu tenho uma namorada, amigos, família, garotas no meu pé.. enfim, muita gente. Mas ainda me sinto como se faltasse algo, algo que preencha a dor, a tristeza, a solidão. Alguém que esteja comigo a todo momento, e me faça brilhar assim como eu quero a fazer brilhar.
Não estou falando especificamente de uma pessoa de forma amorosa. Eu quero uma amiga, uma companheira e conselheira.
Sei que é errado falar isso, pois eu já tenho uma, ou pelo menos era para ter. Mas a única coisa que minha namorada faz é me dar dor de cabeça.
Até o barulho do meu celular vibrando por alguma mensagem sua me estressava. O barulho da sua voz, suas mensagens.
Eu não estou mais aguentando.
E mesmo a amando, agora, eu preferia nunca ter a conhecido.
— Olá - Digo ao atender a droga do telefone. Era ela, para variar.
— Oi meu amor, o que você tá fazendo? Eu acordei você?
— Não, não. Eu tava lendo história pra Gabi, ela pediu antes de dormir, agora estou indo deitar também. - Digo massageando meus olhos.
— Uh, Gabriela não cansa dessa merda de historinha besta? Não sei como você aguenta essa peste.
— Ei, não fala assim dela. Ela é irritante, mas é só uma criança. Gabi está vivendo a infância dela, inclusive espero que aproveite bem, logo vem os problemas.
— Falar mal dela você sabe, mas quando eu faço isso você simplesmente a defende como se fosse a coisa mais importante para você né, Louis? Me diz uma coisa, você está diferente esses dias comigo, parece até que nem me namora, o que está acontecendo? Você quer terminar? - Sim, sim, eu quero. Mas.. droga, não quero te machucar.
— Hailee.. não vamos tocar nesse assunto, tá bom? Eu estou bem, é só coisa da sua cabeça. Com o tempo tudo vai melhorar. - Garanto tentando parecer esperançoso, na verdade, eu estou um pouco.
— Ahh, se você diz.. irei acreditar em sua palavra. Preciso ir, amor, te vejo amanhã. Amo você.
— Tchau, até e eu também. - Digo antes de desligar. Jogo o resto da maçã fora e vou para o quarto.
Com certeza de que não dormirei essa noite, procurei um aplicativo de músicas relaxantes e encontrei um bom.
Abaixo do anúncio do aplicativo, tinha vários outros sobre coisas diferentes, observei o quanto faltava para instalar por completo e aproveitei que ainda demoraria para olhar os outros.
Pinterest. Já tenho.
Passei para o próximo. Wattpad.
Próximo.
Outro de músicas relaxantes, mas tinha más avaliações. Passei para o próximo.
Happy chat.
O icon do aplicativo era fofo e me fez se interessar, entrei para ver mais sobre e decidi instalar.
Assim eu fiz, e após criar uma conta no aplicativo, fui dormir com uma música calma e fofa no fundo.
....
Ela.
Uma garota.
Eu não consigo ver o seu rosto, ela estava olhando para longe.
Eu sei que é uma garota, pois seus cabelos me respondem isso.
Não consigo ver sua expressão, mas consigo ouvir sua respiração pesada ecoando pelo lugar vazio. Só éramos nos dois ali.
Uma gota de água caindo no chão chamou minha atenção. Não era uma gota.
Só então percebo que estamos em lugar bem alagado e os pés da garota estão presos com correntes pretas.
Ela está chorando, talvez implorando por ajuda. Eu quase tomo um choque quando ela me olha, ainda não consigo ver seu rosto por conta da claridade atrás dela, mas ela olha para mim praticamente implorando por socorro.
— Me ajude agora. - Sua voz soa para mim, seguida por um eco. — E eu serei sua salvação. - O mesmo eco preenche meus ouvidos várias e várias vezes.
Quem é essa garota? E por que eu preciso ajuda-lá?
|| Voltei com essa fanfic, gostaram?
|| Eu mudei muitas e muitas coisas nela, espero que vcs gostem de verdade <3

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𝐑𝐚𝐩𝐮𝐧𝐳𝐞𝐥「 𝐋𝐨𝐮𝐢𝐬 𝐏𝐚𝐫𝐭𝐫𝐢𝐝𝐠𝐞 」
FanfictionOnde S/n vive presa há 18 anos no lugar que ela costuma chamar de lar. Em meio a um tempo de mudanças em sua vida, a garota conhece Louis Partridge, um adolescente cheio de alguns problemas no auge dos seus 18 anos. Pela internet. Juntos. Os dois fo...