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Nour Ardakani

Quinta-feira
26/11

       —Desde que cheguei na casa dos Beauchamp's, eu só sinto felicidade e me vejo sorrindo o tempo inteiro. Coisa que não fazia a muito tempo. Essa família mudou minha vida para muito melhor e as vezes eu me sinto ingrata por não saber como recompensar tudo que eles fizeram por mim. Eu nunca tive uma vida fácil , nunca fui rica ou tive boas condições. Eu fui para o orfanato quando eu tinha seis anos e isso foi o maior trauma da minha vida , eu era apenas um criança. Eu não tive tanto tempo para aproveitar com os meus pais , e os perdi tão cedo com aquele maldito acidente de carro , aquele maldito acidente que destruiu minha vida. Me fazendo perder as únicas pessoas que eu tinha no mundo , e assim sendo enviada para um orfanato na qual eu era feita de cobaia e saco de batata. Eu passei anos da minha vida me culpando pela morte dos meus pais e chorando porque queria ser feliz que nem as outras crianças da minha idade. Eu nunca quis realmente ser adotada , mais também não queria ficar para sempre naquele orfanato. Eu perdi toda a minha infância e minha adolescência , eu perdi as melhores fases da vida. Eu passei toda a minha infância limpando , passando pano , esfregando e obviamente sofrendo Bullying , sendo ele  fisicamente e mentalmente. Toda a minha adolescência foi eu sendo praticamente a tia das crianças daquele lugar , aquele não era o meu trabalho , mais eu era forçada a fazer tudo aquilo. E caso eu abrisse a boca .., as consequências seriam serias. A diretora daquele lugar me odiava , eu nunca soube direito do porque todo aquele ódio por mim. Enquanto todas as outras crianças estavam brincado e aproveitando a infância e a adolescência. Eu estava sendo obrigada a limpar , a ajudar em todas as atividades domésticas, e sendo vítima de insultos e violência das outras adolescente que ficavam no orfanato. Os únicos que gostavam de mim eram as criancinhas que ficavam lá , e isso me fez criar um laço muito grande com crianças. E sempre que a bruxa daquela diretora queria encostar um dedo nelas , eu a enfrentava , porque eu preferiria muito mais sofrer do que ver aquelas pobres crianças sofrendo. A maioria foi adotada , porque eles eram fofos e um amor de crianças. E então quando eu completei dezoito anos , as pequenas ficaram tristes e choraram com a minha partida. Mais eu já era mais velha e não podia ficar , e não era como se eu quisesse ficar lá também.

— Eu senti meu mundo cair quando eu estava sem lar naquele dia chuvoso. Eu queria me matar , eu achei que nunca mais poderia ser feliz. Eu trabalhava todos os dias naquele supermercado , e aquele emprego me bancava inteira , não era lá o melhor salário , mais era o suficiente para poder pagar meu minúsculo apartamento e uma pouco de comida. E quando eu me vi desempregada e sem casa , para mim nada mais fazia sentindo. Eu estava sem pais , sem casa , sem emprego , sem ninguém no mundo , nunca tive amigos , nunca tive namorado , eu nunca nem beijei. Algo que nunca me incomodou, já que tinhas coisas mais importantes para pensar do que sair para festas e beijar todo mundo. Nem tempo eu tinha , então.. Mais parece que Deus não me abandonou naquele momento. Ele enviou um anjo para me tirar daquele poço.

Flashback on:

— A chuva grossa me molhava por inteiro , deixando-me extremamente úmida . Eu não sabia mais se meu rosto molhado eram de choro ou por causa da chuva. Estava frio e chovia como nunca , e aquela chuva decidiu acontecer logo no dia na qual eu estava sem chão. Meu coração doía, estava escuro e não tinha quase ninguém na ruas. E me encontrava andando pelas ruas de Ottawa com a minha mini mala na qual eu arrastava sem vontade.

-Porque mamãe e papai ? – Soluço alto. — Porque vocês tinham que me deixar ? Porque não me levaram junto ? .. por favor meus Deus me ajuda ...- soluço alto.

ᴇsᴄᴏʟᴀ ᴅᴇ ᴍᴀғɪᴏsᴏs. Onde histórias criam vida. Descubra agora