The Only One

Parte um

Isso começou como uma one shot, mas acabou que eu achei que tava ficando muito grande, então dividi em duas partes. Quando acabar a parte dois eu posto.

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Era uma vez...

Izuku Midoriya sempre fora aquilo que seus pais ensinaram: ele tinha coragem e era gentil. Todos que o conheciam sabiam que o garoto tinha a mais pura das almas e o mais bondoso dos corações e o garoto de cabelo e olhos esverdeados sentia que era o mais sortudo de todos, por ter os pais maravilhosos que tinha. Então, quando Inko e Yagi foram levados por um terrível acidente de carro, Izuku chorou por dias, e no funeral deles, estava inconsolável. Naquela época, o esverdeado tinha apenas dez anos e ficou sob os cuidados de uma tia distante, uma mulher cruel que vivia com seus dois filhos, depois da perda de seu marido.

Mitsuki Bakugou não gostou de ter de cuidar de seu sobrinho, mas não negou ao saber que poderia usufruir de parte da herança deixada por seus pais – que seria completamente entregue ao esverdeado quando este completasse vinte e um anos -; sendo assim, ela se fez de boa moça e prometeu cuidar de Izuku tão bem quanto cuidava de seus próprios filhos gêmeos. O pobre garoto nunca imaginou o que iria acontecer. A senhora Bakugou, enciumada pelo bom coração de Izuku, forçou-o a trabalhar em sua enorme casa, tratando-o ainda pior do que seus habituais empregados.

As ações da mulher pareceram ser ainda mais perversas quando Midoriya se revelou como um ômega, porque ele ficou ainda mais bonito e mais gracioso e seu cheiro era divino, deixava seus filhos, que eram alfas, completamente loucos em seu período de heat. Mitsuki jamais permitiria que seus filhos se misturassem com alguém que ela dizia ser de nível mais baixo. Mesmo com toda a crueldade de sua tia, Midoriya continuo sendo o garoto amoroso e gentil que seus pais queriam que fosse, todos se encantavam por sua beleza e por seu sorriso que brilhava como o sol. E assim ele seguiu até seus vinte anos.

...

Faltavam algumas semanas para o aniversário de Midoriya, o ômega mal podia esperar para finalmente – finalmente­ – se ver longe das garras maldosas de sua tia, mal podia esperar para nunca mais ter de aturar seus primos nojentos, que gostavam de passar as mãos asquerosas nele, sempre que Mitsuki não estava olhando. Sem pensar duas vezes, ele pegaria o que seus pais deixaram para ele e viveria sua vida longe dali, um dia teria um homem para amá-lo e, juntos, teriam uma linda família.

Desde seu primeiro heat, o ômega nunca esteve com nenhum alfa, então sempre idealizou um homem gentil, que o tratasse com todo o amor que tivesse; claro que Izuku não era mais uma criança, ele não era tão ingênuo e não esperava um príncipe encantado, mas não acreditava que um homem assim fosse pedir muito. A noite, quando estava sozinho, Izuku sonhava com uma vida feliz, a vida que seus pais quereriam que ele tivesse.

Naquele dia, Izuku estava na sorveteria, era uma das raras ocasiões em que Mitsuki e seus filhos desprezíveis não estavam em casa, então os outros empregados o liberavam por algumas horas, para que ele se divertisse como qualquer outro jovem de sua idade. Feliz por sua liberdade temporária – e pelo sorvete de menta que tomava -, o ômega não prestava atenção em seu caminho, acabou por esbarrar em alguém, por sorte não o sujou com o doce gelado que segurava. Rapidamente, ele se curvou para o desconhecido, sentindo seu cheiro de alfa extremamente convidativo.

"Me desculpe por isso."

O alfa segurou sua mão e, imediatamente, Izuku percebeu o quão era pequeno, sua mão era minúscula se comparada a do outro homem. Os olhos verdes do ômega se iluminaram como duas esmeraldas quando miraram o alfa: o homem era consideravelmente maior, seus olhos eram amarelos como girassóis e seu cabelo era curto e castanho. Aqueles olhos citrinos fitaram Izuku com intensidade e fascinação e, pela primeira vez em sua vida, ele se sentiu verdadeiramente bonito. O alfa levou a mão pequena de Izuku aos lábios, depositando um selo casto no dorso que deixou as bochechas do ômega tingidas de um belo tom rosado. O desconhecido sorriu para si e, completamente hipnotizado, Izuku não pôde deixar de retribuir.