Parte 2

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Naquela manhã, quando acordou e abriu os olhos, tudo o que Izuku fez foi suspirar, ele ainda conseguia sentir as mãos de Kai por suas coxas e os beijos dele em seus lábios e em seu pescoço. O que o tirou de seu devaneio foi a voz de sua tia, completamente furiosa, vinda da mansão. Temeroso, Izuku levantou rapidamente da cama, vestiu-se e foi correndo até lá, porque fosse lá que o que tivesse acontecido, certamente descontaria nele, principalmente se demorasse muito a chegar.

Quando enfim chegou à sala de jantar, onde todos os alfas tomavam café da manhã, os olhos carmesim de Mitsuki se fixaram nele, completamente irados e provocaram um arrepio assustador, que subiu por toda a espinha de Izuku. Com um aceno da cabeça, a mulher mandou que se aproximasse e, mesmo com medo, ele o fez, sentindo seu corpo inteiro tremer. Izuku observou calado, enquanto sua tia colocava a xícara na mesa com uma falsa calma, o que o deixava ainda mais apreensivo.

"Diga..." Mitsuki começou. "Como seduziu o líder novo da Shie com tanta facilidade? Eu soube que ele é completamente indiferente."

"E-eu... Eu não fiz nada. Ele só veio até mim, eu não sabia quem era ele até ele me falar."

"Foi até você?" A mulher debochou, olhando para si com completo desdém. Izuku apenas assentiu, antes de responder.

"Ele disse que eu sou o soulmate dele." O ômega admitiu.

"Não poderia ser mais oportuno." A mulher comemorou, deixando o esverdeado confuso.

"O que quer dizer?"

"Ora, vou aproveitar que o líder da Shie está caindo de amores por você."

"Oh, isso! Kai meio que já espera por algo assim vindo da senhora. Ele sabe sobre o meu pai e tudo mais."

"O que?!"

"Hm, e-ele disse..." Izuku continuou nervoso, segurando a barra da própria camisa com força. "Disse que os líderes do grupo queriam nos casar, porque eu sou filho de Yagi Toshinori, quando eu disse que estava lá porque um amigo do meu pai queria me ver, ele meio que entendeu tudo."

A mulher não disse mais nada, apenas o dispensou e mandou-o começar logo suas tarefas. Um pouco aliviado, mesmo que não completamente leve, ele se dirigiu de volta para a casa dos empregados, nos fundos, e pôde então tomar seu café da manhã. O olhar de sua tia quando contou sobre o que Kai sabia não saía de sua mente, trazendo arrepios de volta ao seu corpo. Só queria que seu alfa o salvasse daquele tormento, e logo.

(***)

Depois de uma semana, Kai ainda tinha vívida em sua mente a imagem de Izuku completamente corado, depois de ser beijado com fome. Na festa, o alfa teve de usar todas as suas forças para conseguir se controlar, ou teria fodido seu mate contra uma árvore, mas por mais excitante que fosse, sabia que seu belo ômega não merecia uma primeira vez daquela forma; precisava ser algo especial. E Kai sabia perfeitamente o que deveria fazer.

Durante os últimos dias, ele, Hari e Nemoto revisaram e encontraram muitas incongruências na junção da Ground Hero com a ALL MIGHT, definitivamente tinham coisas erradas e muitas delas eram ilegais. Seria relativamente fácil desfazer a junção e devolver a Izuku o que lhe pertencia. Aquela mulher desprezível não sabia o que a aguardava, seria uma vingança por tudo o que fizera com seu mate por todos aqueles anos.

Naquele dia era o aniversário de Midoriya, estava ansioso. Na festa, ele pegou o número de seu querido ômega, antes que ele fosse embora, e passaram os últimos dias se falando por mensagens e telefonemas. Kai amava ouvir a voz do mais novo e como soava doce e gentil e necessitada, mal podia esperar para ouvi-la daquele jeito quando enfim o tomasse e marcasse o pescoço alvo.

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