observados, é melhor correr!

• 04 •

Todos já nos encontrávamos na porta da casa de Kim. Era visível que o grupo estava amedrontado e ansioso. O caminho foi silencioso.

Anastasia e Elijah nos bancos da frente, já que o carro era do mais velho, eu e Kim nas janelas do banco dos passageiros e Levi entre a gente. O caminho, que antes seguia pelas estradas luminosas da nossa cidade, cheia de gente andando pelas ruas, mesmo sendo uma terça-feira, logo foi mudando para um cenário bem diferente e escuro. Era árvore para todos os lados, sem civis passando ou alguma casa. Poucos postes iluminavam fracamente a pequena rodovia que nos levava para a igreja abandonada.

Esse era o caminho da parte proibida da cidade. O lado norte. Antes de vivermos nessa harmonia que vivemos hoje, anos atrás, nossa cidade vivia em guerra. Era dividida por duas gangues: a gangue do norte, a mais perigosa e assassina, e a gangue do sul, a que cometia mais assaltos. Ambos queriam dominar o território todo, mas um dia, descobriram uma traição dentro dos nortistas.

Sulistas dizem que escutaram tiros a noite toda, e o lugar mais afetado foi a igreja, onde os traíras atacaram as mulheres dos chefões. Ninguém sabe ao certo o que realmente aconteceu, mas com o enfraquecimento do lado norte, os sulistas aproveitaram a situação e tomaram conta de todo o lugar.

Percebendo que o território inimigo não tinha mais jeito e nem mais reforma, era, praticamente, um caso perdido, o lado sul deixou-os de lado e apenas foi modernizando mais o seu lado.

A maioria dos sobreviventes do massacre migraram para outros lugares. Apenas quatro pequenas famílias vieram para o lado sul. Ninguém sabe quem são, somente sabem que faziam parte dos traidores.

- Chegamos!- Elijah diz e eu saio de meu transe.

- E aí?- Levi pergunta e todos ficamos em silêncio

- Eu ainda acho que devemos chamar a policia!- Ana diz e eu reviro os olhos

- Não podemos! Esqueceu?- seu irmão diz

- Claro que não! Vocês me lembram disso toda hora!- ela fala e sai do carro.

Todos saímos e fomos para frente do carro.

- O que fazemos? Apenas entramos ou mandamos uma mensagem para ele antes?- Kim pergunta nervosa

- Vamos entrar!- falo e começamos a andar em direção à pequena igreja.

Já em frente às escadas, podemos ver pegadas de sangue no chão, marcas de mãos por todo lugar, balas de armas de fogo espalhadas por todo canto e várias pixações nas paredes.

Entramos e logo vemos uma caixa na grande mesa que tinha no altar. Elijah e eu fomos na frente, seguidos pelo resto.

- Deixa que eu abro!- o moreno diz, pegando um canivete de seu moletom azul escuro.

Abrimos a caixa e vemos, logo de cara, um papel com algo escrito em vermelho.

- "Agora, vocês estão dentro do jogo! Parabéns, vocês são realmente corajosos! Vocês terão que seguir tudo o que eu falo. Sempre colocarei pistas nos seus caminhos. Seja mensagem pelo celular, ou papel nos seus armários! Eu sempre estarei por perto! Vocês entraram e começaram, agora terão que terminar!" - Elijah lê o bilhete em voz alta e pega outro dentro da caixa- Lea, este é para você!- ele fala e me entrega o pequeno pedaço de papel

- "Sabemos que seu querido papai é do FBI, e está comandando o caso do assassinato da Chloe. Dê o seu jeito e coloque esses papéis junto com os outros relatórios que seu pai tem! Podem ter certeza, que a Chloe e sua família não são tão santos assim! ELE aniquila-rá todos os n!" - leio o bilhete em voz alta e sinto um arrepio percorrer pelo meu corpo. Pego a caixa e coloco dentro da pequena mochila que eu carregava comigo, como de costume.

Saímos da pequena igreja e corremos para o carro. O caminho, novamente, foi silencioso. Todoa pensavam o que aqueles dois bilhetes queriam dizer sobre Chloe e todos os outros, que até então, não sabemos quem são.

Distraída em meus pensamentos, recebo uma mensagem de Josh.

Josh: Não deveria estar te contando isso, mas, lá no fundo, eu te amo e me preocupo com você! Não sei o que você está fazendo ou com quem está andando, mas o FBI está na sua cola e na cola de Kim. Eles já sabem que você não está na casa dela e a mãe está totalmente irritada!

•Aquele policial moreno está aqui em casa conversando com o pai, que está bem irritado!

•Contaram para eles que achavam você suspeita, já que é sempre tão quieta na sua! Tem alguém dentro da escola que está trabalhando para o FBI e está vigiando você!

•Falaram que acharam suspeito você junto com o Levi e os irmãos petrov! Pelo amor de Deus, não diga para ninguém que eu te falei isso! É totalmente confidencial!

•Não sei o que está acontecendo, mas se cuida!

Lea: Josh, obrigada pela preocupação! Estou bem ;)

•Pode deixar que eu acalmo a fera, vulgo a mãe! Já estou chegando em casa! Mas estou sim com a Kim! Também te amo muito, mesmo você destruindo sua saúde com essas coisas que você toma!

Mando isso para meu irmão que apenas visualiza.

- Tem alguém que está trabalhando para o FBI e é da nossa escola. Falaram que acharam suspeito estarmos juntos hoje! Se alguém perguntar com quem estávamos e aonde estávamos, o que falamos?- pergunto e todos me olham

- Podemos falar que saímos para um lugar calmo e deserto para estudar. Dizemos que estamos encenando os acontecimentos históricos!- Levi fala e eu concordo com a cabeça

- Mais alguma coisa que devemos saber?- Kim pergunta

- Pare o carro!- falo e Elijah para

- O que foi?- Ana pergunta

- Meu irmão disse que tem um policial lá em casa. Vocês vão me deixar em casa, para diminuir as desconfianças. Minha mãe esta uma fera comigo, porque eu disse que iria para a casa de Kim, e ela descobriu que eu não estou lá. Eu irei colocar esses papéis no capô do carro, já que é óbvio que, se te pararem, vão ver a mala.- falo e abro a parte da frente do carro e coloco os papéis e entro no carro novamente- Amanhã eu pego com você!- falo e o moreno concorda com a cabeça e volta o caminho.

Chegando perto da minha casa, já podia ver minha mãe e meu pai na porta. Logo atrás deles, meu irmão conversava com Zac, o mesmo policial que me interrogou.

Antes de chegarmos perto de minha residência, eu falo

- Vou falar que só não disse que iriamos sair, porque fiquei com vergonha do que eles achariam disso!- falo rindo, tentando disfarçar, e os mesmos fazem a mesma coisa concordando

Elijah para o carro na frente da porta e eu desço, despedindo-me do pessoal logo em seguida. Olho para meus pais e posso ver fúria e ansiedade nos olhos da minha mãe e decepção nos do meu pai.

- Precisamos conversar!- os dois falam em uníssono