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Era um jardim cheio de cerejeiras, suas flores brilhavam, parecia que tinham luzes dentro das mesmas. Havia um banco enfeitado com vários tipos de orquídeas em volta.

- Esse foi o jardim secreto que sua mãe e eu criamos, não é incrível? - disse seu avô, olhando em volta do local com um grande sorriso no rosto.

Seonghwa estava absolutamente chocado e encantado, nunca tinha visto algo tão lindo como aquilo.

- De dia aparecem pavões aqui, toda semana trago frutas para eles, são uns amores.

- Por que você nunca me trouxe aqui antes? Isso é simplesmente perfeito. Essas flores, as cerejeiras... - disse Seonghwa, indo até as orquídeas.
Seu avô suspirou e sentou-se no banco que havia ali.

- Tudo há uma hora, Seonghwa.

- Suas respostas são sempre tão diretas... - disse e os dois riram.

- Como você se sente em relação ao garoto de quem você gosta? - perguntou seu avô.

- Huumm... Acho que vou conseguir o conquistar - riu - Ele não é ruim, talvez ele consiga me perdoar mais fácil e mais rápido. Ele ama orquídeas, têm várias em sua casa - disse, passando as pontas de seus dedos nas pétalas das orquídeas.

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- Porra Hongjoong, você ainda não leu essa bendita carta? Você olhando pra essa carta a meio século - disse Bora, saindo da cozinha com um copo de água na mão.

O mesmo continuou quieto, olhando a carta com o cenho franzino. Era mais que óbvio que aquela carta era de Seonghwa, e estava pensando seriamente no que poderia estar escrito na mesma.

- Se você não ler essa carta, eu mesma leio. Já está me estressando você com essa cara de tonto olhando pra essa carta - disse, logo colocando o copo de água na mesinha de centro.

Hongjoong olhou para Bora e cruzou os braços ainda com o cenho franzido.

- Que é? Eu trouxe a água para você, sabe, nesse calor você pode até ficar doente por falta de água no organismo - disse Bora, cruzando suas pernas - Agora beba logo essa água e leia a carta!

Hongjoong mostrou a língua para a mesma e  pegou a carta na mão.

- Olha, eu tenho mesmo que ler essa carta?

- Tá com medinho, é? Se você quiser eu leio para você - disse estendendo uma das mãos.

- Não! - gritou o Joong, colocando a carta atrás de si - E-eu só precisava de um tempo, ok? Eu vou tentar ler, mas eu admito, estou com um pouco de medo e ansioso - disse, tirando o pedaço de papel atrás de si e o olhando com o semblante curioso.

Levantou-se, foi até seu quarto, fechou a porta e foi até a sacada. Estava tremendo e não sabia explicar o que estava sentindo, era uma mistura de medo e ansiedade. Medo do que será dali em diante depois que ler a carta, e ansiedade por querer ler logo aquela merda de carta.

"Sei que parece ser meio clichê te mandar uma carta, mas nesta carta eu quero lhe mostrar uma pessoa evoluída, amorosa e positiva, não uma pessoa egoísta, chata, idiota, medíocre e medrosa. Sei que já errei muito com você e quero lhe dizer que eu me arrependo muito disso e irei fazer qualquer coisa para ter o seu perdão, sério, qualquer coisa mesmo.
Você deve estar se perguntando porquê eu fiz aquela coisa nojenta e estúpida com você, eu espero muito que você não tenha levado no pessoal, você não tem nada a ver com a babaquice que eu lhe fiz, sim eu te conheço muito bem e sei que você levou. Naquele momento... naqueles últimos dias eu estava muito pensativo sobre algo, e isso serviu de chave para meus outros problemas, coisas que eu ainda estava no procedimento de trancá-las e simplesmente guardar tudo dentro de mim. Nessas quatro semanas em que estou aqui no interior com meus avós, pude perceber que foi bom que essas chaves destrancaram meus problemas, isso foi uma libertação, foi um alívio. Magoas, tristezas, solidão, foram coisas que precisavam ser libertas e eu nunca deveria ter as guardado dentro de mim.
Esses dias têm sido os dias mais felizes da minha vida, revi meus avós depois de anos, revi até um amigo de infância meu, eu os ajudo com a Fazenda, e sério, cuidar de bichos é um terapia, ajudo minha vó com a comida e vivo falando de como você é incrível e amável para todos daqui. Pensando bem, acho que deveria largar a vida de empresário e morar no interior em um rancho, o que você acha disso? Viria morar comigo? Eu quero muito te trazer aqui e tenho certeza que você vai amar. Meus avós estão doidos para te conhecer, então assim que fizermos as pazes vou te levar aqui.
Eu realmente espero que você esteja se cuidando. Eu estou muito bem aqui e não vejo a hora em te ver, sério eu estou morrendo de saudades de você e peço desculpas aqui novamente pelas minhas atitudes infantis com você.
Olha, vou logo avisando que a ideia da cartinha foi minha, mas minha avó quem está me ajudando com ela. Dizem que as palavras de uma simples carta podem ser mais sinceras do que pessoalmente, você consegue expressar seus sentimentos com mais complexidade e sinceridade. A literatura é uma arte. Nessas simples palavras eu quero expressar... expressar o amor que eu tenho por você, expressar as minhas sinceras desculpas, expressar o quanto você é precioso para mim e para todos. Caralho, como eu vou escrever isso? Tá, fodase, eu gosto de você, sim não é um gostar de Brothers, é muito além disso, ok? Lembra naquele dia em que você me perguntou se eu ainda gostava de você e eu disse que aquilo seria impossível? Então, talvez eu tenha mentido. Fiquei muito inseguro em me confessar pra você, tive que arrancar coragem do cu para fazer esta carta, que talvez você esteja lendo, não sei se você vai ler ou simplesmente tacar fogo nela assim que a ver, portanto, quero deixar claro aqui que eu amo você, quero estar com você, quero que sejamos felizes juntos, quero planejar um futuro belo e feliz contigo (clichê demais, eu sei!). Não quero que me corresponda, também não quero que responda minha simples cartinha, só quero compartilhar com você uma carta de amor e desculpas de um gay que te ama e nunca vai deixar de te amar. Fico feliz que tenha lido até aqui e me perdoe, por favor. *carinha de cachorro triste*
De: O cara completamente boiola por você
Para: O pequeno Kim Hongjoong."

Because of the future • SeongjoongOnde histórias criam vida. Descubra agora