A maçã podre

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   Vou começar este capítulo já confessando que eu não gostei nada daquele tal de Daniel! Ele podia até ser certinho, trabalhador e usar um paletó chique, mas eu não confiava nele (*por um bom motivo, aliás*), afinal, é como dizem: "a maçã nunca cai tão loge da macieira", "cara de um, fucinho do outro". O fato de ele ser o irmão gêmeo daquele seboso já era motivo suficiente pra eu não gostar dele... principalmente porque assim como o Charles, ELE ESTAVA DANDO EM CIMA DA MINHA NAMORADA! Ele ficava lá, elogiando a Penny e a olhando de um jeito diferente, o jeito que EU e somente EU podia olhar pra Penny. Eu lembro que o Charles também ficava olhando pra ela daquele jeito!
   Bem, mudando de assunto, eu e Penny investigamos o edifício de todas as formas possíveis, mas nenhum sinal de planos da Louco. O que era um pouco estranho, já que haviam registros de que agentes da Louco haviam entrado no local. Procuramos então por eles e nada!
- Isso aqui tá muito estranho... - murmurou Penny.
- Exatamente! Eu sei que aqueles três que estavam nos registros eram agentes da Louco! Nós já olhamos nas câmeras, conversamos com outras pessoas e nenhuma pista! Será que esquecemos de olhar em algum lugar? - eu disse.
- Bem, eu... não sei! Isso nunca aconteceu! Se a Louco estivesse fazendo um plano por aqui, estaria meio óbvio, ja que seu tio é péssimo em planejamento!
- Humm... eu já sei! Alguém dessas pessoas que trabalham aqui é um impostor! Ele deve estar fingindo que trabalha aqui, mas na verdade é um agente da Louco... e eu já até sei quem é! Hahahaha. - eu disse e saí puxando a Penny até encontrarmos o Daniel. Aquela cópia de seboso só podia estar ajudando o irmão! E eu iria revelar ele na frente de todo mundo, hahahahaha! Que foi? *Eu era um agente da Sede mas ainda não tinha deixado de ser um vilão*, então eu podia sim fazer uma risada malígina. Quando achamos a *maçã envenenada*, eu fiz questão de falar bem alto:
- É ele! Ele é um agente da Louco disfarçado! - eu gritei.
- O que?? *Mas eu trabalho aqui há dois meses*! - disse Daniel.
- Mas quem não garante que tenha hackeado o sistema pra fingir que trabalha aqui há dois meses? - eu rebati.
- Mas ele realmente está trabalhando conosco há dois meses! - seus colegas de trabalho o defenderam.
- É? Então... e-ele é o irmão gêmeo do Charles! Ele deve estar ajudando o irmão! E daí deve ter nos distraído com aqueles registros falsos!
- Talon! - ela me puxou pela argola da blusa - Você tá maluco?! Não temos provas contra ele! - Penny defendeu o sujeitinho.
- Então você tá defendendo ele? Tá mais que na cara de que ele é suspeito!
- Mas todas as coisas apontam que ele é inocente. Testemunhas, documentos, registros... ele realmente trabalha aqui há dois meses. - ela me mostrou provas de que ele era inocente, mas eu sabia que ele não era nada santinho!
- Mas meu sexto sentido está me dizendo que tem algo de errado nesse aí. - eu disse.
- Para com essas tolices, Talon! Vamos voltar pra Sede e dizer que não encontramos nada por aqui. - sugeriu Penny.
Mesmo eu sendo contra aquela ideia, eu não tive escolhas, já que Daniel tinha várias provas de sua inocência. Mas eu sabia que tinha algo de podre nele, e eu ia provar que eu estava certo!
   Voltamos pra casa, frustados. Essa, como disse Penny, era uma das únicas missões sem sucesso. E realmente, todas as missões eram bem sucedidas... outra prova de que tinha algo de muito errado naquela situação. Mas eu resolvi esquecer um pouco aquilo e assistir TV. Penny estava estudando com seu Codex no quarto, até que ela saiu pra pegar algo pra comer. Ja eram umas 8 da noite. O Bugiganga estava fazendo sei lá o que e o Crânio estava no banho. Então Penny disse:
- Você devia estudar, amanhã tem prova de história.
- Oi??? Prova??? Amanhã??? Por que você não me avisou??
- Mas eu te avisei hoje mais cedo, só que você não prestou atenção.
- Quando foi isso? - eu reclamei.
- Eu falei isso desde de manhã! Quando estávamos no carro, quando estávamos  na sala de simulações, quando estávamos na missão...
- Aff! Tá bom! O que que eu tenho que estudar? - eu disse desligando a TV e me levantando.
- Temos que estudar tudo sobre... - ela falou as matérias que tínhamos que estudar.
- E coisa pra caramba!
- Eu sei, né? Mas não temos escolhas a não ser estudar. - disse Penny, se sentando na mesa da cozinha.
Eu me sentei com ela e começamos a estudar juntos:
- Talon! Se concentra! - reclamava Penny.
- É difícil se concentrar com você sendo a professora. - eu dizia aproximando o rosto, olhando em seus olhos com aquele jeito irresistível.
- É, mas a prova não está nem aí se estamos namorando ou não. Portanto, temos que estudar.  - ela também aproximava o rosto.
Estávamos prestes a nos beijar, mas nos interromperam DE NOVO! Aquilo já tava irritante! O Crânio tinha terminado seu banho e veio pra sala.
- Au au au au. - Crânio latiu baixo.
- Claro, Crânio, já vou dormir, só tenho que terminar de estudar com o Talon. - disse Penny meio sem jeito.
- *Você consegue entender o que esse pulguento fala?? - eu perguntei.
- Ei! Ele não é pulguento! E sim, eu consigo entender o que ele fala (a maioria das vezes)*. - respondeu Penny.
   E ficamos lá, estudando até umas 2 da manhã. Acabamos pegamos no sono naquela mesa mesmo.

1* Guarde essa informação, ela é importante!
2* Talon só virou um agente da Sede porque não teve escolha e não porque ele se arrependeu de ser um vilão. Ele ainda tinha em mente ser dono de uma agência do mal como o tio.
3* Referência à macã envenenada da Branca de Neve, que aparenta ser perfeita por fora mas é ruim por dentro.
4* Guarde essa informação, ela é importante!
5* Na série, a Penny consegue entender o que o Crânio fala (já que ele é um cachorro com personificação humana).
Música deste capítulo: Copycat - Billie Eilish

Talenny: ame seus inimigosOnde histórias criam vida. Descubra agora