𝐀𝐦𝐨𝐫 𝐄𝐭𝐞𝐫𝐧𝐨 | 𝐉𝐉𝐊+𝐏𝐉𝐌

{02}. A princesa.

07:17 AM, Quarta-feira

Quarto do Jungkook

- Senhor Jeon, por favor, acorde. - Uma voz distante falava ao meu lado, mais parecida com um eco, porque eu ouvia ela repetidas vezes.

- Hm...? - Virei-me para o outro lado e pus o travesseiro em meu ouvido para abafar a voz.

- O senhor tem que acordar, hoje é dia de conhecer a sua esposa... - relembrou a voz distante que agora se tornou mais próxima.

Tive um sobressalto, afastando o homem que recuou para trás em susto.
A notícia que eu conheceria minha futura esposa me deixou bem agitado e ansioso durante semanas. Mesmo eu não gostando da ideia de me casar por causa do dinheiro, era um tanto quanto assustador saber que teria uma mulher ao meu lado, teria herdeiros com ela e governaria um reino.

- Desculpa... Hã... - Foquei minha visão para enxergar melhor e vi um empregado que eu via há pouco tempo. - José? Adolfo? - Tentei adivinhar o seu nome, mas parece que ele ficou um pouco chateado, abaixando a cabeça e com as mãos agitadas.

- Alessandro, senhor... - corrigiu com uma voz baixa, obviamente chateado por eu não saber seu nome.

- Ah, desculpa por te assustar. - Sorri, tentando amenizar aquele clima estranho entre nós dois. Ele sorriu de volta, um pouco apreensivo. - E desculpa por errar seu nome... - Cocei a nuca, envergonhado - Eu ando muito ocupado e cheio de coisas esses dias... - Eu acho a pior coisa do mundo mentir na cara dura das pessoas e eu estava fazendo isso agora mesmo. - E também fiquei planejando algumas coisas pra fazer. - Tentei enrolar ele e parece que ele percebeu, pois sorriu com aquela cara de quem diz "Eu sei que você tá mentindo pra mim!" - Pois é... - Olhei para o lado, tentando sair daquela situação horrorosa que eu me meti. - Você pode ir, eu já vou me arrumar - avisei, tentando fazê-lo ir logo, já que ele poderia ter que fazer outras coisas mais importantes do que acordar um adolescente de dezessete anos.

- Não, senhor! Eu tenho ordem de sua mãe, nossa rainha, para que eu faça uma checagem nas suas roupas e... - Olhou para o lado de meu rosto. Ah, claro - Seus brincos... - falou devagar, com receio.

- É óbvio! - ironizei, revirando os olhos e me levantando da cama, indo logo colocar um dos meus brincos de ouro que eu guardo na minha caixinha de jóias. Bem irônico, óbvio. Acabei de ouvir que minha mãe não me queria com esses brincos e já estava os colocando.

Nunca tirei esses brincos desde que meu pai me deu de presente de aniversário de treze anos, os usei até em seu enterro, então não vai ser agora que eu irei tirar!
Bobagem da minha mãe achar que eu pareço uma daquelas pessoas que roubam, além dessa sua comparação ser preconceituosa com eles, porém, eu ainda tenho amor à vida, então nunca cheguei a falar pra ela.

- Ela vai ficar aborrecida com o senh-

- Vai nada! - Enquanto colocava o brinco no lóbulo esquerdo.

- Senhor... - avisou com uma voz calma.

- Shh! E não se fala mais nisso! - ordenei brincalhão, mas o bastante para ele se calar.
Posso até ser grosseiro com algumas pessoas, mas eu juro que eu tento de tudo pra não ser assim com meus empregados, porque eles estão apenas fazendo o serviço deles e não merecem esse tipo de tratamento.
Já basta a minha mãe para chateá-los.