Capítulo 8

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Andando nas ruas naquele lindo pôr do sol do entardecer -o sol se punha cedo naquela época do ano- Grey ria com a reação exagerada da menina do seu lado a qualquer coisa da cidade.

_ Como eram as coisas na sua época?_ perguntou curioso.

_Ah! Eu vivo num orfanato, então não saía na rua._ disse a garota meio triste.

_ Você não tentou fugir?_

_ Não queria testar a sorte, mas eu fugia do dormitório feminino até a diretoria para roubar canetas as vezes..._

_ Por quê? você não tinha as suas?_ Isla riu diante da pergunta.

_ Eu só tinha três vestidos._ A resposta surpreendeu Grey

_mas por que canetas?_ perguntou ainda confuso _ era proibido estudar?_

_ Uma garota não podia estudar para ser o que quisesse, somente poderia ser uma esposa. Não tinha opção, nem voz._ Ensinou o menino que provavelmente faltou nas aulas de história.

_ Eu usava as canetas para escrever histórias. Sempre quis ser escritora, mas como uma garota poderia fazer isso?_

_ Hoje em dia, as garotas podem ter qualquer profissão, mas ainda são subestimadas _ disse Grey _há muitas escritoras criativas por aí. Acho que você poderia ser uma escritora bem reconhecida se quisesse._

_ Sério?_

_Sim. Há nomes mundialmente reconhecidos de escritoras famosas._ Isso a fez sentir com uma empolgação maior do que o costume. Ela é otimista e extrovertida por natureza. Uma coisa que não era necessário conviver muito para reparar.

_  Chegamos _ a fala afastou os pensamentos da menina. Se deparou com uma casa branca, pequena, com uma janela, tendo cortinas persianas, e um quintal de uns dois metros, tendo grama relativamente alta, cortada por um caminho curto de terra em direção a porta que não estava pintada.

Os dois entraram pelo portão pequeno e enferrujado. E Grey abriu a porta com a cópia da chave que tinha na sua mochila. Assim que eles chegaram, o pai do garoto, geralmente estressado, abriu um sorriso com a cena.

_Pai, essa é minha namorada Isla _ o homem prontamente largou o jornal e foi cumprimentar a moça. _ Prazer Isla, me chamo Ricardo _ disse apertando a mão dela.

_ O prazer é todo meu senhor Ricardo!_ cumprimentou elegantemente.

_Pai, eu queria saber se ela pode ficar aqui por uma semana._

_mas é claaaaro! Ah! É isso aí filhão! Tô gostando de ver, hein!_

Os dois se dirigiram ao quarto pequeno, porém extremamente arrumado do garoto. _O que ele quis dizer? _  Perguntou Isla que não entendeu as indiretas por não estar acostumada com o palavreado. _ Nada com que se preocupar, se quiser se trocar, ou tomar banho, pode ir ao banheiro. Sabe como funcionam os atuais?_

_ não..._

Grey tentou explicar, escapando um riso às vezes ao imaginar Isla parada, confusa, pensando no que fazer no banheiro.

Depois de alguns minutos a moça voltou, estava vestindo um macaquinho jeans e tinha prendido o cabelo molhado numa trança desajeitada. Assim que chegou, se deparou com um caderno e uma caneta moderna em cima da cama no lado onde Grey estava sentado.

Ela tinha milhares de perguntas sobre tudo. Era como um mundo novo, mas era tanta coisa, que preferiu se concentrar em tentar voltar ou achar um novo lugar para ficar. Voltando seu pensamento ao que estava acontecendo, sentou ao lado do rapaz.

_ah você voltou! isso é uma caneta dos dias de hoje..._ disse pegando no objeto transparente e preto _ separei esse caderno para tentar resumir o máximo que aconteceu nesses 138 anos perdidos.

_ está bem._

Assim os dois passaram horas estudando história geral. Até adormecerem contra as suas vontades

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