Amy

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A frente da prefeitura está cheia de jornalistas curiosos, todos prontos para conseguir algum furo que estampe os jornais de amanhã.

— Vamos ter que entrar pelos fundos. — Taylor diz.

Amy observa em silêncio enquanto Taylor abre a porta.

— Vamos entrar. — Taylor fala. — É um pouco escuro aqui dentro, mas não tem como errar, esse corredor só leva a um lugar.

— Eu sei. — Amy responde.

Os dois seguem o enorme corredor que leva ao escritório do prefeito. Esse lugar não é estranho para Amy, ela esteve aqui sozinha não faz muito tempo, quando roubou a chave dele enquanto ele dormia.

É uma grande ironia estar voltando aqui junto com Taylor.

— Finalmente chegaram. — Allan Dickinson diz assim que eles entram no escritório.

Allan Dickinson está sentado em sua cadeira luxuosa analisando alguns papéis e não se dá o trabalho de olhar para eles.

— Vocês já conversaram sobre todos os detalhes? — O prefeito pergunta ainda sem tirar os olhos dos papéis.

— Que detalhes? — Amy pergunta.

— Achei mais seguro conversamos aqui no gabinete. — Taylor responde.

— Alguém pode me dizer sobre que diabos vocês estão falando? — Amy diz irritada.

Allan calmamente coloca os papéis em cima da mesa, retira seus óculos de leitura e olha para Amy e logo em seguida pousa seu olhar sobre Taylor.

— Você pensou bem. — Allan diz. — A reação de Amy pode ser um pouco exagerada.

— Parem de falar como se eu não estivesse aqui e expliquem logo o que está acontecendo. — Amy grita.

— Minha amada filha, você já deve ter percebido que as coisas estão um pouco agitadas lá fora por causa do seu emprego naquela lanchonete.

— Sei... — Amy diz impaciente.

— Taylor e eu conversamos muito e chegamos à conclusão de que o melhor a fazer agora é você largar esse emprego. Pelo menos até as coisas se acalmarem.

— Você só pode estar de sacanagem comigo!

— Taylor é melhor você nos deixar a sós por um momento. — Allan diz para Taylor.

Taylor sai do gabinete deixando Amy sozinha com o pai. Ela sabe que nada de bom pode sair dessa conversa, então ela pega um cigarro dentro da bolsa, acende e dá um longo trago.

— Não fume aqui dentro Amy. — Allan protesta.

— E por que eu largaria o meu emprego? — Amy pergunta ignorando o protesto de Allan.

— Você acha que amanhã eles não estarão lá esperando por você novamente? Os jornalistas não te darão sossego. Eles vão continuar indo a lanchonete tentando tirar fotos e fazendo perguntas e quando você não as responder, eles vão especular as piores coisas possíveis. — Allan responde.

Amy sabe que Allan tem razão, os jornalistas ficarão a rodeando como moscas, mas algo na maneira como seu pai está falando não parece certo. Tem algo diferente em seus olhos que parece errado e ela pode pressentir.

— E eu preciso fazer isso para o bem da sua maldita campanha? — Amy diz furiosa.

— Será temporário, até as coisas se acalmarem. — Allan responde calmamente.

— Temporário?

— Sim Amy, temporário. É só para acalmar os ânimos, depois você poderá voltar com suas atividades normalmente.

PS: Não me ameOnde histórias criam vida. Descubra agora