Frenesi

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Naquele momento, tudo parecia ruir.

Não sentia mais o chão.

Não ouvia mais o mundo.

Só escutava o som da porta batendo.

Das minhas lágrimas no chão.

Dos meus gritos.

Da tua voz. Árdua, quente.

Das tuas palavras. Verdadeiras.

Com um segredo que não queria ouvir.

Que não precisava saber.

Me trocou por outro ser. Por outra boca. Por outro corpo.

Me deixou fleumático. Atônito.

E no silencioso frenesi de minha alma me reergui.

Me reconstruí.

Dentro de mim, me refiz.

Agora não preciso mais de ti.

Não necessito do teu jeito excêntrico.

Do teu olhar eterno.

Do teu sorriso distenso.

Da tua risada límpida.

Do teu cheiro me perseguindo.

Da fausta sensação de te ter.

Nem do teu corpo quente junto ao meu.

Não. Não preciso mais de ti.

Não preciso.

Não, preciso.

Palavras da AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora