Um menino muito, mas muito incorrigível

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  • Dedicado a Dalva Guimarães Caldas
                                    

Olá meus amigos


Este livro está à venda na Hotmart e Livraria Saraiva.



A História de Bion e seu Amigo Misterioso


Um menino muito, mas muito incorrigível


Bion era um menino que não gostava de tomar banho. Não só não gostava de tomar banho, como também não gostava de jogar lixo na lixeira. Só jogava fora dela.


― O espaço fora da lixeira é muito maior, por isso a gente erra o alvo ― desculpava-se sempre.


Só isso? Não! Não só isso. Detestava também fazer muitas outras coisas que o manual de boas maneiras recomenda. Como, por exemplo, lavar as mãos regularmente. Além disso, na rua, chutava tudo o que encontrava pelo caminho. Falava palavrões e ainda bancava o respondão.


Quando tomava sorvete, então, saboreava a guloseima bem devagar, para despertar inveja nas outras crianças. Aí, lambuzava o rosto, a roupa, as mãos, o chão, enquanto caminhava na rua tranquilamente. Os lábios dele chegavam a ficar da mesma cor do sorvete. Ele não se importava com isso e não os limpava.


Na escola, era o único a sentar-se isolado, porque ninguém gostava de se sentar perto dele. Mas não pense você que Bion se chateava com isso. Nem um pouco. Ao contrário, ficava contente e se achava o máximo.


Sua mãe vivia lhe dizendo:


― Bion, Bion, Bion... Você ainda vai sofrer muito na vida por causa deste seu comportamento esquisito.


― Vou nada, mãe! Eu vou é lucrar.


― De que jeito?


― De todo jeito.


― Como, Bion?


― Na escola, posso sentar onde quero e ninguém me incomoda.


― Mas você não sabe o que falam de você.


― E daí?


― E daí que não gosto que falem mal de meu filho nem inventem apelido pra ele. Seu pai também não. Nem seus avôs. Nem seus tios e primos. Nem ninguém da família! Nem...


― Preocupação boba, mãe. A senhora não devia se preocupar com isso.


Mas Dona Gracildes se preocupava sim. E se queixava aos familiares, a ponto de não aguentarem mais as lamúrias dela, porque Bion era incorrigível, não mudava nunca. Porém, um dia alguém a aconselhou a levá-lo a um psicólogo.


Dona Gracildes procurou a Dra. Miriam, psicóloga da escola, e contou-lhe sua aflição.


O Porquinho no EspelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora