part 1

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"...Do you feel safe
Out in the light
Or is this the place
Where monsters hide..."

SVRCINA - WHO ARE YOU?


      
       Samara olhava para a fenda larga, parada na beira, e não se sentia bem com o que os seus olhos viam.

Toda a felicidade que ela estava sentindo minutos atrás antes de ser apresentada a caverna até a entrada, havia desaparecido, mesmo que ela não entendesse bem o porquê.

Tudo o que ela sabia, era que agora ela sentia um medo e um desespero enorme crescendo dentro do seu peito e radiando-se por todo o seu corpo, internamente. Ela não se sentia protegida quando olhava para a fenda mesmo que, a escuridão bloqueasse ela de enxergar qualquer coisa que houvesse no fundo. Ela se sentia ameaçada, se sentia desprotegida, se sentia perto da morte como se, a escuridão estivesse infestada de perigos que ofereciam um enorme risco para ela e os seus amigos. Como se a caverna fosse a morte.

Samara tentava entender a razão para estar sentindo toda essa mistura ruim de sentimentos, porquê ela não queria mais descer, mesmo que bem antes, no fundo ela quisesse, ela queria entender o que era essa sensação que chegava até ela e fazia com que ela acabasse assim, assustada, talvez, ou receosa como ela sentia que era a palavra certa para a definir no momento.

Enquanto os seus amigos preparavam-se alguns passos de distância, entre risadas, brincadeiras e a adrenalina correndo veloz pelas veias, uma sombra desceu de um tronco alto nas copas e moveu-se deixando as árvores passando pela grama, e cresceu cada vez mais até que se mantesse bem atrás do corpo pequeno de Samara, ainda fitando a escuridão sem ao menos piscar.

A sombra cobriu todo o corpo de Samara dos cabelos arrepiados aos pés, como se a abraçasse por trás, e baixinho, em um sussuro tenebroso, que no fundo parecia um clamor angustiante ressoando dentro da cabeça de Samara, a ser pressionada por uma pressão cercando os braços contra o próprio peito, a sombra sussurou:

    

   

Não desça

    

   

  
   
A voz soou devagar, em um tom pesado e ameaçador, espalhando um arrepio ainda mais desagradável por todo o corpo dela, alcançando a sua alma ao ponto de aterroriza-la e fazer seu coração, por um segundo, parar de bater como se ela estivesse prestes a sofrer uma parada cardíaca. A pressão no corpo da jovem subitamente desapareceu a trazendo de volta para a realidade.

Samara piscou, abraçada pela voz, e em reação ergueu a cabeça virando-se na direção a floresta, porém, não havia nada ali, não tinha ninguém, nenhuma sombra, nenhuma pegada além das dela e dos seus amigos, nenhum vestígio, o que fez com que ela constasse que havia sido apenas o seu subconsciente em conjunto com os seus pensamentos sobre explorar a caverna. Porque, não tinha mais ninguém ali.

Sam!

Os olhos castanhos dela se moveram rápidos até Apolo, equipado e a olhando preocupado, ela não o respondeu, olhou para as amigas experientes iniciando a descida pela fenda, o receio dela cresceu mais, como se ainda fosse possível.

— Você tem que se equipar, Sam. —

Apolo começou a passar os equipamentos para o corpo de Samara, ainda quieta pensando.

— Você desceu até lá embaixo? —

Ela perguntou ao homem que prendia o cinto ao redor da cintura dela e que confiava de olhos fechados, até o pânico a invadir.

Na escuridão do seu amor DEGUSTAÇÃO. COMPLETO NA AMAZONOnde histórias criam vida. Descubra agora