O Demônio Solitário

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Acabei mandando mensagem para Ino lhe avisando que não iria, que não estava me sentindo bem e que não era para se preocupar.

Mentira.

Eu estava ótima. Bem, digamos que não cem porcento. Estava com a cabeça cheia por conta da faculdade, me sentindo atolada e atodoada com os meus pensamentos. Afinal, era apenas um parágrafo de conclusão, sim? Essa cobrança toda de mim mesma são os resultados da minha adolescência conturbada, sendo mais específica: ter uma mãe pertubada. Esse era o problema.

Mebuki poderia ser uma ótima mãe, adorável e caritativa aos olhos de quem queria se passar por vítima. Mas eu, meu pai e irmão seriam os únicos a ter como experiência, o que é ter o próprio diabo em casa. Sempre me cobrando, me diminuindo e escrevendo meu futuro, essa era e é minha querida mãe. — Mas, nessas alturas do campeonato que eu iriei me lamentar?

Eu sou Sakura Haruno, uma nova Sakura, cheia de si e independente. A que não deixa o próprio pensamento nefasto lhe atingir, cacete!

Ir para a festa, foi o que eu decidi por fim. Enquanto escovava os dentes eu pensava em que roupa vestir, tinha em mente a cor de sempre — preto. Minha cor favorita, se fossem olhar meu closet, só encontrariam uma floresta negra e sombria, só havia peças escuras. — Terminei de escovar os dentes e fui escolher o que vestir, optei por uma calça jeans com alguns rasgos, uma blusa de alças e calcei as coturnos que estavam jogadas perto da cama. Ao olhar no espelho me senti satisfeita com a produção, no rosto livre de maquiagem apenas passei um batom vermelho.

Estava quase chegando no local e pude notar o movimento de pessoas entrando e saindo da fraternidade, estacionei o carro um pouco distante pois haviam muitos carros por ali, em uma pequena caminhada já conseguia avistar Naruto com alguns de seus amigos, "a gangue" como eu chamava, estava mais para gangue dos panacas, garotas os rodeavam e uma fumaça emanava dali. — Maconheiros safados. — ri com meu pensamento.

Entrei finalmente na bendita festa, percorri os olhos naquele lugar lotado e perto do pequeno palco, que provavelmente era onde aconteciam as reuniões dos membros da casa, tinham um DJ com muitos aparelhos de som, e mais á esquerda um pequeno bar montado e alguns mixólogos — Agora que reparei, não me lembrava do quanto eles se dedicavam na organização e decoração da casa para eventos e festas, havia muita luz colorida e um aparelho de iluminação que deixava as paredes com "bolinhas" neon. — Segui para o bar e fiz meu pedido, tocava "Like A G6" me senti nostalgica. Estava em primeiro plano, não ser reconhecida por ninguém, queria beber um pouco e ficar em paz, eu amo ficar sozinha nem que seja por dois minutos. Logo o barmen me entregou o meu Dry Martini.

— Noite de merda, também?

Por um momento estava me sentindo observada, mas ai tive certeza quando o cara á minha direita se pronúnciou, então o encarei.

 Ele estava sério, tinha piercings na sobrancelha, no canto do lábio inferior e alguns arcos na orelha, havia um brinco também e, nossa, tinha muitas tatuagens com o que reparei, no pescoço e o braço direito coberto por várias delas, a camiseta de mangas curtas facilitava a visão delas. O que mais me chamou atenção, foi os olhos negros, tão negros quanto seu cabelo, como duas ônix em seu olhar puxado.

— Bom, não é a melhor noite da minha vida, mas hipoteticamente, não é uma noite de merda. — ele me olhou sem muito interesse e voltou a olhar as pessoas em volta enquanto bebia sua long neck. — Ahn, nunca te vi por aqui.

Continuei encarando o cara, mas ele mantia o olhar em qualquer outra direção. Mas que droga de silêncio constrangedor!

— Mas, eaí? Me fala mais sobre você — voltou a me encarar e se apoiou no balcão com o olhar sugestivo.

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⏰ Última atualização: Jan 07, 2021 ⏰

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