Enfim sexta. A tão desejada sexta-feira. Para todos os alunos é um alivio enorme ter dois dias de descanso, e claro que para mim não seria diferente.
Estávamos já na terceira aula. Em uma das melhores aulas... Química. Estudávamos balanceamento, uma matéria fácil e simples. Muitos dos meus colegas tem dificuldades com essa matéria, entre eles, Ana Clara. Estava sentada ao seu lado explicando a matéria com a autorização de nossa professora.
-Balanceamento de equações é bem aquela aplicação dada que se diz: na natureza nada se cria, e se perde tudo se transforma. – expliquei de uma forma em que ela entendesse de que teria que transformar a equação dada pela professora.
-Como o amor que ira se desenvolver entre você e o Hugo? – ela perguntou enquanto colocava um sorriso em seu rosto pálido com sardas.
Clara vivia com a ideia de que eu e nosso colega de turma teríamos um caso romântico. Ideia estúpida. As vezes troquei argumentos com ele sobre Marvel ser melhor que DC, mas nada a mais.
-Já deu deste assunto Clara. – falei irritada fechando meu caderno – Já disse que nada ira surgir entre mim e Hugo. Este garoto é um mala. –falei indo ate meu lugar.
-Ele tem uma aparência fofa – ela exclamou fechando seu caderno.
-Ele é um tolo – respondi incrédula.
Clara fazia uma careta em que dizia que eu era uma tola por não ter nada com Hugo pelo motivo do garoto não gostar da Marvel.
Como poderia ter um bom relacionamento com alguém se este alguém não gosta da Marvel? Me perguntava isso toda vez que ela insistia nesse assunto.
Assim que o sinal ecoa por toda nossa sala pequena de aproximadamente 18 alunos. Nós levantamos e nos retiramos de dentro da sala que foi ficando cada vez mais silenciosa.
-Pode ir encontrar os garotos. Vou ir ate a maquina de bebidas – falei indo para o lado contrario em que meu irmão e os garotos estavam.
-Fazer o que? – ela perguntou confusa.
-A você sabe, dar uns amaços com harry styles – exclamei ironica.
Ela deu um sorriso debochado e voltou para a direção em que os garotos estavam.
Fui ate a maquina de bebidas que ficava em frente á sala dos professores.
É uma maquina grande, deve ter dois metros e algo mais. Dentro obviamente tem bebidas, como: refrigerante, suco, toddy, água. Tipo as maquinas de bebidas em que aparecem em postos de gasolina dos filmes americanos.
Coloquei três moedas de 1 real na pequena entrada de metal da maquina e esperei alguns segundos meu chá gelado descer pela maquina.
Comecei a bater com a mão um pouco apressada no vidro da maquina.
-Qual é?! – falei enquanto batia forte na maquina fazendo com que ardesse um pouco a palma de minha mão.
Vendo que o chá não descia comecei a chutar a lata da maquina. E nada de meu chá descer.
Isso sempre acontece, não sei por que ainda insisto em perder meus três reais e minha paciência com essa maquina.
Me assusto pelo forte estrondo que houve da maquina quando o garoto de olhos frios chega e bate com o ombro na maquina. Penso na dor que lhe deve ter causado. Mas não ligo para ele.
-É mais pratico! – ele falou pegando meu chá gelado de dentro da maquina. Logo em seguida abriu o mesmo e tomou um gole, fazendo uma careta.
-Seu cretino! Esse chá é meu – falo com raiva, enquanto me aproximava mais de Lorenzo.
-Quem nesse mundo gosta de chá gelado? Pode ficar – exclamou colocando a mão na boca e me entregando o chá.
Ele definitivamente odeia chá gelado. Quem nesse mundo não gosta de chá gelado?
Ele ja deve estar a poucos passos da prostituição.
Peguei a garrafa de chá saindo de lá com ela em minhas mãos.
-É assim que me agradece? – ele falou alto o suficiente para que eu escutasse.
Virei de frente para ele e lhe mandei o dedo do meio, o que fez com que Lorenzo risse.
Tolo.
Sai andando enquanto bebia meu chá, ate chegar na rodinha dos garotos.
Eu ate poderia-te-lo agradecido pelo ato, mas eu tenho uma ótima justificativa por não ter feito, na verdade não tenho nao. Simplesmente não quis.
Assim que entro dentro da rodinha ao lado de Clara e Marcos, Lorenzo chega por trás ficando entre mim e Clara.
Olho irrelevante para o mesmo ao meu lado, ele me olha com um sorrisinho cínico e serro os olhos para o mesmo.
-Tudo certo para nossa antiga noite de jogos como antigamente, Chris?! – Lorenzo pergunta ainda com seu olhar cínico em mim.
Antiga noite de jogos? Antiga noite de jogos. Nós fazíamos isso quando ainda éramos amigos e que eu ainda o achava um garoto legal.
Nossas noites de jogos sempre eram apenas nos três, na sala de casa em um colchão enorme. Então se Lorenzo falou “nossa antiga noite de jogos como antigamente” eu estou dentro destes planos. QUE DROGA É ESSA PRODUÇÃO?
-Claro. Tudo certo – Chris afirmou contente.
O olhei indignada com tamanha tolice.
