Aprendendo a ser Pai - Sasuke Uchiha -

01 - pαtєrnídαdє

Sasuke sempre pensou em restaurar seu clã, era algo que desde o massacre começou a cogitar na ideia, viver sozinho era algo que passou a acontecer quando perdeu os pais e toda sua família.

Nunca teve uma boa relação com seu pai, ele era muito severo e sempre depositava sua atenção em Itachi, e mesmo com todo o favoritismo do líder do clã nunca odiou o seu irmão mais velho. Olhava aqueles dois recém-nascidos no berço, um ao lado do outro dormindo calmamente.

Sua mente estava um verdadeiro caos onde todas as suas inseguranças eram firmemente depositadas no medo de não ser o suficiente para sua família, tinha uma esposa que o respeitava e lhe amava, mas sua única coisas que pensava era...

"Sou suficiente pra eles?"

Era uma pergunta recorrente que na maioria das vezes ficava sendo guardada em uma gaveta no fundo do seu subconsciente, que eventualmente acabava sendo mexida e logo vinha a tona.

Yumi era uma mulher incrível, tão forte e amorosa com sua família, ele a amava tanto que muitos momentos quando mais jovens pensou seriamente em afastar-se dela para que assim a mesma encontre alguém melhor. Sasuke não gostava de aceitar, mas era inseguro demais consigo mesmo, ele tinha completa noção de que uma pessoa tão maravilhosa quanto a Namikaze era capaz de se casar com um homem perfeito.

Porém no dia que se afastou dela parte de sua mente se prendeu na garota, ainda se lembra desse dia, a única alternativa de desculpa que conseguiu para voltar a falar com ela foi dizer que estava com medo.

Adorava o fato de ter uma família, estava gostando tanto de saber que passaria um tempo em casa sabendo que sempre que voltasse teria alguém para lhe receber, que não estava mais sozinho em sua residência apenas com o barulho do vento contra os móveis.

Agora não precisava mais chegar e ser recebido pelo silêncio, ele tinha sua mulher para lhe dizer que era bem-vindo, e agora teria seus filhos que iriam crescer e talvez fazer o mesmo. Mesmo que não tenha tido um bom exemplo a se inspirar como pai prometeu a si mesmo que daria tudo de si por aquelas crianças, que daria sua vida a eles se preciso.

Com os dedos tocou a bochecha rosada do menino que calmo dormia segurando a mão da irmã sem perceber. Não conteve o sorriso no rosto ao ver a cena.

Nunca ficou tão feliz em toda sua vida. Sentiu os olhos ficarem embaçados e nem percebeu quando algumas lágrimas caíram de seus olhos apenas viu quando algumas caíram um pouco no berço.

Passou parte da sua vida chorando quando acordava dos pesadelos onde via a morte de todos do clã, na sua cabeça não achou que um dia choraria de felicidade.

Com o dedo acariciou a bochecha de seu filho vendo o quanto era sortudo por ter uma vida tão cheia de pessoas que se importavam tanto com ele, até mais do que deveriam.

Yumi que tinha ia em direção ao quarto deles viu o seu marido em pé, inclinado se encostando no berço, só conseguiu ver as costas do mesmo, a blusa do com o símbolo Uchiha nela. Sorriu se aproximando dele para ver oque estava fazendo.

- Sasuke? - viu o mais alto se assustar e virar o rosto pro lado contrário -

Ele passou a manga da blusa no rosto em tentando exugar as lágrimas, mas seu rosto ainda estava um pouco vermelho.

- Ei, você está bem? - pergunta ela um pouco preocupada com oque o mesmo poderia estar passando -

Chegou mais perto ficando de frente para o moreno fazendo assim o homem de olhos ônix não ter outra escolha a não ser deixá-la ver seu rosto, que claramente mostrava que chorou um pouco.

Teve ocasiões que o viu chorar, quando uma vez ele lhe questionou sobre seu amor por Naruto seu irmão, e alguns outros raros momentos que passou ao lado dele.

- Oque aconteceu? - tentava falar o mais baixo possível para não acordar os bebês que nem mesmo pareciam ligar para os adultos no quarto já que dormiam como pedras -

O Uchiha só pegou sua mão e a puxou para fora do quarto não querendo acordar seus filhos por algum descuido.

- Não é nada Yumi - suspirou vendo a menor erguer uma de suas sobrancelhas desconfiada -

- Se não quiser dizer tudo bem, mas não fale que não é nada Sasuke - pediu calmamente, era melhor ouvir que não queria conversar sobre o assunto do que vê-lo mentir -

Sabia que tinha dificuldade em dizer seus problemas as outras pessoas, e odiava aquela característica infelizmente herdada de seu pai, enquanto Itachi tirou a sorte grande de se parecer tanto com a mãe deles.

Puxou a mesma para mais perto envolvendo-a em um abraço enquanto colocava seu rosto na curvatura do pescoço da mesma, era muito mais fácil falar quando não conseguia vê-la. A ruiva aceitou de bom grado o abraço, Sasuke era frio? Sim! Porém não deixava de ser quente também, seu abraço era confortável de ficar, e o fato dele ser maior apenas melhorava o carinho.

- Não é nada - passou o mão na nuca dela fazendo o corpo da mesma se arrepiar pelo contato da mão gélida contra sua pele - Apenas estava pensando no quão eu sou sortudo em ter você - uma das coisas que Yumi mais aprendeu a apreciar foi quando o Uchiha demonstra seu amor -

- Por que estava chorando? - passou os braços ao redor do pescoço dele colocando seu rosto no ombro do mais alto sentido o cheiro menta -

- Porque eu estou muito feliz - fechou os olhos sentindo seu rosto se avermelhar - Eu tenho uma família novamente - falar aquilo foi algo incrivelmente satisfatório -

Não precisava mais ficar na solidão que viveu, pois agora tinha onde voltar, não era mais preciso se afastar pois agora tinha por quem voltar.

- Estava chorando de felicidade - concluiu a mesma, seu tom de voz mostrou sua clara alegria ao saber daquilo -

Conseguiu entender o resmungo do mesmo que concordou com ela, quando viu seus filho não chorou por apenas ter demorado a processar a informação, foi um tempo até que finalmente conseguisse compreender que todos os momentos horríveis de dor e vazio se foram.

- Yumi - chamou a mesma que murmurou um continue para que o mesmo concluísse a frase - Eu te amo - sorriu boba ao ouvir aquilo, ele demonstrava aquilo de um jeito diferente, mas ouvir ainda era muito bom -

A Uchiha se afastou dele erguendo seus dois dedos que tocaram a testa do maior que sorriu satisfeito em entender que seu sentimento era recíproco.

- Também te amo, revoltado - rio sabendo que logo o moreno iria revirar os olhos -

Caminharam ao quarto que dormia juntos, ficava ao lado de onde os bebês dormiam para que se começassem a chorar um dos dois iriam cuidar dos pequenos.