Capítulo 1: O Abismo do Desconhecido

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Estava frio, tudo frio, eu estava de olhos fechados, eu não me lembrava do que havia acontecido para eu chegar aqui. Meu corpo estava fraco e eu podia sentir tudo, desde meus órgãos, até o sangue correndo devagar pelas veias ao redor do meu corpo. Eu não estava com vontade de abrir meus olhos, não por tristeza, mas porque eu estava extremamente calmo e feliz, eu não sentia nada ao meu redor, e isso não me assustava, na verdade esse lugar me passava uma certa segurança, não a nada aqui que possa me ameaçar, ninguém que possa me ver, nada, era uma vastidão de nada aconchegante.

"Que pensamento triste" Uma voz jovem, calma e gentil fala a distância. Pela primeira vez eu abro meus olhos neste lugar, e vejo que tudo ao meu redor era escuro, mas quando eu olhei para baixo eu vi uma vastidão branca. Aquilo não era o chão, era apenas o outro céu. É estranho falar isso, mas quando se lê tantos livros de histórias fantásticas ou se perde em pensamentos aleatórios sobre o mundo, você acaba achando alguns conceitos de mundo que para muitos seriam impensáveis, pensáveis. Tudo que eu fazia aqui era me perder em devaneios, já que tempo não era algo aqui, eu só ficava meditando sobre tudo.

"Você vai mesmo me ignorar?" A voz gentil se torna confusa. Eu ainda ficava triste de não poder ver minha mãe, e nem mesmo meus amigos, me parte o coração pensar que eles devem estar me procurando que nem loucos por ai. Eu sempre fui profissional em preocupar os outros, não era algo que eu deveria me orgulhar, mas isso me provava que minhas companhias eram verdadeiras, mas agora eu nem posso olhar pra eles de novo, não posso ouvir minha mãe brigando comigo por ficar até tarde da noite fora de casa e indo em ritos e cerimonias de algumas crenças de origem indígena que tinham em quantidade no meu bairro. Eu fiz muitos amigos lá e descobri muito conceitos de vida e morte que eles acreditavam-

"EI!!!" A voz calma se torna estressada e próxima. Eu sinto um puxão forte me levando para longe do ponto que eu estava flutuando previamente. "Gostaria eu saber que pensamentos seriam mais interessantes do que conhecer sua maior ambição." A voz diz em seu tom calmo que se recuperou após conseguir minha atenção. Eu vejo para onde eu estava sendo puxado, eu estava indo em direção a um homem alto, aparentemente um e oitenta de altura, se fosse dizer apenas olhando, um sobretudo branco, por baixo ele vestia uma camiseta de manga longa de moletom de cor cinza. Calça jeans com correntes descendo dos bolsos, ele não calçava nada em seus pés, apenas meias escuras. Ele tinha um olho verde lima e um longo cabelo da mesma cor de seus olhos, cabelo esse que chegava no chão. O que mais me assustava era a enorme e desproporcional foice que ele carregava nas costas.

"Mil perdões mas, não vejo como minha ambição seria ver um homem de roupa engraçada e uma foice." Eu falo tentando manter um tom engraçado mas não querendo o desrespeitar. Meu comentário arranca uma risada do homem, logo essa risada cresceu em uma gargalhada. Eu sinto a força que me puxava sumir e me deixando flutuar livremente ao redor da pequena gravidade gerada por esse homem.

"É bom ver que até em morte você tenta manter seu tom bem humorado, de qualquer forma, você pode me chamar de Necromom, ou só Necram."  voz calma dele se torna um tom mais casual enquanto ele fala.

"Eu morri?" Minha voz sai claramente triste. Eu sempre quis saber se ressureição existia, mas eu não queria morrer tão cedo, eu tinha tantas coisas que eu ainda queria fazer, eu queria conhecer tantas pessoas, eu nem mesmo pude me apaixonar por ninguém ainda.

"Eu sei que é triste, a morte não é justa, mas também não é injusta, todos que morrem fazem parte de uma grande engrenagem chamada universo." A voz dele retorna ao tom calmo e sua voz engrossa um pouco. Ele limpa a garganta e então continua "O universo não é apenas o que você vê e sente, mas sim toda a existência de um certo conceito criado por algo maior, e eu? Bem, eu sou uma quebra dessa regra de "vida e morte", o que mais tarde você descobrirá que não é uma regra, do mesmo jeito que você descobrirá que nada é impossível, e que os conceitos de mortal e deus não passam de um ponto de vista dos habitantes de seu próprio mundo." A voz calma dele começa a me reconfortar, mesmo que ele esteja me passando muita informação em tão pouco tempo.

"Entendo, mas na verdade não tanto." Eu deixo um pouco o tom sério e respeitoso, como se eu estivesse falando com alguém superior, e começo a tentar falar com ele como um amigo.

"Acredite, você entende mais do que pensa. Eu venho acompanhando o seu mundo a um bom tempo, eu fui informado por outro semelhante de mim que um jovem estava chamando a atenção, então eu resolvi averiguar." Enquanto ele fala, adotando uma postura menos formal, uma constelação se forma entre nós dois e um zoom forte aproxima a constelação e revela meu sistema solar, e depois meu planeta, e depois, minha casa. "Eu queria te tranquilizar e te dizer que isso não passara de um episódio de sua vida, se ele será longo ou curto, quem definirá isso será você e ninguém mais." Ele limpa a garganta assim que termina de falar, e depois volta a falar "Existe um mundo em que um evento extremamente perigoso está ocorrendo, esse evento pode trazer um caos aos universos relacionados a sua criação, o por que de eu estar falando isso para ti meu pequeno amigo, é pela sua afinidade como os assuntos "reencarnação" e "jogos", eu vim projetando um sistema com meu irmão para poder determinar o potencial dos usuários e de quebra resolver alguns problemas pelos mundos, eu poderia mandar um militar que morreu em missão para cumprir este objetivo, mas como eu disse, o sistema beneficiara ainda mais pessoas que já entendem de seu funcionamento." A voz calma dele faz tudo o que ele diz parecer ainda mais confuso.

"Eu não entendi direito, mas consegui entender que eu sou um bom jogador, é isso?" Minha voz novamente demonstra minha confusão. Ele ri um pouco com meu comentário, e depois balança sua cabeça em afirmação.

"Vou te perguntar apenas uma vez, você poderá reencarnar neste mundo e viver uma vida, curta ou longa, e depois retornar ao seu mundo de origem e aproveitar o que os frutos que seu "ser" te trará, ou você pode retornar agora e esquecer tudo o que aconteceu até agora, você quer ou não reencarnar garoto?" A voz dele se torna clara, como se fosse um daqueles professores que explicam a matéria tão bem que você não precisa revisar dez vezes o conteúdo. Eu tremo minha mão, eu queria aceitar, mas estava com medo do que me aguardaria do outro lado. Após um tempo, meus pensamentos se tornarão mais claros do que nunca, eu irei a este mundo que ele me disse e viverei, e ainda o ajudarei a resolver seus problemas e levar o conhecimento que eu conseguir para meu mundo anterior e entender o que é esse "ser" que Necram disse.

"Eu aceito!" Eu falo com convicção na voz e com um olhar queimando em determinação. Ele estende a mão em minha direção e toca de leve minha testa.

"A morte é apenas o começo. Vida e morte, velhice e juventude, realidade e mentira, mal e bem. A verdade é apenas sua. Ache-a no seu novo mundo, viaje como um grande mago e restaure o Graal." As palavras dele eram confusas, mas logo fizeram sentido em minha mente, de alguma forma. Qual será o mundo que me aguarda do outro lado? E como é este outro lado?

"Você logo descobrirá meu mestre, me apresento Ordan, seu Sistema pessoal." Uma voz robótica fala em um tom animado. Parece que este era o sistema que Necram falou, ele parece divertido.

Ryu Emiya | LVL: 10 |Idade: 10 Anos

HP: 240 | MP: 1.100 | AFF (Servo): 0

Título(s): "Aquele que vêm de outro mundo", "O Mais Sortudo"

FOR: 10

AGI: 15

RES: 12

INT: 22

CAR: 16

SOR: 20

Dinheiro: 100 CR7

Habilidades:
[Jogador]
[Conhecedor das Crenças]
[Sorriso Precioso]
[Ecletismo]
[Manipulação de Magia]
[Circuitos Mágicos]

Itens e Tesouros:
Estilete
Conjunto de Roupas Comuns
Conjuntos de Roupas do Dojo
Livro de Anotações
Lembrança de seu Irmão

Um Jogador e o Destino (Fate/Stay Night x OC Gamer)Onde histórias criam vida. Descubra agora