20 de Dezembro - Levi

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Levi

O vento frio soprava sem piedade, cortando meu rosto e secando as lágrimas nos cantos dos meus olhos. Meu hálito quente batia contra o cachecol que cobria meu nariz e minha boca, enquanto minhas narinas ardiam a cada inspiração.
Era vinte de dezembro, e por isso, a rua estava ridiculamente decorada. Em Branson, o natal era sempre comemorado ao extremo, se tornado uma das cidades mais iluminadas de Missouri.
Apesar de morar em uma cidade fascinada pelo clima natalino, eu nunca senti necessidade de celebrar esse feriado, especialmente depois que vim morar sozinho em Branson, sete anos atrás, depois da morte de minha mãe. Eu me lembro da vez em que ela disse que o natal não foi feito para pessoas solitárias, e agora, eu finalmente entendi o que ela quis dizer.
Meu olhar se estendia nas ruas brancas, coberta pela neve que escondia os carros abaixo de si, e engolia meus pés a cada passo dado.
Apertei os olhos e pude visualizar as extensas janelas que percorriam as paredes da pequena cafeteria escondida na esquina.
Ela era o único lugar que não estava exageradamente decorado, havia apenas uma linha única de pisca-piscas falhados passando pela base das janelas e uma guirlanda de pinhas pendurada acima da porta.
Bati meus pés contra o chão quando alcancei a entrada, tirando a neve grudada nas solas dos meus sapatos, empurrando a porta de vidro logo em seguida, sentindo o cheiro forte de baunilha e grãos de café que pairavam pelo ambiente.
O interior estava quente e aconchegante como sempre, com uma música natalina bem baixa tocando ao fundo. O lugar não estava tão cheio com o de costume, o que era de fato uma surpresa considerando a época do ano, havia apenas dois casais sentados juntos na primeira mesa e um homem de meia idade sentado em um dos bancos envernizados do balcão.
Como o habitual, caminhei em direção a pequena mesa de madeira que ficava ao fundo, com sua lateral encostada na janela, me dando uma visão ampla das ruas cobertas pelo lençol fino criado pelo gelo.
Retirei o casaco pesado e o estendi sobre as costas da cadeira e antes de sentar puxei a alça de minha bolsa - uma do tipo pasta que caía pela lateral de meu corpo até a altura do quadril -, a colocando sobre o canto da mesa. Dobrei meu cachecol e o enfiei dentro da bolsa junto com minhas luvas. Assoprei as pontas dos meus dedos que estavam pouco dormentes e os levei para meu cabelo, ajeitando os fios negros que estavam bagunçados por conta do vento.
Um casal que passava abraçados pela rua capturaram minha atenção e mal escutei a voz tímida que se dirigia até mim.
- Ah, com licença?
Um rapaz alto estava parado ao meu lado, ele trajava o uniforme usual da cafeteria e segurava um bloquinho de papel junto de uma caneta. Seus cabelos me chamaram a atenção de primeira. Eles eram castanhos escuros e estavam presos em um pequeno coque desajeitado, fazendo com que pequenos fios caíssem sobre sua testa.
- Você é novo aqui? - notei o nome "Eren" escrito em uma plaqueta de identificação improvisada presa em seu uniforme.
Eu frequento essa mesma cafeteria há anos, eu conheço todos que trabalham nela, e eu nunca tinha visto esse par de olhos verdes azulados por aqui.
- Sim - Eren suspirou, coçando a nuca. - Faz somente alguns meses que me mudei para a cidade, e eu consegui esse emprego há alguns dias.
- Eu realmente não entendo como essa cidade estúpida ainda consegue atrair moradores. - respondi com meu tom naturalmente debochado.
Ele riu do meu comentário e relaxou um pouco os ombros, parecendo se sentir mais confortável.
- Na verdade eu até que gosto, toda essa ideia natalina sempre teve um ar mágico para mim, e mudar para Branson só reforçou minha ideia. - Eren levantou o olhar e encarou além da janela.
- De onde você é? - a pergunta foi completamente espontânea, não é como se eu realmente quisesse saber.
- Springfield. - ri baixo e seu olhar curioso se voltou para mim.
- Eu nasci e morei lá toda a minha vida. - repuxei o canto da boca.
- E por que se mudou para Branson? - seus olhos se apertaram e sua cabeça tombou levemente para o lado. - Ah, desculpe, eu não quero me intrometer mas às vezes acabo falando demais...
- Eu me mudei pelo meu emprego - balancei a cabeça negativamente. - Vamos apenas dizer que concordo com a parte de que Branson é uma cidade um tanto quanto... Inspiradora.
- Acho que temos isso em comum... - suas sobrancelhas se ergueram, esperando alguma resposta.
Estendi a mão direita e ele a apertou quase de imediato.
Franzi o cenho quando comparei o tamanho de minha mão com a dele, sua palma quase podia cobrir todo o meu punho.
- Levi. Levi Ackerman.
O rosto de Eren assumiu uma expressão confusa quando ouviu meu sobrenome. Estreitei os olhos e ele apenas balançou a cabeça.
- Eren Jaeger. - ele sorriu e então notei o calor que emanava de sua mão.
- Ah, sua mão está quente. A minha está congelando - falei puxando minhas mãos e as apertando entre os joelhos. - Está um frio dos infernos lá fora.
- Não tem problema - ele riu clicando a base da caneta. - Então, o que vai pedir Sr. Ackerman?
- Me chame de Levi. - cruzei os braços sobre a mesa. - Eu sempre peço um expresso duplo, por favor.
- Tudo bem, Levi. - a ênfase foi colocada sobre meu nome. - Vou me lembrar disso. - ele sorriu e voltou para trás do balcão.
Estalei os dedos e suspirei, puxando minha bolsa e revirando seu interior. Puxei meu diário - velho o suficiente para ser considerado um membro da família -, e meu lápis 8B - sempre gostei de traços fortes e marcados. Abri o pequeno caderno em uma página inutilizada e a batuquei com a ponta do lápis, procurando a inspiração que eu sabia que havia encontrado.
Um pequeno barulho me trouxe de volta a realidade, olhei para o lado e vi Eren praguejando em voz baixa. Ele havia derrubado um copo cheio de Capuccino sobre o balcão, o homem que estava sentado a dois bancos de distância do pequeno acidente, apenas resmungou balançando a cabeça em negativa. Eu olhei a cena e não pude deixar de rir brevemente.
Então era ele a minha inspiração.
Antes de virar minha profissão, o desenho foi algo que eu tinha como um passatempo, então sempre fui acostumado a me expressar por linhas e rabiscos.
Então apenas deixei minhas mãos correrem pelo papel, fazendo meus dedos demarcarem os traços fortes através do grafite.
- Faz quase uma semana que você não aparece por aqui, Levi. - reconheci a voz familiar de Hanji.
Ela puxou as costas da cadeira desocupada a minha frente, se sentando de um modo emburrado.
- E você mal responde minhas mensagens. - ela estreitou o cenho tentando parecer desapontada.
- Fiquei preso num processo criativo - ergui minimamente a bochecha sem tirar os olhos do papel. – Como vão as coisas?
- Ah tudo indo bem, sabe. Só é estranho a cafeteria não estar lotada, ela sempre fica no final do ano. - reclamou jogando a cabeça para trás.
Pelo ato, seu cabelo balançou e pude visualizar o emaranhado de fios castanhos presos em um rabo de cavalo.
- Menos trabalho pra você. - a olhei por um segundo e percebi uma pequena mancha de café em seu uniforme, bem acima do busto.
- E menos dinheiro também. - Hanji deu de ombros.
Sorri torto com sua resposta e ela me acompanhou.
Eu conheci Hanji na minha primeira vinda a cafeteria, ela trabalha aqui desde sempre já que o estabelecimento pertence a sua família.
- Está desenhando meu prodígio? - ela se debruçou sobre a mesa, tentando enxergar melhor.
- O que aconteceu com Reiner? - me referi ao antigo empregado que ocupava o cargo de Eren.
- Ele disse que ia sair da cidade e não deu seus motivos, por sorte Eren apareceu a tempo. - ela suspirou e coçou os olhos.
- Tenho pena dele, por ter que aguentar você o dia todo. - coloquei o braço em cima do caderno vendo Hanji abrir a boca em surpresa.
- Pare com isso nanico, eu sei que você me ama. - sua voz era orgulhosa e sua boca se abriu num sorriso extenso.
Por conta do apelido, apertei o maxilar e ergui meu olhar por um momento, encarando seus olhos num aspecto divertido enquanto meu rosto se fechava numa expressão fria.
- É uma pena que as regras daqui impliquem com cabelos soltos, aqueles fios são lindos demais para ficarem presos. - lamentou a mulher admirando Eren ao longe, mudando de assunto rapidamente.
- Está de olho nele? - falei insinuando desdém, sombreando o grafite com o dedo mindinho.
- O que? - ela soltou uma risada fraca. - Não, nem se eu quisesse. Acho que mulheres não são muito a praia dele.
- Como você pode saber? - coloquei os cotovelos sobre a mesa, apoiando o rosto nas mãos.
- Está brincando? Está escrito na cara dele. - um sorriso malicioso se abriu em seus lábios. - E tenho quase certeza de que ele estava dando mole pra você.
- E por que disso? - sussurrei chutando sua canela por debaixo da mesa, fazendo menção para falar baixo.
- Ele mal trocou mais de duas palavras com os clientes desde que chegou aqui. - ela reclamou esfregando o lugar dolorido. - Além do mas, o rosto dele estava vermelho quando voltou para o balcão.
Escondi minha expressão de surpresa, desviando o olhar para a janela. Infelizmente, Hanji era muito boa em leitura corporal.
- Ele também limpa as mesas? - perguntei depois de um tempo ouvindo Hanji reclamar de dor.
- É o que ele mais faz, por que? - ela arqueou as sobrancelhas em curiosidade, aproximando seu rosto como se estivesse prestes a ouvir um segredo.
- Pode garantir que ele limpe minha mesa depois que eu for embora? - encarei seus óculos que escorregavam pelo seu nariz curvado.
- Claro que posso. Mas por que isso? - ela insistiu visivelmente ansiosa. - Se interessou nele? Nunca vi ninguém atrair sua atenção de primeira assim.
- A única que parece interessada aqui é você, quatro olhos. - estalei a língua irritado com seu tom de voz.
- Olha, ele está voltando. - segui seu olhar e vi Eren vindo em nossa direção equilibrando uma xícara em uma bandeja. - O que será que ele vai pensar quando ver o seu lindo rostinho recriado em seus desenhos, Levi?
Fechei o caderno rapidamente e observei Hanji rindo enquanto se levantava e caminhava de volta para o balcão, tocando no ombro de Eren no caminho, que apenas sorriu em resposta.
- Mais alguma coisa? - ele perguntou ainda sorrindo, colocando o pires com a xícara de café em cima da mesa. Por um momento pensei ter visto suas mãos tremerem.
- Não, é só isso. Obrigado, Eren. - sorri minimamente e vi suas bochechas se avermelharem.
- Bom, então... Aproveite. - ele respondeu e se retirou.
Segurei a borda da xícara quente com meus dedos e respirei fundo apreciando o cheiro forte do café, sentindo meu corpo se aquecer de imediato.
Rabisquei mais alguns esboços enquanto bebericava o café, observando Eren para capturar seus traços, mas sempre disfarçando quando seu olhar se movia em minha direção.
O relógio na parede marcava oito horas da noite, eu fiquei em torno de uma hora nessa cadeira e compreendi o fato das minhas pernas formigarem.
Meu café havia acabado há quinze minutos atrás e eu ainda segurava a borda da xícara, sentindo o cheiro da cafeína se esvaindo lentamente. Uma ideia estúpida ainda percorria minha cabeça, então acabei por colocá-la em prática.
Esbocei um rascunho simples da família Simpson sentada no sofá, todos amarrados juntos por pisca-piscas enquanto pequenos gorros natalinos caíam de suas cabeças. Era uma referência clara de Springfield.
Puxei a folha cuidadosamente a arrancando da lombada do caderno, a dobrei ao meio e com letra cursiva escrevi em seu verso “Aproveite seu primeiro natal em Branson”. Deixei o papel sobre a mesa, escondido de baixo da xícara, junto com o dinheiro do café.
Guardei minhas coisas e vesti o casaco, pegando minha bolsa e a colocando no ombro, passando sua longa alça pelo meu peito. Enrolei meu cachecol no pescoço e vesti minhas luvas logo em seguida.
Me levantei devagar e no caminho para a saída acenei em direção ao balcão, recebendo um aceno atrapalhado de Hanji e um sorriso tímido de Eren.
Levei um pequeno choque térmico quando coloquei os pés na calçada. Havia me esquecido do frio descomunal que estava do lado de fora. Afundei o rosto no cachecol e apressei o passo em direção ao meu apartamento.
No caminho, passei ao lado de uma casa simples porém exageradamente decorada, vendo uma idosa simpática sorrir para mim pela janela contornada por pequenas luzes. Entorpecido pela claridade das luzes não percebi a presença do pequeno cachorro a minha frente, que latiu com minha aproximação. Com o susto, pisei em falso e escorreguei na calçada congelada, caindo para trás e batendo o cóccix contra o chão.
Uma dor aguda me subiu pela espinha e meu rosto se retorceu numa careta.
Eu definitivamente odeio neve.
- Querido você está bem? - uma voz fraca cortou o ar.
Virei o rosto e percebi que a idosa me encarava pela porta entreaberta de sua casa. Praguejei mentalmente quando a vi abrir mais a porta, dando espaço para o mesmo cachorro entrar.
- Eu estou bem! - me levantei e bati minhas roupas sujas pela neve.
Ela concordou e fechou a porta, voltando para a janela de antes. Enfiei as mãos nos bolsos e voltei a caminhar, ignorando todos os olhares que se voltavam em minha direção e suprimindo a vontade de mancar por conta da dor.
Suspirei em alívio ao alcançar meu apartameno. Quando abri a porta, fui recebido por Petra que miava preguiçosamente para mim, com sua pelagem clara brilhando em meia luz. A cumprimentei acariciando seu pescoço.
Eu a adotei um ano depois que me mudei para cá, quando a encontrei ainda filhote miando dentro de uma pequena caixa, jogada numa esquina vazia. Desde então ela me tem feito companhia em todos esse longos anos.
Pendurei meu casaco e a bolsa no gancho da parede e retirei meus sapatos na entrada, caminhando até a cozinha com Petra se enrolando em minhas pernas. Abri o armário e peguei o pequeno sachê de frango, me agachando e despejando o conteúdo na vasilha da gata, que miou alto e se pôs a devorar a refeição balançando a cauda suavemente.
- Eu conheci alguém hoje. - falei acariciando sua cabeça. - E fiz um desenho.
Como se realmente entendesse, ela virou a cabeça e me encarou com seus olhos felinos por um instante antes de voltar a comer.
- É, eu sei. Também fiquei surpreso comigo mesmo.
Andei pelos cômodos até minha cama e me enfiei debaixo dos grossos edredons, sentido o abraço caloroso ao meu redor.
Eu não sabia ao certo a razão de ter desenhado Eren. Mesmo ele sendo um modelo muito bonito, não pareceu algo que eu faria. E o porquê de ter deixado aquele desenho ainda era um mistério.
Eu não negaria que o garoto de olhos verdes mexeu um pouco comigo, mas não sei se foi a ponto de me interessar por ele. Eu não costumo me interessar assim de primeira por alguém. Talvez seja por isso que minhas emoções estão tão confusas, até consigo sentir meus pensamentos correndo em um círculo vicioso em minha cabeça.
Meu celular tocou dentro do bolso de minha calça, fazendo um pequeno trecho da Sonata de Beethoven ecoar pelo quarto. Peguei o celular com desanimo pensando ser minha irmã e me surpreendi pelo número desconhecido estampado na tela.
- Alô? - bocejei sentindo meus olhos lacrimejarem.
- Levi? Oi!- reconheci a voz estranhamente familiar e minha respiração hesitou. – É o Eren!
Meu tronco se ergueu do colchão automaticamente. Meu estômago se agitou e meu coração subiu para a garganta.
- Eren? – minha voz falhou. – como conseguiu meu número?
Fechei os olhos e apertei os lábios pelo meu tom grosseiro.
- Eu vi você e a Hanji conversando então imaginei que ela teria seu número – ouvi sua respiração oscilar. - Espero que não tenha problema.
Pensando nisso, Hanji vai ficar insuportável quando descobrir que eu deixei aquele desenho para ele, eu só torço para que ela não nos coloque em uma situação embaraçosa demais.
- Ah não, tudo bem. – tentei parecer mais amigável dessa vez, ele parece gostar do meu estranho senso de humor. – Eu só me esqueci da quatro olhos.
- Vocês parecem bem próximos... – sorri fraco com seu tom de voz.
- Eu não sei bem como ainda somos tão próximos assim.
- Bom, contando com a Hanji, eu tenho apenas dois amigos na cidade – ele deu uma risada fraca.
- Está se saindo bem pra quem está na cidade há poucos meses.
- Então você não é do tipo social?
- Com certeza não. – respondi de imediato e ele gargalhou. – Você está na cidade sozinho?
- Não, minha irmã se mudou comigo. - Eren suspirou. – Nós somos bem apegados.
- Ah, entendo. – mordi o lábio.
- Olha, eu soube que tem muita coisa legal no parque na semana do natal. – ele explicava num tom nervoso. – Eu e minha irmã vamos com um amigo, e eu pensei que seria legal se você viesse também...
- Ah, parece bom. – eu tentava manter minha voz estabilizada ao máximo.
- Meu turno acaba às sete, então... – ele estalou a língua.
- Às sete? – o interrompi. – as melhores atrações começam às seis.
- Eu sei mas... – ouvi seu suspiro do outro lado da linha.
- Olha, não se preocupe, eu cuido dessa parte. Eu te encontro na cafeteria ás seis, e de lá vamos direto para o parque.
- Tudo bem então, eu acho. – ele parecia um tanto quanto desconfiado. – Aliás, seu desenho ficou incrível, eu amo os Simpsons! – apertei o celular e tapei os olhos, sentindo meu rosto esquentar por causa da vergonha.
- Obrigado...? – eu não tinha certeza de como responder.
- Você costuma desenhar para seus amigos? – ele riu novamente.
Ergui as sobrancelhas e mordi o lábio, já me arrependendo da minha futura resposta.
- Na verdade, eu apenas faço desenhos profissionalmente. Eu nunca... – cortei minha voz e limpei a garganta.
- Ah... – ele hesitou antes de responder.
Não precisei ver seu rosto para saber que estava sorrindo. Suspirei e passei a mão no cabelo pondo os fios para trás. Através da ligação pude ouvir uma voz feminina ao fundo e depois um arfar pesado.
- Eu tenho que ir, te vejo amanhã! – pela sua voz pude perceber que Eren estava demasiadamente animado.
- Te vejo amanhã. – repeti.
Desliguei o telefone e o joguei na cama, voltando a me deitar.
Mordi o interior da bochecha e levei as mãos para o rosto, esfregando os olhos. Senti um peso extra nos cobertores e vi Petra me observando com seus grandes olhos verdes.
- Me deseje sorte amanhã, Petra. – A chamei e ela se deitou na minha barriga, ronronando baixinho enquanto eu acariciava atrás de suas orelhas.

Five days of DecemberOnde histórias criam vida. Descubra agora