21 de Dezembro - Eren

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Eren

Meus olhos correram para o relógio preso na parede pela quinta vez nos últimos dez minutos. Os ponteiros marcavam seis e quarenta, e meu corpo se agitava a medida que a hora passava, com a minha ansiedade sufocante.
- Está tudo bem? – Hanji tocou meu ombro e riu pelo meu pequeno susto.
- Sim, está tudo bem. – forcei um sorriso.
Ela ergueu a sobrancelha e concordou, voltando a secar o balcão úmido.
A cafeteria estava igual a ontem, a maioria dos pedidos feitos eram para viajem então poucas pessoas estavam ocupando as mesas.
Pude sentir a brisa gelada bater em meu rosto quando a porta foi aberta, girei a cabeça e visualizei o pequeno homem de cabelos negros adentrando o lugar.
Levi estava com o mesmo cachecol cinza, mas desta vez vestia um sobretudo preto assim como o resto de suas roupas, que se moldavam em seu corpo.
Quando encontrei seus olhos perdi o fôlego instantaneamente, não sei se um dia serei capaz de encarar o olhar predatório que se mantém em seu rosto.
- Aqui tão cedo? – ouvi Hanji dizer quando ele se aproximou do balcão.
Levi acenou com a cabeça e eu sorri, desviando o olhar em seguida. Senti seus olhos arderem em minhas costas e os pelos dos meus braços se arrepiaram.
- Oi Hanji. – ele forçou um tom gentil.
- O que você quer? – ela soava desapontada. – Você só me chama pelo nome quando quer alguma coisa. Anda desembucha.
- Tudo bem você me pegou. – seus dedos batucaram a madeira.
Eu ouvia toda a conversa a três passos de distância, com a cabeça baixa enquanto fingia limpar uma xícara de porcelana na pia atrás de Hanji.
- Eu preciso que você cubra o Eren pelo resto da noite. – o tom de Levi era apático novamente.
Hanji não respondeu de início, então virei minimamente o rosto e pude ver pelos cantos dos olhos ela jogando o pano que segurava sobre o ombro e cruzando os braços sobre o peito.
- Por que? – olhei para baixo quando percebi que seu rosto se movia em minha direção. – Sem a ajuda dele eu terei que fechar mais cedo.
- Ele... – Levi limpou a garganta. – Nós, vamos para a Silver Dollar City.
A voz de Hanji parecia presa em sua garganta, engoli em seco.
- Então vocês vão ter um encontro? – seu tom era um tanto malicioso.
- Não é um encontro! – as palavras pularam da minha boca e os dois se viraram para mim.
Mordi o lábio e desviei o rosto quando vi Levi franzir a sobrancelha.
- Tá bom. – Hanji pronunciou por fim, colocando um fim no silêncio constrangedor que impus. – Mas você vai ficar me devendo.
Ela deu dois tapinhas na mão de Levi e saiu para atender o próximo cliente que acabara de entrar no estabelecimento.
Ergui as sobrancelhas em surpresa e me virei, apoiando o quadril na pia.
- Isso foi... – murmurei e Levi me encarou. – Fácil.
- Eu disse que resolveria. – sua expressão apática voltara. – Temos que ir. – ele conferiu o relógio no pulso e eu concordei.
- Me dê cinco minutos.
Dito isso peguei minha mochila jogada embaixo do balcão e rumei para o banheiro.
Despi o uniforme verde da cafeteria e puxei a troca de roupa extra que havia trazido. Vesti a blusa branca de mangas compridas facilmente, arrumando sua gola alta que cobria meu pescoço e bufei quando meu casaco de algodão prendeu no zíper lateral da mochila. Enfiei o uniforme dentro da mochila e coloquei a carteira e chaves do bolso frontal da minha calça jeans azul escura.
Apoiei as mãos nas laterais da pia e retomei o fôlego. Soltei meu cabelo e o ajeitei de maneira superficial, encarando o espelho e tentando aprovar a própria imagem que refletia de volta.
Fora do banheiro pude ver Levi encostado na parede ao lado da árvore de natal, seus olhos fitavam a estrela no topo do pequeno pinheiro e por consequência não me viu jogando a mochila para de baixo do balcão enquanto caminhava ao seu encontro.
Ao ouvir meus passos se aproximando ele virou a cabeça e estreitou os olhos.
- O que foi? – minha voz falhou e meu interior se retorceu.
Alguns segundos se passaram antes de uma resposta ser proferida.
- Você fica diferente com o cabelo solto. – ele ajeitou o corpo e eu sorri internamente pela diferença de altura.
- Isso é bom? – tentei não transpassar minha aflição pela voz.
Sua boca se repuxou num sorriso.
- Vamos. – concordei mais uma vez e acenamos para Hanji antes de sair.
O ar gelado invadiu meus pulmões de forma violenta, fazendo minhas vias nasais arderem. O tempo estava nublado e os céus estavam escuros, aparentando ser mais tarde do que realmente era.
- Pensei que iríamos com sua irmã. – Levi acenava para um táxi que passava.
- Ela vai nos encontrar lá. – respondi entrando no veículo.

Levi não mentiu quando mencionou que o parque era muito mais decorado do que a cidade. A entrada era infinitamente iluminada e magnificamente decorada.
Ele estava parado ao meu lado, com as mãos enfiadas no bolso do sobretudo, me observando e parecendo analisar minhas reações. Levi olhou para o relógio novamente e me puxou pela manga do casaco. Adentramos o lugar e caminhamos pelas ruas belíssimas que situavam o parque, não pude deixar de me encantar com cada detalhe.
O parque era temático do ano de mil oitocentos e oitenta, as construções eram rústicas e as pessoas estavam vestidas a caráter da época.
- O que é aquilo? – apontei para o aglomerado de pessoas a nossa frente.
- É o que eu estou tentando te mostrar desde o começo.
Ele me puxou novamente, se esgueirando em meio as pessoas. Quando chegamos a frente pude ver o motivo do alvoroço.
- Isso é...? – perguntei mordendo a bochecha e reprimindo uma risada.
- É a Parada da Rena Rudolph. – Levi me olhou e gargalhei. – Eu disse que essa cidade era estupidamente natalina.
A Parada era feita com um grande trenó que se movia lentamente, com uma rena de nariz vermelho na frente e um homem fantasiado de Papai Noel acenava para as crianças de dentro do trenó.
- Isso é incrível. – murmurei e Levi ainda sorria com toda a situação.
- É ridículo. E você ainda nem viu o coral.
Uma risada escapou por entre meus lábios mais uma vez enquanto eu observava o trenó ambulante se afastando devagar.
Continuamos nosso caminho e percebi que as plataformas dos brinquedos estavam fechadas.
- Pensei que os brinquedos funcionassem. – murmurei.
- Eles funcionam. – Levi balançou a cabeça. – Eles fecham por conta da neve. Mas a roda gigante funciona na maioria das vezes.
Ele apontou para o brinquedo brilhante ao longe e arfei, vendo o vapor exalar de minha boca.
- Fique aqui, eu já volto. – Levi apontou para um banco de madeira entre pequenas árvores.
Antes que eu pudesse responder ele já tinha sumido por entre as pessoas que passavam. Limpei os resíduos brancos que a neve deixara e me sentei, esfregando as mãos para conseguir um pouco de calor com o atrito.
Levi trazia dois copos de papel em suas mãos enluvadas quando retornou. Ele se sentou ao meu lado e me entregou um dos copos quentes, que exalavam um cheiro delicioso.
O encarei em interrogação e ele apenas tomou um gole do líquido fumegante.
Ergui as sobrancelhas e experimentei um gole. O líquido quente desceu pela minha garganta e aconchegou meu corpo numa sensação de quentura.
- É o chocolate quente típico de Branson. – Levi explicou escondendo o queixo no cachecol.
- Obrigado. – sorri e tomei o último gole.
- Você não sente frio nas mãos? – perguntou quando percebeu meus dedos desnudos.
- Ah – abri e fechei a mão pouco trêmula para que o sangue circulasse. – Eu esqueci minhas luvas em casa.
Ele me encarou e estalou a língua, deixando o copo ao seu lado no banco.
- Me dê – ele estendeu as duas palmas a minha frente e franzi o cenho sem entender. – Elas vão congelar desse jeito.
Suas pequenas mãos enluvadas acolheram as minhas, esfregando a ponta de meus dedos para que se aquecessem.
Eu não entendia porque ter as mãos de Levi em volta das minhas era tão gratificante. Fiquei o observando por um certo tempo enquanto ele apenas encarava nossas mãos.
De alguma forma Levi tinha a pele pálida e lisa como uma xícara de porcelana mas o rosto delicado era também marcado com traços fortes pelo tempo. Seus movimentos eram leves mas ao mesmo tempo rudes, como se estivesse contendo algum instinto agressivo. Ele me lembrava imensamente algum tipo de predador, e por Deus, eu seria sua presa se fosse necessário.
- Me conte mais sobre você. – arrisquei, não desviando o olhar.
- O que quer saber? – um suspiro escapou de seus lábios finos.
- Você disse que desenha profissionalmente – ele concordou. – Você é um artista ou algo do tipo?
- É um termo apropriado para se usar – sua boca se repuxou num meio sorriso. – Eu ganho a vida fazendo ilustrações.
- Você é realmente bom no que faz, isso eu posso dizer. – disse me referindo ao desenho que ele deixara.
- Aquele bilhete idiota não conta – pude perceber suas bochechas se avermelharem levemente.
- Então eu adoraria ver algo que conte. – objetei e ele riu.
- Quem sabe um dia, Jaeger. – o vapor de sua respiração era visível no ar. – E você? Por que se mudou para Branson com sua irmã?
Percebendo que suas mãos mal cobriam minha palma, ele as levou até a altura da boca e expirou ar quente sobre elas, enquanto seus olhos perfuravam os meus.
Senti que todas as palavras que conhecia foram sugadas para o fundo de minha mente e não consegui responder de imediato.
- E-eu... – gaguejei e apertei os olhos em reprovação. – Eu queria mudar e conseguir minha independência, mas como eu disse antes Mikasa e eu somos muito apegados, então ela acabou vindo comigo.
- É um motivo bem simples. – concordei dando de ombros.
- Talvez eu seja simples. – suspirei fechando os olhos.
- Não acho que simples seja um termo que se aplique a você, Jaeger.
Perdi minha noção em suas palavras e não notei sua expressão ao soltar minhas mãos, minha pele sentiu falta do calor imediatamente.
- Vamos? – me levantei e Levi se pôs a caminhar ao meu lado.
O relógio em seu pulso foi verificado mais uma vez.
- O coral vai começar, por aqui. – ele entrelaçou nossos braços e me guiou pelo lugar.
Por conta da quantidade de pessoas, fomos espremidos um contra o outro a medida que caminhávamos e Levi estalava a língua toda vez que alguém esbarrava em seu ombro.
A melodia de Jingle Bells foi ficando cada vez mais alta a medida que nos aproximávamos. Havia homens e mulheres em uma plataforma de madeira que improvisava um grande palco, e com isso as pessoas foram se aglomerando ao redor.
- Clichê. – ouvi Levi reclamar e neguei com a cabeça.
Me distrai com todos os detalhes que compunham o coral a minha frente, e também com a melodia natalina. Ouvi um murmúrio baixo e ao olhar de soslaio, percebi que Levi balbuciava a letra da música.
Sorri pela cena e ele disfarçou quando percebeu que fora pego por mim, virando o rosto e escondendo a boca no cachecol.
- Você estava cantando. – pontuei me curvando sobre ele.
- Não, não estava – ele proferiu irritado e soltou meu braço.
- Pensei que tinha dito que era clichê – com isso Levi virou seu rosto para mim e se aproximou perigosamente.
Sua respiração batia em meu queixo e sua cabeça se mantinha erguida conforme a distância entre nós era diminuída.
- Não íamos encontrar sua irmã? – ele sorriu satisfeito pela minha expressão.
Touché.
Arregalei os olhos e procurei o celular no bolso da calça desesperadamente. Mikasa com certeza surtaria pela minha ausência.
- Me encontre na Árvore. – li uma das mensagens que ela me enviara em voz alta.
Franzi o cenho em confusão e Levi apenas levantou o dedo indicador acima de minha cabeça, só então pude notar a enorme árvore de natal erguida ao longe.
- Ah, aquela árvore.
- Ela provavelmente está falando da cerimônia de iluminação da árvore. – ele mordeu o lábio, pensativo. – Vamos antes que comece.
Fomos em direção ao ponto de encontro, que concidentemente não era tão longe. Quando chegamos ao pé da árvore pude perceber o quão grande ela realmente era. Girei os calcanhares, varrendo o lugar com os olhos a procura de Mikasa.
- Eren! – pude visualizar sua silhueta se movendo rapidamente em minha direção. – Onde você estava?! Te procurei em todo lugar!
- Desculpe eu me distrai! – me desvencilhei de seu rosto e seus olhos se moveram até Levi.
- Você deve ser a irmã – ele estendeu a mão. – Sou Levi Ackerman.
- Ackerman? – Mikasa piscou os olhos em surpresa e me encarou.
- Algum problema com meu sobrenome? – Levi ergueu as sobrancelhas e alternou o olhar entre mim e Mikasa.
- Mikasa Ackerman. – ela então apertou a mão dele.
Levi franziu o cenho e balançou a cabeça em confusão.
- Foi por isso que me olhou estranho quando eu te disse meu nome pela primeira vez? – Levi virou para mim e apenas balancei a cabeça em concordância.
- Somos parentes...? – Mikasa pendeu a cabeça como se tivesse pensado em voz alta.
- De quem herdou o sobrenome? – Levi tentava entender a situação assim como todos.
- De meu pai. Mas ele e minha mãe morreram quando eu era bem pequena. – ela explicou normalmente. – fiquei boa parte da infância no orfanato até ser adotada pelos pais de Eren, então não sei muito sobre minha família.
- Não conheci meu pai e minha mãe morreu há alguns meses. – o tom apático de Levi retornara.
- Sem parentes próximos? – Mikasa insistiu.
- Somente um tio por parte de mãe que não vejo há anos, provavelmente morto também. – ele deu de ombros.
- Parece que nunca vamos saber – ela balançou a cabeça e Levi concordou.
Toda a situação era de fato estranha, mas num ponto como esse não havia nada a se fazer, talvez o grau de parentesco seja pequeno demais.
- Onde está Armin? – quebrei o silêncio quando notei a ausência do loiro.
- Ele disse que ia comprar biscoitos para ver a cerimônia – Mikasa apontou para uma pequena loja há alguns metros atrás de nós.  – Lá está ele.
Armin vinha correndo em nossa direção, com dois pacotes de biscoitos apoiados sobre o antebraço. Ele envolveu meu corpo com apenas um dos braços, assim que nos alcançou.
- Eren! Faz tempo que não o vejo. – ri baixo me soltando de seu meio abraço desajeitado.
- Tenho trabalhado bastante. Na verdade estaria até agora se não fosse por Levi. – apontei para o homem de cabelos negros ao meu lado.
- Ah, então você é o Levi! Muito prazer, me chamo Armin Arlert! – ele agarrou a mão de Levi e a sacudiu.
- O prazer é meu...? – Levi franziu as sobrancelhas pelo êxtase de Armin.
Eu não tinha me percebido a quantidade de pessoas que já estavam ao redor da árvore. Armin nos ofereceu biscoitos antes de dividir com Mikasa. Finalmente a árvore se ascendera, e o show de luzes começara.
Me esgueirei para mais perto de Levi, que fingiu não notar minha aproximação.
- Você tem que admitir, a cerimônia da árvore é espetacular – falei encantado com toda a iluminação que corria pela base da árvore até o topo.
- Não é tão ruim – ele deu de ombros e sorri.
Olhei para Levi parado ao meu lado, com os olhos brilhantes fixados a frente e os cabelos escuros refletindo pelas luzes que nos rodeavam.
O quão sortudo alguém deveria ser para ter Levi Ackerman?
Tirei a mão direita do bolso e as levei de encontro com as de Levi, escorregando meus dedos por entre os seus, sentindo a textura do tecido grosso de sua luva. Simples assim, sem vergonha nenhuma.
Ele olhou para nossas mãos entrelaçadas e depois me encarou com aquele olhar penetrante que somente ele conseguia ter, o mesmo que fazia meu corpo se arrepiar por inteiro.
- Minha mão está gelada de novo. – sorri antes que ele pudesse dizer algo.
- Você é mesmo um pirralho, Jaeger. – Levi sorriu de volta balançando a cabeça em negativa.
Ele apertou minha mão contra a sua e as enfiou no bolso de seu casaco. Ficamos ali admirando o espetáculo, enquanto meu polegar acariciava suavemente o indicador de Levi.
- Eu nunca me canso disso mesmo assistindo todo o ano. – Armin se aproximou junto com Mikasa quando a cerimônia acabara.
- Foi realmente incrível. – sorri para ambos.
Mikasa desceu o olhar até minha mão enfiada dentro do casaco de Levi. Ela torceu a boca, franzindo o cenho claramente enciumada.
- Vamos ver a Midtown? – propôs Armin notando a tensão no ambiente.
- Na verdade eu já vou indo. – Interviu Levi soltando minha mão.
- Te acompanhamos até a saída. – Mikasa pontou.
- Na verdade Mika, por que você não me acompanha? Você podem ir na frente, logo alcançamos vocês. – Armin sorriu balançando a mão e piscando discretamente para mim.
Ele havia aberto uma brecha para mim naquele exato momento.
- Claro, vamos. – entrelacei meu braço no de Levi e o puxei dali.
No percurso até a saída não houve nenhum diálogo entre nós, eu estava nervoso e tentava ao máximo não transparecer.
- Desculpe pela Mikasa, ela não consegue esconder o ciúmes. – lamentei soltando seu braço quando alcançamos o portão, vendo um sorriso sacana crescer nos lábios do outro. – Obrigado pela sua companhia, eu me diverti muito.
- Eu agradeço também. – Levi se pôs nas pontas dos pés, se esticando para me abraçar.
Ele agarrou meu pescoço e envolvi sua cintura com meus braços, apertando seu corpo contra o meu até sua risada fraca ecoar sob meus ouvidos.
- Do que está rindo? – Me afastei minimamente para olhar em seu rosto pálido.
- Você cheira a café. – Pontou com um sorriso ladino.
Tentei miseravelmente dizer algo em resposta mas acabei apenas por encarar sua boca entreaberta, incapaz de pronunciar qualquer som.
- Se quer me beijar então faça, Jaeger – Levi objetou juntando as pontas de nossos narizes. – e pare de me olhar assim, é irritante.
Minhas bochechas arderam e sorri desconcertado, quebrando a distância entre nós.
Mal notei a frieza dos lábios por conta de seu hálito quente contra minha boca. Apertei ainda mais sua cintura fina quando senti seus dedos se enrolarem nos fios de minha nuca. Levi movia os lábios com lentidão, como se apreciasse o gosto de minha boca.
Pessoas entravam e saíam pelo portão ao nosso lado, mas isso de fato não nos incomodou.
As mãos de Levi soltaram meu pescoço e deslizaram pelo meu tórax, adentrando meu casaco aberto e repousando em minhas costas. Soltei um longo suspiro após sentir sua leve mordida em meu lábio inferior. Ele certamente sabia como provocar alguém.
Levi apertou os olhos quando meus dedos gélidos encontraram suas bochechas ruborizadas. Ele soltou minha boca para respirar e movi meu rosto até seu pescoço, depositando um selinho demorado no local.
- Se controle pirralho. – repreendeu Levi entre suspiros.
Sorri contra sua pele e mordisquei o local, ouvindo seu arfar baixo em resposta.
- Eu estou me controlando. – me afastei e encostei nossas testas.
Apreciei sua respiração ofegante contra minha pele, ainda atordoado pelo turbilhão de sensações que desfrutara.
- Adeus, Jaeger. – Levi se despediu com um selinho e rumou atrás de um táxi.

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