Era manhã do vigésimo quinto dia, isso se Bianca não havia errado nas suas contas. As duas pegavam alguns cocos para deixá-los próximos da barraca quando Bianca avistou um navio no horizonte.
B: Olhe Rafa, outro navio.
R: Está muito longe, nem se eu ficar nua e plantar bananeira eles conseguiriam me enxergar a uma distância dessas.
B: Talvez não a olho nu, mas se tiverem algum equipamento de longo alcance poderiam avistar a fumaça.
Bianca então pegou várias folhas de coqueiro e jogou sobre o fogo para fazer uma enorme nuvem de fumaça. O navio parecia mais próximo, mas não o suficiente para que as duas pudessem ser vistas. Em pouco tempo o navio desapareceu novamente no horizonte. A fumaça era visível a aquela distância, mas nada poderia lhes garantir que algum dos tripulantes a tivesse visto. As duas ficaram abraçadas olhando para o horizonte. Talvez seu destino fosse mesmo morrer naquela ilha.
B: Olhe pelo lado positivo, Rafinha. Se estivéssemos na época da pirataria provavelmente já haviam nos encontrado, e nós serviríamos de comida aos tubarões ou pior.
R: Vira essa boca pra lá, Bianca. - A mineira a repreendeu. - Mas você tem certeza que piratas deixaram de existir?
B: Daquela maneira que vemos nos filmes sim, hoje em dia ainda existem saques e navios, mas aquela história de navio com bandeira de caveira e homens invadindo navios com espadas ficou no passado.
R: Ainda bem — respondeu.
B: Bianca?
B: Sim?
R: Hoje estive pensando sobre uma coisa.
B: Então me diga o que é?
R: Estamos nesta ilha há quase um mês e o mais longe que fomos até hoje foi naquela lagoa. E se esta ilha não for realmente uma ilha deserta, e se nós estivermos em uma ilha habitada na outra extremidade?
B: Hum. Gostaria de acreditar em sua hipótese, mas duvido que isso seja possível.
R: Por que não?
B: Primeiro porque andamos aproximadamente meia hora até chegar à lagoa e não encontramos nada que indicasse para uma ilha habitada, segundo porque teriam ouvido o barulho da queda do avião e certamente teriam vindo até aqui para ver o que aconteceu e terceiro que estamos fazendo fumaça todos os dia e já teriam notado a nossa presença.
R: Mas e se a ilha for muito grande e não ouviram e nem viram nada?
B: A única maneira de descobrir seria caminhando pela mata ou ao redor da ilha, acredito que ao redor da ilha seria mais fácil. Se você topar podemos fazer isso.
R: Eu topo, podemos ir agora mesmo?
B: Podemos, mas como não temos suprimentos para viagem temos que caminhar um pouco e depois retornar. Eu levo a mochila com alguns cocos e você carrega mais alguns para garantir que não vamos morrer desidratadas.
Elas então arrumaram as mochilas e colocaram alguns cocos e saíram caminhando, Bianca também levou o pedaço de hélice caso precisasse para abrir os cocos ou enfrentar algum perigo.
Elas caminharam por aproximadamente trinta minutos e não encontraram nada além de areia totalmente inabitada, mas chegaram a um local em que seria preciso entrar na mata para prosseguir, então elas acabaram desistindo e decidiram retornar. Antes, porém, Bianca abriu os cocos que carregavam para que pudessem saciar a sede e também um pouco da fome com os pedaços de coco maduro. Levar os cocos foi uma ótima idéia, porque naquela direção não encontraram mais nenhum coqueiro em que pudessem apanhar os cocos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A ilha deserta ( Versão Rabia )
FanfictionRafa Kalimann e Bianca Andrade recebem uma proposta para trabalharem juntas, o que elas não esperavam é sofrer um acidente aéreo e ficar perdidas em uma ilha deserta. Agora além de lutar pela sobrevivência a cada dia, elas tentam lutar contra o dese...