Cap. 50 - A vida é feita de momentos - FIM

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Estava claro que eu, Bel Torne Mason, era a mulher mais feliz à face da terra. A minha familia crescia a olhos vistos e apesar de todos os contratempos que tive com a do Joe, eu considerava-se abençoada. A Faculdade corria bem e já estagiávamos em certos departamentos. O bebé estava prestes a nascer e nós apenas queriamos ser surpreendidos pelos sexo do bebé. Eu sabia que ía ser um menino e por isso, como da primeira vez, comprei todo o enxoval azul clarinho. Ainda pensei que mais uma vez podia estar enganada mas fizeram-me todos os testes tradicionais da agulha, da mostra das mãos e do aspecto da minha barriga pontiagudo.

Os meus pais vieram passar uns dias connosco e estavam mais afáveis que nunca. Talvez o arrependimento matasse e chegaram à conclusão que o melhor seria dedicarem-se à familia, a mim e aos netos do que ficarem eternamente sózinhos. - Os amigos já nem parecem os mesmos....Comentava a minha mãe.

- É a vida atarefada que todos levam e que não há tempo para nada nem para ninguém...Tentava eu justificar a ausência cada vez maior dos amigos mais próximos. Eu, desde que casei e com o tipo de vida que levo perdi a convivência de pessoas da minha idade que na sua maioria continuavam os estudos e a gozar a vida de solteiros e sem compromissos. Eu tenho um marido, uma filha e um filho a chegar. Tenho muito com que me ocupar.

A minha vida mudou desde que conheci o Joe. Porque é que aquele rapz que me enfernizáva a vida de bom amigo se tornou uma obcessão de amor? Porque ele me amava de verdade e eu não sabia o que isso era. Com ele aprendi a amar......um amor que nos faz feliz mas que também doi. Sofri com a vida dele antes de nos casarmos e talvez eu tenha sido a sua salvação. Aquela familia Mason não era para ele....Joe merecia a família que tinha agora. Ele mudou completamente e deixou de pensar tanto nos pais para se dedicar de corpo e alma a nós. Ganhou um irmão que agora não passa sem ele. Temos a Dorothy que praticamente já é da família. Já temi que ela se fosse embora, porque este trabalho é uma prisão para ela. Ela não folga, não tem amigos e nem me parece que tenha familiares. Ela cuida do Raven como se fosse o seu marido....e no fundo, ele é o companheiro dela. Eu acho que ela é como eu....a obscessão pelos Mason. Estes rapazes têm qualquer coisa de inexplicável embora o Raven não poderá fazer a Dororthy totalmente feliz. Pensei muito no assunto e achei melhor falar com ela. Entrei no quarto e ela lia um livro para Raven.

- Olá Raven! Olá Dorothy!

- Olá Be...Be...elllll!

Sorri para ele e dei-lhe uma festa na cara. - Dorothy? Posso interromper a sua leitura...

- Sim, claro!

- Você é feliz, aqui connosco?

Dorothy mostrou-se incomodada com a minha pergunta. Não sei se por a ter feito em frente ao Raven ou se porque já teria pensado no assunto.

- Porque pergunta menina?

- Porque você já não sai deste quarto e desta casa há séculos. O que se passa?

- Nada....

- Não é o que a sua cara diz....

- Eu....eu.....gosto do que faço.

- Mas não precisa de ficar aqui, sem folgas nem férias. Eu não a estou a mandar embora, apenas a alertar que seria bom para si arejar de vez em quando.

- Não tenho ninguém aqui.....Os meus pais vivem no sul. Esta profissão obriga-me à dedicação ao doente e não quero deixar o Raven sózinho.

- Doty, posso chamá-la assim? O Raven tem-nos a nós. Numa emergência íamos ao hospital.

- Está a dizer que eu sou dispensável?

- Não, estou a dizer que precisa de descansar como qualquer ser humano.

Alugo namoradoOnde histórias criam vida. Descubra agora