Único

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Se engana quem não acha que ela não é tão ardilosa quanto o próprio diabo. Ela é a porra da garota má. A garota, que, apesar de carregar um rostinho de boneca, é na verdade a personificação da maldade e encrenca.

Sakura é uma maldita, que cheira a perversidade e a coisas proibidas. Que sabe muito bem o efeito que causa em mim. Sabe que eu encararia qualquer punição que a mim fosse submetida se ela me concedesse um pouco da malícia e sensualidade que carregava consigo, que eram refletidos naqueles olhos verdes infernais.

Quando ela erguia os lábios, revelando o sorriso insinuante, provocativo, eu sentia o ar se tornando rarefeito aos poucos, sentia toda a áurea libidinosa que Sakura possui me puxando, me atraindo para ela. Como se ela fosse uma sereia sensual e eu o pescador que caía em seus encantos.

E eu, como o pobre miserável que sou, chegava a implorar – como um otário sedento por ela – para que me desse algo que aplacasse o desejo que crescia em minha carne, exatamente como estava prestes a fazer agora.

Eu sempre gostei de lembrar que, ser tentado e cair na tentação são duas coisas paralelas – distintas, diferentes. Nem tudo aquilo que eu desejo, eu posso ter e, talvez, aquilo que eu queira muito fazer, seja errado demais se acaso fosse julgado por terceiros.

Mas...

É da natureza do homem querer aquilo que não pode ser seu. Seja pelo desafio, pelo gosto doce da vitória no final ou simplesmente por tudo que a sua conquista é, tudo que ela significa para você.

E quanto mais eu vou querendo sem poder ter, mais instigado e envolvido eu fico. Alheio a qualquer outra coisa, porque tudo o que importa está bem aqui, parada na minha frente. O meu precioso e cobiçado desejo, que faz questão de usar todas as suas artimanhas para me provocar.

Após um dia longo e cansativo no QG, trabalhando sem chances de descanso, eu recebi uma visita inesperada bem no comecinho da madrugada. E agora, me sinto perdido, estagnado no lugar enquanto ela fala tão seriamente aquilo que devia ser um assunto do meu interesse, mas a minha atenção estava comprometida demais sendo só dela e de suas feições perfeitas.

Passando o relatório do hospital com tanto profissionalismo, estava Sakura me olhando, enquanto piscava devagar. Eu até sentia inveja disso nela se não estivesse ocupado demais perdendo-me em meio a tanta graciosidade e em uma sensualidade deixada nas entrelinhas, que nem ela mesma sabia que tinha.

Ou talvez soubesse sim e gostasse de fazer jus a isso, deixando-me completamente inebriado.

Como por exemplo, quando passava a língua pelos lábios naturalmente rosados ou quando simplesmente jogava os cabelos para trás dos ombros, enquanto os olhos continuamente não desviavam dos meus.

Seria hipocrisia demais da minha parte dizer que nunca me senti atraído por mulheres da idade dela, mas não estaria mentindo se confessasse que nunca antes desejei alguém como a desejo, a ponto dela ser a homenageada em vários banhos meu, por mais inapropriado que possa ser.

Desde que a guerra acabou, assim como Naruto e Sasuke, a única kunoichi do time sete ficou conhecida mundialmente, e bom, o mérito era todo dela pela ninja excepcional que se tornou. E como eu bem previa, os gracejos e declarações eram constantes na mesma medida que todos os foras e "nãos" dito por ela.

Até mesmo para Uchiha Sasuke, que finalmente prestou atenção e enxergou aquilo que sempre esteve diante de seus olhos: o quão maravilhosa e incrível Haruno Sakura é. E infelizmente – ou não – ele não foi o único a enxergar isso.

Claro que, eu sempre estive ciente da evolução incrível de Sakura e de tudo que ela vinha se tornando ao longo dos anos. Eu estava por perto e acompanhei tudo... ou achava que tinha acompanhado.

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